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12-05-2015 - Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na cerimônia de entrega de 1.484 unidades habitacionais dos Residenciais Recanto do Paçuaré I e II e Vivenda das Gaivotas, do Programa Minha Casa Minha Vida - Rio de Janeiro/RJ

12 de maio de 2015, Rio de Janeiro-RJ

Bom dia.

Eu quero cumprimentar cada uma das famílias aqui que recebeu a sua chave ou que vai receber. As famílias aqui dos dois residenciais, o Paçuaré I e II e o Jardim [Vivenda] das Gaivotas.

E eu quero também cumprimentar, em nome de todos vocês - de cada um e de cada uma -, a Aline, a Amanda, a Viviane, a Natacha, a Mercídia e a Hilda, que foram as mulheres, mães de família, que receberam aqui as chaves, representando toda família, os homens e as crianças e os jovens. Tanto o Recanto do Paçuaré I e II como a Vivenda das Gaivotas, são lugares muito importantes. Porque aqui não tem só concreto armado, tijolo, azulejo, aberturas feitas de alumínio. Aqui, eu acho que estão sendo construídas vidas, sonhos, relações afetivas, convívio, esperança e futuro. Por isso eu saúdo cada um de vocês.

Saúdo, também, os moradores, os futuros moradores, do Grupo Esperança, que vão receber as suas chaves do Minha Casa, Minha Vida depois. Mas o Grupo Esperança eu saúdo, também, porque é um grupo especial. Como o nome diz, Esperança. Mas esperança, como disse aqui uma das representantes - ali, ela - que disse assim: “não estou recebendo. Eu lutei por isso”. E, de fato, cada um de vocês aqui lutou por isso ao longo da sua vida. Seja pelo esforço de cada um e de cada uma, seja pela participação aqui nos grupos de moradia, seja pelo trabalho diário. Cada um de vocês contribuiu para que isso hoje acontecesse. Por isso, eu queria dizer, primeiro, para vocês: parabéns.

Depois eu queria cumprimentar, aqui, dois parceiros essenciais para que tudo que nós fizemos no Rio de Janeiro, tanto na cidade como no estado, desse certo. Eu me refiro, aqui, a duas pessoas muito especiais. São grandes gestores, mas são, sobretudo, seres humanos com sensibilidade para os problemas que afetam a vida da população, as quais eles representam. Me refiro aqui ao governador Pezão, o nosso grande Pezão. Parceiro - eu e o Pezão somos parceiros antes de sermos, eu, presidenta, e ele, governador. Porque eu e o Pezão estávamos à frente dessa relação entre o governo federal e o governo do estado quando era presidente Lula e era governador Sérgio Cabral.

Queria saudar o Eduardo Paes, o prefeito mais feliz do Brasil. Mas além de ele ser o prefeito mais feliz do Brasil, o Eduardo é também um dos mais competentes gestores, uma pessoa que tem essa força de trabalhar, de ir atrás, de correr atrás, de apontar com o dedo, de buscar acertar. Todos nós erramos, mas o que tem e que distingue umas pessoas das outras é a vontade de acertar e o esforço que faz por isso. E isso significa trabalho, trabalho e trabalho. E o Eduardo Paes é isso: um grande trabalhador pela cidade do Rio de Janeiro.

Queria também cumprimentar, aqui, o vice-prefeito do Rio de Janeiro, o Adilson Pires.

A Miriam Belchior, presidente da Caixa.

Mas antes eu quero cumprimentar dois ministros: o ministro Gilberto Kassab, das Cidades, e o ministro interino Ricardo Leyser, do Transporte… do Esporte, desculpa - já te promovi a Transporte? Não. Porque não preciso te promover, porque esporte aqui é muito importante  porque nós vamos fazer a maior Olimpíada de todos os tempos na cidade do Rio de Janeiro.

Cumprimento também a Inês [Magalhães], secretária nacional de Habitação, que vocês conhecem, principalmente, o pessoal do Movimento de Moradias.

Cumprimento o nosso deputado federal, também, que tem tido aqui no Rio de Janeiro um excepcional desempenho quando a gente faz, não só o Minha Casa, Minha Vida, mas qualquer um dos empreendimentos que nós realizamos aqui em parceria. Eu me refiro ao Pedro Paulo.

Queria cumprimentar os representantes dos Movimentos de Moradia: a Jurema da Silva Constância, da União de Moradia Popular; o Marcelo Braga, da Central dos Movimentos Populares; o Valério da Silva, da Fundação Bento Rubião.

Cumprimento os empresários representando a construtora Novo Lar e a construtora Melo Azevedo.

Cumprimento os senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.

Talvez a mais importante conquista que uma família faz, ao longo da sua vida em conjunto, seja ter um lar onde se estabelecer, onde criar o convívio entre os seus integrantes - os homens as mulheres, as crianças e os jovens -, onde sonhar com o futuro. Esse, sem dúvida nenhuma, é o primeiro grande desafio e a primeira grande conquista. Tem outra conquista também que é tão importante quanto: é a educação dos filhos e das crianças.

