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24-04-2014 - Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na cerimônia de entrega de 638 unidades habitacionais do Residencial Altos do Parque II, do programa Minha Casa Minha Vida

Cuiabá-MT, 24 de abril de 2014

 

Boa tarde a todos, porque agora já é boa tarde. Boa tarde a todos e a todas aqui. É, para mim, mais uma vez uma honra estar aqui com os nossos parceiros, o governador e o prefeito, aqui em Mato Grosso.

Eu quero iniciar cumprimentando o grupo de mulheres que vieram receber as chaves – a Luciene, a Maria Faustina, a Maria Auxiliadora, a Luciana, a Maria Divina, suas famílias –, e quando eu cumprimento todas elas, eu estou cumprimentando cada uma das famílias que hoje, nesta cerimônia, estão recebendo a chave de seus lares.

Eu também quero cumprimentar todos os cuiabanos que nos assistem aqui nesta cerimônia, e os moradores dos Residenciais Altos do Parque I e os futuros moradores do Altos do Parque II.

Cumprimentar o nosso governador, grande parceiro com o qual nós construímos uma série de obras, uma série de programas aqui no estado. Com o prefeito e com o governador construímos obras de mobilidade urbana que vão mudar o cenário aqui da cidade de Cuiabá. Fizemos parcerias fortes na área social, em educação, saúde. Fizemos investimentos em infraestrutura.

Por isso, eu cumprimento esse grande parceiro, que é o governador Silval Barbosa, e cumprimento a sua primeira-dama, a Roseli Barbosa.

Cumprimento também o nosso parceiro na prefeitura, Mauro Mendes.

Queria dirigir um cumprimento especial para os ministros que me acompanham: o ministro Gilberto Occhi, que falou para vocês; o ministro da Educação, Henrique Paim, porque nós iremos, depois desta cerimônia, fazer mais duas. Nós visitaremos o estádio do Pantanal e também iremos fazer a cerimônia de formatura dos alunos – homens, mulheres, jovens no Pronatec.

Cumprimento o ministro Aldo Rebelo, do Esporte, que está ficando um cidadão de Cuiabá porque ontem mesmo estava aqui acompanhando a visita da Fifa ao estádio do Pantanal.

Cumprimento também o vice-governador, Chico Daltro.

Dirijo um cumprimento especial ao senador Cidinho Santos, que muito tem ajudado o nosso governo no Senado Federal.

Da mesma forma, aos deputados federais: Eliene Lima, Ságuas Moraes, Valtenir Pereira, Wellington Fagundes.

Cumprimento o presidente da Caixa, Jorge Hereda.

Cumprimento a secretária estadual das Cidades, Márcia Vandoni de Moura.

O senhor Suelme Fernandes, secretário municipal das Cidades.

O senhor Carlos Roberto Pereira, superintendente regional da Caixa.

Dirijo um cumprimento especial ao presidente da Lumen Construção, Luiz Antonio Miranda.

E cumprimento os senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas aqui presentes.

Como eu disse a vocês, esta é a terceira vez que eu estou visitando Mato Grosso como presidenta. É a primeira vez que eu estou visitando Cuiabá. Nas outras duas vezes, eu visitei Rondonópolis para a inauguração da Ferronorte, e depois Lucas do Rio Verde para lançar e estar presente no início da safra.

Eu estive várias vezes como ministra do presidente Lula aqui em Cuiabá, e mesmo durante a minha campanha eleitoral. Mas hoje é um dia especial. Eu tenho feito várias inaugurações do Minha Casa Minha Vida e eu vou a cada uma com muito orgulho e, sobretudo, me emociono sempre. Porque eu sei que a casa é algo importantíssimo para uma família. A casa é uma espécie de âncora da família, de proteção da família. Então, ajudar aqui 638 famílias a realizar o sonho da casa própria é algo para mim extremamente comovente.

Eu acredito que esse dia vai ficar marcado para cada uma das famílias que receberam as chaves, justamente porque não é uma construção de alvenaria, com alumínio, com uma quantidade grande de tijolos, de cimento, que é a importância dessa construção. A importância dela é justamente, como eu estava falando, ser um lar, e o que é um lar? É onde a gente cria os filhos, é onde os filhos vão ter as oportunidades importantes ao longo da vida. É onde a gente recebe os amigos, a família, enfim, é o canto da gente, é onde a gente tem o cantinho e onde a gente mora.

