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05-07-2012 - Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante inauguração da UPA 24h Alves Dias, em São Bernardo do Campo (SP), e transmissão simultânea da inauguração das UPAs em Porto Seguro (BA) e no Recanto das Emas (DF)

De acordo com a presidenta, o Brasil ainda tem um baixo número de médicos em relação ao tamanho da população. Para resolver esse problema, ela disse que o governo pretende aumentar o número de cursos de medicina de qualidade, além de assegurar a presença de médicos em regiões remotas do país

 

São Bernardo do Campo-SP, 05 de julho de 2012

 

Eu queria iniciar cumprimentando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,

A minha querida Marisa Letícia Lula da Silva,

O Alexandre Padilha, ministro da Saúde,

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

Queria cumprimentar também o senhor Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal, por intermédio de quem saúdo os moradores do Distrito Federal,

Os deputados federais, o Vicentinho, o José de Filippi, o Mentor, o Carlos Zarattini,

Os deputados estaduais, Donisete Braga, Carlos Grana, Ana do Carmo, Telma de Souza,

Queria cumprimentar aqui o senhor Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo, e a primeira-dama Nilza de Oliveira,

Queria cumprimentar e dirigir um cumprimento especial ao secretário de Saúde do estado de São Paulo, Giovanni Guido Cerri,

Queria dirigir também um cumprimento todo especial, mais uma vez, ao Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal, e a toda a população do Recanto das Emas e aos funcionários que estão acompanhando o governador.

Em especial, eu queria saudar o secretário de Saúde do Distrito Federal, Rafael de Aguiar Barbosa.

Queria também saudar, em Porto Seguro, o nosso prefeito, o prefeito Jorge, desculpa, o prefeito Gilberto Abade, e o nosso secretário de Saúde da Bahia, aí sim, o Jorge Solla.

Então, ao saudá-los, eu estou cumprimentando toda a população da Bahia, toda a população do Distrito Federal e, aqui, através do Marinho e do secretário Giovanni Cerri, eu cumprimento todos os companheiros e as companheiras, os paulistas e as paulistas que ontem tiveram, junto com os brasileiros, uma grande vitória.

E aí, eu estou me referindo ao Corinthians, e tenho certeza de que nós todos, que, mesmo torcendo para outros times, ficamos extremamente orgulhosos com aquele desempenho.

Muito me alegra na minha primeira visita oficial aqui à São Bernardo, eu tenho certeza de que hoje vocês estão muito felizes por ontem, mas também eu acho que, aqui em São Bernardo, eu tenho imenso prazer de vir pela primeira vez aqui, inaugurando uma Unidade de Pronto Atendimento 24 horas.

Essa Unidade de Pronto Atendimento 24 horas, ela, para nós, é um orgulho aqui, em São Bernardo, lá no Recanto das Emas, no Distrito Federal, e também, onde o nosso país começou, Porto Seguro, na Bahia.

E eu gostaria de iniciar dizendo o seguinte: nós temos, de fato, um processo de melhoria, nós viemos melhorando crescentemente a saúde pública no Brasil. Eu tive a honra de participar do governo do presidente Lula quando esse processo tem início. Ele tem início – e aí hoje nós achamos que é normal o Samu, mas teve uma época que não tinha Samu. Hoje, se tem Samu, nós devemos àquela iniciativa tomada pelo presidente Lula, assim como as UPAs também fazem parte daquele momento. E hoje qual é a minha, o meu, eu diria assim, o meu legado. O meu legado é fazer avançar esse processo. Por que? O Brasil tem um dos serviços únicos de saúde muito diferenciado. Porque talvez nós sejamos um país acima de 100 milhões de habitantes, um dos poucos países em que o serviço de saúde tem de ser universal, tem de ser gratuito e tem de ser de qualidade.

O nosso desafio é justamente fazer com que serviço, que ainda tem partes incompletas, seja completado. Por que que eu falo em partes incompletas? Porque quando o presidenta Lula chegou ao governo, você tinha as unidades básicas de saúde, os chamados postinhos, e os hospitais. E no meio não tinha nada. Daí, a UPA. Para que a UPA? A UPA é justamente para construir essa cadeia, que vai do posto até o hospital.