Pois muito bem, hoje eu tive a oportunidade de participar do momento especial, e eu fiquei muito feliz porque na casa que eu visitei, eu fui recebida por uma família que tinha duas crianças pequenas e um jovem que estava no Colégio Pedro II, estudando desde as sete horas da manhã - e segundo a mãe dele me informou, iria até as cinco horas da tarde. E esse jovem que saiu da escola pública, tinha entrado e disputado e conquistado uma das duas vagas para o curso de Técnico em Música que ele queria fazer, e que ele pretende no futuro, também, estudar na UERJ, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Por que eu falo disso? Eu falo disso para mostra o seguinte: o que nós queremos de fato quando nós viemos aqui nesses dois residenciais - o Recanto do Paçuaré I e II a Vivenda das Gaivotas e os futuros moradores do Grupo Esperança -, o que nós queremos com as casas? O que um governo, por que um governo acha que é fundamental assegurar para as pessoas a sua moradia? É para que na moradia, na construção do lar aqui dentro, com cada uma das famílias que receberam as chaves que vão morar aqui, e daqui a alguns dias aqui estará cheio de gente, com as crianças brincando. O que nós queremos?  Nós queremos construir o futuro do país. Esse país só vai ser grande se o seu povo for grande. Esse país só vai ter futuro se cada um dos brasileiros, da família brasileira tiver um futuro. E o futuro começa com essa imensa esperança que a gente encontra quando a gente consegue a casa própria.

O ministro Kassab perguntou para vocês quem é que morava de aluguel. Muitos responderam levantando a mão. Perguntou, na sequência, quem ganhava mais de R$ 400 e depois quem ganhava … Que pagava, aliás, mais de R$ 300 de aluguel. A maioria aqui levantou a mão, a grande maioria, para não dizer quase todos. O que isso significa? Significa que vocês moravam de aluguel, pagavam de R$ 300 a R$ 400 mil [ 300 a 400 ] e a casa não era de vocês, e vocês não tinham essa residência. E essa residência - duas coisas - ela é também riqueza, ela é patrimônio. Porque hoje vocês passam a ter um patrimônio que é de vocês. O que importa aqui com a casa própria são essas duas coisas. Vocês pagam uma prestação que é, sem sombra de dúvida, muito menor do que o aluguel que vocês pagavam. Mas, além disso, ela dá acesso a essa propriedade que é a casa própria. É um lar, é um lar e é uma riqueza. E é isso que nós estamos construindo aqui: construindo as condições para que a população desse país tenha uma vida melhor, que as pessoas sejam tratadas com mais igualdade, igualdade de oportunidades.

Nós queremos, e há um esforço da prefeitura nesse sentido, de construir aqui um lugar verdadeiro para morar, com saneamento, com transporte público, sobretudo, com escolas. Porque o Brasil precisa disso, as crianças precisam ter acesso à escola. E as mães sabem, porque a primeira coisa que a mãe perguntou para mim foi onde ficava a escola aqui perto - uma das mães com quem eu falei. E eu soube que aqui perto está sendo construída uma escola, e aqui perto tem uma fábrica de escolas que leva o nome de Leonel Brizola, que lutou para implantar um ensino em tempo integral. E por que a gente é a favor do ensino em tempo integral? Porque no ensino de tempo integral a diferença social entre as crianças tende a desaparecer. Todas as crianças têm que ter o mesmo acesso e a mesma qualidade de educação, porque isso vai fazer diferença no futuro delas. Então, aqui, além de casas, nós queremos escolas.  Aqui, além de casas, nós queremos pessoas vivendo com esperança no futuro.

E aí eu quero dizer algumas coisas para vocês: primeiro, em respeito aqui ao pessoal da União Nacional por Moradia Popular, da Central de Movimentos Populares, do Grupo Rubião, eu quero dizer o seguinte: é muito importante a participação dos movimentos populares na construção das moradias. Vocês, eu quero reconhecer de público, têm dado uma grande contribuição nos 2,75 milhões de moradias que nesse período nós - algumas já entregamos e outras estão sendo construídas ainda. Mas vocês deram uma grande contribuição. O fato é que nós já entregamos a maioria do que estava sendo projetado, nós estamos cumprindo nosso compromisso. Por que eu dou os números para vocês? Para ver o seguinte: no período Lula nós falamos em um milhão de moradias; no meu primeiro governo nós falamos em 2,75 milhões. Então, são 3,75 milhões de moradias. E eu quero dizer para vocês o seguinte: o que disso nós já entregamos? E aqui eu estou contando as casas entregues aqui no Paçuaré I e II e aqui no Recanto [Vivenda] das Gaivotas. É o seguinte, vejam vocês: hoje, no dia de hoje, na data de hoje, tem 2,182 milhões de moradias já entregues e tem outro 1,67 milhão de moradias contratadas e em construção. Por que eu estou falando os números?  Porque nós vamos dar um outro passo. E a gente só pode dar um passo bom quando deu outro antes. Esse passo que nós estamos dando hoje, entregando as chaves, vai permitir que a gente, agora, nos próximos meses, lance os outros três milhões de novas moradias. Nesses três milhões de novas moradias nós vamos fazer modificações sempre para melhor, sempre para melhor. O que são as modificações sempre para melhor? São melhoria no tamanho dos quartos, melhoria na área de serviço, melhoria na construção de áreas sociais, enfim, uma sorte de questões que a gente escuta muita sugestão. Daí porque nós abrimos o diálogo, com quem? Aqui eu quero dizer: com os empresários, como as duas construtoras aqui, que são responsáveis por essa obra. Porque eles têm sugestões a dar, eles estão fazendo e aprendendo; com os movimentos populares, que também têm sugestões a dar porque fizeram e aprenderam; com os governadores e os prefeitos. E aí queremos construir um programa ainda melhor do que nós fizemos com esse que aqui estamos entregando.