Por isso, eu sei que é um dia marcante, é um dia importante. Não morar na casa dos parentes, mesmo os parentes sendo pessoas amáveis, gentis e generosas, é melhor. Vejam vocês que por aqui passaram famílias com muitos filhos, umas com nove, outras com quatro, outras com três, mas é óbvio que se você tiver onde criar seus filhos é sempre melhor.

E por que nós criamos esse programa? Porque nós achamos que essas construções aqui do Residencial Altos do Parque II, construções como essa, são importantes para transformar o Brasil, e você transforma por vários motivos. Você transforma porque é fundamental que as famílias brasileiras tenham onde morar, primeiro motivo. Segundo motivo, esse tipo de obra, ele vai requerer que se contrate trabalhadores. Esses trabalhadores vão aumentar sua renda, vão ter um emprego com carteira assinada e vai melhorar também a vida dos trabalhadores. Muitos deles, inclusive, acabarão por conseguir também uma casa do Minha Casa Minha Vida. E o terceiro motivo soma esses dois. O Brasil com isso melhora junto, porque o que é o Brasil se não a vida de cada um de nós, de cada um de vocês, a melhoria de vida de cada brasileiro e de cada brasileira.

Vocês sabem também que antes era praticamente impossível comprar uma casa. Uma casa com essa que, em média, custa em torno de 50 mil reais não podia ser comprada por uma família que ganha no máximo 1600 reais, não conseguia pagar. Além da alimentação e de todos os gastos do transporte, de tudo, não era possível pagar. O que o governo federal fez? Construiu um programa, um programa que, primeiro, tinha o compromisso com a questão da casa própria para aqueles que mais precisam. E de onde tirou o dinheiro? E aí vem uma coisa importante: tirou dos impostos que todos nós pagamos neste país. Por isso, a casa é de vocês. Vocês pagam imposto. Ao comprar qualquer produto para alimentação de vocês, vocês estão pagando impostos. Nós tiramos esse dinheiro dos impostos.

Por isso, quando vocês entrarem por aquela porta ali, vocês vão entrar de cabeça erguida e com muito orgulho no coração, porque a casa vocês não devem a ninguém, a não ser ao fato de serem cidadãos e cidadãs brasileiras. E eu insisto nesse ponto: essas casas vocês não devem ao prefeito, ao governador ou à presidente da República. Ela é fruto de uma visão de governo em que nós somos obrigados a olhar para aqueles que mais precisam. Por que nós somos obrigados a olhar para aqueles que mais precisam? Porque esse é o nosso compromisso, é o compromisso dos nossos governos, compromisso em melhorar a vida da nossa população.

Esse compromisso é o mesmo que nós temos ao criar o Bolsa Família, é o mesmo compromisso que nós temos ao fazer as creches, é o mesmo compromisso que nós temos a assegurar ensino técnico e capacitação profissional gratuitos.

Por isso, entrar de cabeça erguida é saber que esse é um ato de cidadania. É garantir que o povo brasileiro tenha onde morar. Os que mais precisam têm de usar mais os recursos que nós arrecadamos sob a forma de impostos. E, na verdade, o que eu vejo aqui é um programa muito importante. Se a gente... o governador multiplicou por três, né? Cada família a gente multiplica por três pessoas. Eu vi aqui umas famílias bem grandes, viu, governador? Então, eu vou aumentar um ponto, vou multiplicar por quatro, não por nove, por quatro. Então, vocês vejam que dá as 638 famílias, dá em torno de umas 2.500 pessoas. É isso que nós aqui estamos olhando, não é essas casas, é 638 famílias, 2.500 pessoas. Porque um governo deve olhar é para as pessoas, para ver o que as pessoas precisam. E aí eu tenho muito orgulho, governador, muito orgulho mesmo de estar aqui hoje entregando isso com o senhor.