A UPA é aquele serviço que permite... Hoje, o secretário aqui de São Bernardo, secretário de Saúde de São Bernardo, junto com o Marinho, estava me dizendo o seguinte: Das 100 pessoas que procuram a UPA, 97 ficam na UPA. E só três eu tenho de encaminhar para o hospital. Porque a UPA dá conta de atender e atender com qualidade, rápido, e a pessoa sai de dentro da UPA com o seu remédio.

E isso é possível porque também tem o Samu que tem essa capacidade de transportar. Fica uma unidade do Samu perto da UPA. Lá dentro da UPA, se a pessoa estiver passando mal, vai para dentro dessa unidade, desse transporte do Samu e chega ao hospital.

Nós estamos num grande esforço, porque nós reconhecemos que tem falhas no serviço de saúde. E aqui, só uma parceria pra dar conta disso. O governo federal fazendo a sua parte, o estado fazendo a parte dele e os municípios fazendo a sua parte. O que que nós queremos? Nós queremos o que todo mundo, se a gente perguntar vai falar, é o que eu quero da saúde. Porque na hora que a pessoa está doente, ela está mais fragilizada, não é, gente? Ela está precisando, não só do atendimento, mas precisando de uma relação humana. Ela não pode ser mal tratada, ela já está doente. Além disso, ser mal tratada é um absurdo. Então, queremos um atendimento humano, mais do que humano, com qualidade, com respeito e tendo aquele médico que ela procura, aquela enfermeira que ela está precisando, que ela esteja, ali, disposta a atender.

Então, nós sabemos que uma parte fundamental do tratamento é o acesso e o tratamento humano de qualidade. A gente sabe disso. A UPA é justamente buscar garantir um acesso humano e de qualidade em que a pessoa esteja no centro do problema. A UPA é muito mais, muito mais que um prédio. Ela é um prédio. Ela é muito mais que uma sala desenhada para criança. Ela é também isso. Mas ela é, sobretudo, a garantia que se a pessoa precisar, ela vai ter o atendimento. Por isso, eu considero muito importante esse momento aqui e a inauguração da UPA.

Mas eu queria dizer para vocês que nós viemos fazendo um grande esforço, dando continuidade ao que foi lançado pelo presidente Lula e com esse compromisso que foi sempre uma característica nossa, avançar. A gente tem de avançar sistematicamente.

E daí, eu queria dizer para vocês que nos últimos dezoito meses nós lançamos alguns programas para continuar melhorando o atendimento. Primeiro, todo o programa do Aqui Tem Farmácia Popular, lançado ainda lá em 2004 ou 2005, nós completamos agora uma outra parte com o Saúde Não Tem Preço, que é distribuir remédios gratuitamente. Quais remédios? Primeiro, nós começamos a distribuir gratuitamente o remédio para pressão alta, depois para diabetes e agora, com o foco nas crianças, o remédio para asma. Porque, também conversando aqui com o secretário, eu perguntei para ele: secretário, qual é a doença que mais atinge a criança aqui? O que que mais leva a pessoa a procurar a UPA com uma criança? É doença respiratória e muitas vezes é crise de asma. Então, por isso, nós também tomamos essa providência. Nós já estamos atendendo 10 milhões de brasileiros e isso para nós é muito importante.

A segunda coisa que eu queria contar para vocês é que nós temos unidades básicas de saúde e estamos agora reformando essas unidades, garantindo que algumas que estavam em estado precário sejam reformadas. Segundo, ampliando outras existentes. E terceiro, construindo novas, principalmente, onde existem as populações com maior fragilidade no Brasil.

Outra coisa que nós estamos muito orgulhosos é que começamos com o chamado Melhor em Casa. O Melhor em Casa, junto com a UPA, ele é o seguinte: ele é você atender a pessoa na sua casa. Tem doentes que precisam, inclusive, desse estímulo, de ser atendido em casa por uma equipe com médico, com enfermeiro, pode ter necessidade de fisioterapeuta. O Melhor em Casa, então, é a tentativa de criar uma rede de suporte para as pessoas não precisarem só ir para o hospital ou ficar no hospital. Com isso, você reduz... Você dá um atendimento de qualidade, você reduz a pressão nos hospitais e você garante com a UPA que essa pressão, que eram aquelas enormes filas, ocorra.