Mas além disso, o que mais nós queremos? Nós queremos que mais pessoas tenham acesso à casa própria. Quando acabar o meu governo, em 2018, o nosso objetivo é que em torno de 27 milhões de brasileiros, brasileiras, brasileirinhos e brasileirinhas tenham tido acesso ao Minha Casa, Minha Vida. Não se trata de construção de casas, trata-se de construção de vidas, por isso que chama Minha Casa, Minha Vida.

Nós demos passos e vamos dar passos ousados no sentido de olhar para esse problema que é o problema dos imóveis. O problema do acesso da população desse país à casa própria. Mesmo nós fazendo ajustes, que nós temos de fazer para o país crescer ainda mais rápido e gerar mais empregos, eu quero dizer para vocês uma coisa: nós iremos não só manter o programa Minha Casa, Minha Vida nessa terceira fase, mas nós vamos fazer mais, nós vamos melhorar ainda mais ele. Nós aprendemos com o que fizemos e isso é algo muito importante.

Queria dizer também que eu tenho muito orgulho aqui da parceria que eu tenho, tanto com o prefeito Eduardo Paes, quanto com o Pezão. Agora, daqui a pouco, eu vou sair daqui e vou com o Pezão olhar a Linha 4 do metrô. A Linha 4 do metrô é algo importantíssimo, pelo tamanho da integração no Rio de Janeiro para todo mundo, para todo mundo que trabalha e vive aqui, que estuda aqui. Quanto mais linhas de metrô nós tivermos, menor é o tempo perdido no transporte público. Daí por que essa linha é importante. Mas ela é importante também porque o Rio de Janeiro está de parabéns - tem o maior túnel construído. E isso mostra que, além de tudo, nós estamos entregando uma obra de qualidade. Nós vamos entregar, porque ela fica pronta em junho, - não é Pezão? - , de 2016. Eu pretendo estar aqui, indo de Ipanema à Barra, via Rocinha. É importante falar o via Rocinha, porque integra todos os segmentos sociais: a classe média, a classe alta e os mais pobres. E é isso que uma cidade é, é onde todo mundo convive.

Mas eu também quero falar da importância aqui da Transoeste. Eu estive aqui com Eduardo Paes inaugurando a Transoeste, e acredito que a Transoeste, o BRT da Transoeste, é uma das maiores integrações populacionais de qualidade no transporte que eu já vi no Brasil. Então, também por isso, estou muito feliz.

Estou feliz, também, com o fato de que hoje nós vamos fazer uma grande reunião a respeito das Olimpíadas. Vocês podem ter certeza: o Rio de Janeiro vai ser extremamente beneficiado pelas Olimpíadas. Não só porque na Olimpíada nós recebemos mais de 200 países, não só porque o mundo vai ver a beleza dessa cidade, mas pela quantidade de oportunidades que se criam depois de passar as Olimpíadas para todos os moradores da cidade do Rio de Janeiro, sob a forma de um legado de mobilidade urbana, de condições de moradia e também de saneamento básico.

Por fim, eu quero reafirmar aqui um compromisso: o Pezão pediu para o Kassab não olhar só para São Paulo. Sabe por que o Pezão falou isso para o Kassab? Porque o Kassab foi prefeito de São Paulo. Mas o Kassab olha bastante para a cidade do Rio de Janeiro porque agora ele é ministro das Cidades, ele aprendeu sendo prefeito de São Paulo, mas ele aprendeu para aplicar o que ele aprendeu no Brasil inteiro. Então, Pezão, eu, o Kassab, a Miriam, o Leyser, a Inês, todos nós aqui, não só olhamos para o Rio de Janeiro, nós estamos misturados aqui no Rio de Janeiro. Nós estamos comprometidos com a vida aqui do Rio de Janeiro. Agora, Pezão, e tudo isso por quê? Porque lá atrás, Pezão, eu e você começamos juntos na Rocinha, no Cantagalo, no Alemão, enfim, em todas as obras de urbanização que nós temos feito juntos. Então, eu quero dizer para vocês uma coisa: é mais uma vela no bolo que nós temos de cantar parabéns para o Rio de Janeiro que vai receber as mais importantes Olimpíadas que esse mundo já viu. Muito obrigada.

 

Ouça a íntegra do discurso da presidenta Dilma.