E aí eu queria contar um pouco do Minha Casa, Minha Vida no resto do país, falar dos outros brasileiros que, como vocês, estão também nesse programa. Até agora, para vocês terem uma ideia, nós temos 1 milhão 650 mil famílias que receberam sua casa própria, 1 milhão 650 mil famílias. Nós já contratamos mais 1,7 milhão. Ainda faltam mais de 400 mil famílias para a gente chegar na nossa meta. E qual é a nossa meta? A nossa meta é entregar e contratar até o final de 2014, 3,750 milhões de casas e moradias. Esses 3,750 milhões são assim: 1 milhão nós fizemos e iniciamos no período do governo Lula, e no meu período de governo, como aprendemos, 2,750 milhões de moradias. É o maior programa habitacional feito não só no Brasil, mas eu asseguro para vocês, aqui na América latina. E se a gente for contar todas as pessoas que aqui no Mato Grosso se beneficiaram, de fato, o governador tem razão, serão em torno de mais de 300 mil pessoas mato-grossenses beneficiados.

Mas eu queria também dizer para vocês que a nossa parceria aqui com o governo do estado, com a prefeitura de Cuiabá, mas também todas as demais prefeituras, ela é muito forte, e mesmo considerando a importância que eu digo para vocês, que é uma importância que tem a ver com a vida dos brasileiros, que é o Minha Casa Minha Vida, nós também estamos fazendo outras obras em parceria com o govenador, como ele disse. Queria destacar, sabe, governador, todas as obras de logística que nós temos aqui... porque esse é um estado especial para o Brasil. Ele não é só especial para os mato-grossenses, para os cuiabanos, para os moradores de Rondonópolis, enfim, para Sapezal, para todas as cidades, Sinop, para Lucas do Rio Verde, para Água Boa, não é só bom para essas cidades. Ele é bom para todo o estado do Mato Grosso, que é importante que a gente sempre fale, apesar de vocês saberem, eu tenho certeza, que este é um estado estratégico para o Brasil. Aqui está a maior produção agrícola, se a gente considerar um estado apenas. É a produção de grãos que ocorre aqui e ela precisa ser escoada, ela precisa trazer insumos e é preciso levar produtos. Daí por que eu tenho orgulho da Ferronorte, da concessão da 163,  eu tenho orgulho das obras de duplicação da BR-163 com a 364, enfim, a todas as obras que nós viemos fazendo juntos e em parceira aqui no estado.

E eu queria dizer para vocês que no meu governo também nós não olhamos só para as obras que a gente vê, como as casas e as estradas, e as vias públicas. Nós olhamos também para aquelas obras que estão enterradas no chão, e que geralmente as pessoas não davam importância porque não são obras visíveis. Mas, indiretamente, elas são muito visíveis porque elas afetam a saúde, os níveis de mortalidade infantil, elas atingem as doenças. Eu me refiro ao saneamento, que é o esgoto, que é o tratamento de água que nós... e a ampliação da oferta de água. Nós aqui temos, em parceria, quase 1 bilhão de reais nessa área.

Queria também falar da pavimentação de vias urbanas que nós autorizamos em torno de 428 milhões de financiamento. E destacar algo muito importante, muito importante porque no início é um problema, no fim é uma solução. Qual é essa obra que no início é um problema e depois vira uma solução? É todos os problemas que a gente tem quando começa a fazer uma obra dentro de uma cidade: atrapalha o trânsito, faz com que o trânsito demore. Agora resulta num benefício fantástico. Ao serem concluídas, viram benefícios.

Eu tenho certeza, governador – eu conheço as obras que nós fazemos aqui em parceira –, eu tenho certeza que é um dos maiores legados, viu, prefeito? Um dos maiores legados que será deixado para Cuiabá. E não é só por causa da Copa, porque nem todas essas obras têm a ver com a Copa. Isso é uma coisa importante da gente saber. A maioria dessas obras, a grande maioria dessas obras tem a ver com a vida de cada um dos cuiabanos, a melhoria do transporte urbano de massa, de cada homem, de cada mulher, de cada criança aqui de Cuiabá. E por que isso? Porque é fundamental que Cuiabá, que é uma cidade que está em expansão, não chegue a ter os problemas que as maiores cidades do nosso país tem. Daí eu tenho muito orgulho, viu governador, de em parceria com vocês, estar fazendo o VLT Tenho muito orgulho, e vou falar porque eu tenho esse orgulho todo. Porque eu vejo o seguinte: durante anos a fio, anos a fio, não se investiu em obras em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, as três, estou falando das três maiores cidades do Brasil. E aí o que acontece? Acontece que quando você chega a ter 8 milhões de habitantes, 4 milhões  de habitantes, 5 milhões de habitantes, a vida na cidade vira um problema seríssimo. E aí por que virou um problema seríssimo? Porque não investiam, não investiram, no passado, suficientemente em obras por trilho. E aí eu quero cumprimentar o governador por ter feito VLT. O VLT daqui é a base, o início para todo o sistema integrado de transporte que eu tenho a certeza, será essencial, cada vez mais que esta cidade crescer.