Nós sabemos que, também, tinha de melhorar, a gente tem de continuar melhorando os hospitais. E fizemos um programa que vai mudar a gestão e o atendimento nas urgências dos hospitais e priorizamos os 40 maiores hospitais. E, além disso, incentivar a construção de novos, principalmente aqui, por exemplo, em São Bernardo, que não tinha um atendimento hospitalar, como mostrou o nosso prefeito. Eu vou estar aqui, viu, prefeito? No dia da inauguração.

Agora, eu queria falar para vocês de um programa, que eu assisti o presidente Lula insistindo muito nele, que é o programa Brasil Sorridente. Eu sou testemunha que o presidente Lula dizia o seguinte: As pessoas, elas têm de ter autoestima. Tem uma parte da inclusão social que é inclusão com autoestima. É a pessoa saber que ela é uma pessoa que tem todas as condições iguais às outras. Uma das expressões da segregação e da marginalização do nosso povo é o fato de nós termos uma parte da nossa população sem dentes. Eu assisti muitas vezes o presidente fazendo discurso, via uma pessoa – homem ou mulher – sem os dentes, chamava o prefeito ou o governador e insistia para que houvesse, porque tinha esse programa e ele ainda tem, que é o Brasil Sorridente, que é algo que foi uma grande
inovação, que é incluir o tratamento odontológico dentro do SUS.

O SUS passa a ser, também, um sistema universal no que se refere ao tratamento dentário. Até porque ter dentes ou não ter dentes afeta a saúde, além de afetar a autoestima. Por isso, eu fico muito feliz aqui, também, com essa questão aqui que o ministro Padilha levantou, que nós hoje estamos concluindo a milésima, nós estamos chegando à milésima unidade para tratar da questão da saúde bucal no Brasil.

Finalmente, eu quero dizer para vocês que o governo tem consciência de que 70% da nossa população, algo em torno de 130 milhões de pessoas, dependem diretamente do serviço único de saúde [Sistema Único de Saúde] para ser atendido, e que o compromisso nosso, que nós vamos fazer o possível e o impossível para atender, é dar saúde de qualidade para a população brasileira.

E aí, eu quero dizer para vocês algumas coisas. Nós temos de atender de vacina a transplante de coração, porque é isso que nós cobrimos: de vacina a transplante de coração. Mas tem uma coisa que é fundamental: é médico. E médico significa o seguinte: o Brasil tem, se a gente for olhar, um dos menores percentuais per capita de médicos no Brasil. Enquanto a Argentina tem 2,3; 2,5 – hoje ela já tem três – enquanto a Argentina tem três, nós temos um e meio.

Nós vamos aumentar, tanto do que se refere a cursos de Medicina de qualidade, porque também não pode ser assim, no afã de formar médicos, a gente não pode formar qualquer um, porque aí depois a pessoa vai tratar da população, e aí, está o desastre feito. Nós temos de ter cursos de Medicina de qualidade e temos também de assegurar que, em algumas regiões do nosso país onde não há médico, nós tenhamos a capacidade de assegurar e de colocar à disposição da população o tratamento do médico. Por quê?

A Saúde também tem uma outra característica, e aqui eu soube que o prefeito Marinho já implantou aqui. O prefeito Marinho implantou aqui já o Bem Viver. Porque uma parte também da Saúde tem a ver com a prática dos esportes, tem a ver com andar todos os dias, tem a ver com ser capaz de ter uma atividade.

Aqui, o Marinho estava me explicando que o Bem Viver é levado por nós, mulheres, viu, gente? São as mulheres que mobilizam. Eu não vou... É “De Bem com a Vida”? Ah, o dele é “De Bem com a Vida”. Por que você não falou logo, Marinho? Ela é... olha lá: “De Bem com a Vida”. Ela é “De Bem com a Vida”.

Bom, eu queria finalizar dizendo para vocês o seguinte, só pegando as palavras do Marinho: o governo dá muita importância a garantir serviços públicos de qualidade. O pessoal pode acalmar que as coisas irão para os seus lugares na hora certa. Pode ter certeza disso.

Um abraço.

 

Ouça a íntegra do discurso (18min42s) da Presidenta Dilma