Daí, eu quero falar da implantação das duas linhas do VLT. A primeira... o primeiro trecho, Cuiabá-Várzea Grande, e o segundo trecho, Cuiabá-Tijucal. Quero falar da duplicação da Estrada da Guarita, que liga o aeroporto até o Corredor Mário Andreazza. Quero falar do próprio Corredor Mário Andreazza, ou da sua duplicação, e quero falar também da contratação, apesar de não iniciado ainda, do BRT que vai da avenida Dante de Oliveira até o eixo central das avenidas Getúlio Vargas e Isaac Póvoas, e dizer que o governo federal liberou os recursos para essa obra.

Quero dizer para vocês que eu fiquei muito feliz com o destaque que o governador deu aos programas de educação. E eu vou... eu não vou falar em educação aqui porque vou falar lá na formatura do Pronatec, mas eu não posso deixar de falar em dois programas que eu acredito que são muito importantes para as pessoas, aquelas que mais precisam no nosso país, que moram na periferia das cidades grandes, que moram no interior, que moram, enfim, no Norte, no Nordeste, no Centro-Oeste. É o Mais Médicos, é o fato que nós trouxemos médicos de fora, formados no exterior, para completar os médicos brasileiros. Com isso, nós estamos, esse mês, chegando a cumprir toda a meta do programa Mais Médicos. Aqui são 194 médicos solicitados, atuando em 98 municípios. Esses médicos – 194 –, quando estiverem aqui, eles irão dar cobertura para 670 mil mato-grossenses. Vejam vocês, 670 mil mato-grossenses. Daí porque eu me refiro a isso, a este final do mês, nós cumpriremos toda essa meta. Tem vários já trabalhando aqui e tem uma série já selecionados que estão no estado, e que nessa semana e na próxima começam a trabalhar, totalizando os 194 médicos.

Eu queria falar, finalmente, também para os municípios sobre as máquinas que nós estamos doando para cada município de até 50 mil habitantes. São 132 municípios, 94% dos municípios do estado receberam, por doação, uma retroescavadeira, uma motoniveladora e um caminhão-caçamba. Tudo isso porque nós queremos melhorar não só a infraestrutura, a grande infraestrutura, mas também a pequena infraestrutura de cada município.

Para encerrar, eu vou dizer para vocês uma coisa. Daqui a 49 dias começa a Copa do Mundo, e a Copa do Mundo, ela vai ter lugar aqui, aqui na cidade de Cuiabá. É uma das 12 sedes da Copa. Eu tenho certeza que os cuiabanos e os mato-grossenses receberão os nossos convidados, porque nós estamos recebendo. A Copa e o futebol voltaram para casa. Ele pode não ter nascido aqui, ter nascido na Inglaterra, mas ele se nacionalizou brasileiro há muitos anos, mesmo porque nós ganhamos cinco Copas, e ninguém tira isso de nós, cinco Copas. Temos grandes jogadores.

Mas eu queria falar aqui para Cuiabá. Aqui nós temos um dos estádios considerado o mais belo do mundo, e eu vou visitá-lo agora, assim que sair daqui, a Arena Pantanal, e eu tenho certeza que o que importa mesmo numa Copa, além... quando a gente recebe uma visita, a gente quer que a casa da gente esteja arrumada, limpa, ajeitada. Mas quem faz a recepção é cada um de nós. Você recebe uma visita e é você que tem de mostrar calor humano e tudo mais. Então, eu tenho certeza que os mato-grossenses vão mostrar que estão prontos a receber, com segurança, conforto, alegria, generosidade, todas as seleções, todos os torcedores brasileiros e dos outros países do mundo. Nós, aqui, vamos fazer a Copa das Copas, e os cuiabanos vão mostrar para o resto do Brasil e para o resto do mundo, o calor, a generosidade, a fraternidade, a amizade e a alegria dos mato-grossenses.

Um abraço a cada um de vocês.

 

Ouça a íntegra (29min23s) do discurso da Presidenta Dilma