Você está aqui: Página Inicial > Presidência > Ex-Presidentes > Dilma Rousseff > Discursos > Discursos da Presidenta > 01-09-2011 - Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na cerimônia de inauguração do Complexo Siderúrgico da Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil (VSB)

01-09-2011 - Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na cerimônia de inauguração do Complexo Siderúrgico da Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil (VSB)

Presidenta Dilma destaca os avanços na indústria siderúrgica brasileira e diz que o país tem condições de enfrentar a crise econômica, pois é imbatível pelo seu crescimento econômico e por sua capacidade de defesa

Jeceaba-MG, 1º de setembro de 2011

 

Boa tarde a todos.

Queria cumprimentar o nosso governador do estado de Minas Gerais, Antonio Anastasia,

O ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,

A ministra Helena Chagas, da Comunicação Social,

O vice-governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho,

O deputado Dinis Pinheiro, presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais,

O deputado federal Leonardo Quintão,

O senhor prefeito de Jeceaba, Júlio César Reis,

Os senhores prefeitos aqui presentes e, ao cumprimentar o Márcio Lacerda, cumprimento cada um dos prefeitos presentes,

Queria cumprimentar também o senhor Flávio Azevedo, presidente do Conselho de Administração da Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil,

E o senhor Tancredo Martins, diretor-geral da Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil, por intermédio de quem cumprimento todos os membros da Direção desta joint venture,

Queria cumprimentar o presidente Jean-Paul Parayre, do Conselho de Administração do Grupo Vallourec,

O senhor Philippe Crouzet, presidente executivo do Grupo Vallourec,

O senhor Hiroshi Tomono, presidente executivo da Sumitomo Metals,

Queria também cumprimentar o senhor Hisashi Nakagawa, presidente executivo da Sumitomo Metals, e queria, em nome dele, saudar todos os integrantes do Grupo Vallourec e do Grupo Sumitomo, aqui presentes,

Senhores e senhoras empresários do setor siderúrgico,

Senhores e senhoras trabalhadores, que tornam esta usina uma realidade,

Senhoras e senhores profissionais da imprensa,

Jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos,

Senhoras e senhores,

Estar aqui hoje em Jeceaba é, para mim, um momento especial porque participo de uma cerimônia muito relevante para o meu país e muito relevante para a minha Minas Gerais.

Primeiro, porque o meu pai trabalhou na usina Mannesmann, que antecedeu, em Belo Horizonte, a empresa Vallourec & Sumitomo. Segundo, porque a inauguração, naquela época, da Mannesmann pelo então presidente Getúlio Vargas e pelo governador Juscelino Kubitschek, em agosto de 1954, marcou de forma indelével a industrialização do nosso país. Ela é um dos marcos da nossa industrialização e, portanto, é um momento a ser sempre lembrado por nós.

Terceiro, porque esse empreendimento que nós hoje estamos inaugurando, ele marca uma nova época do Brasil. Ao longo de muitas décadas, o Brasil parou de investir em siderurgia. O Brasil, um dos maiores produtores de minério de ferro – e de minério de ferro de alta qualidade – diminuiu o seu investimento siderúrgico.

E, portanto, este momento em que nós participamos da inauguração de uma siderúrgica que tem uma característica exemplar – porque domina a tecnologia mais avançada dessa área e, ao mesmo tempo, transforma e agrega valor, em território nacional, ao nosso minério de ferro – é um momento fundamental neste momento, neste próprio momento em que nós somos um dos países que mantém uma taxa elevada de crescimento e mantém perspectivas de crescimento muito fortes.

Eu gostaria de destacar também a importância aqui para Minas Gerais e para esta região de ter uma siderúrgica. Não tenho nada contra as fábricas de doce de leite, mas eu acho que uma siderúrgica, ela permite um nível de integração muito importante em um país como o nosso. E isso por quê? Nós somos também um dos países que têm, em termos concretos – não é em termos de potencial – um dos mercados de petróleo e gás mais fortes e promissores do mundo, por dois motivos: primeiro, porque descobrimos uma das maiores reservas de petróleo e gás, a 7 mil metros de profundidade, na nossa plataforma continental. Segundo, porque a Petrobras hoje... nos próximos cinco anos... hoje fez seu planejamento estratégico e nos próximos cinco anos estará investindo US$ 224 bilhões. É um dos maiores investimentos na área de petróleo e gás do mundo e é, sem sombra de dúvida, um dos maiores investimentos entre as empresas chamadas majors da área de petróleo e gás. Isso significa uma demanda bastante forte sobre um mercado fornecedor de bens e de serviços.

Quando se fala na categoria “bens”, nós estamos falando, necessariamente, de siderúrgicas; nós estamos falando, necessariamente, de produtos que vão demandar aço, aço de qualidade, aço para que a gente explore petróleo em condições quase similares à da Lua: alta profundidade, elevada... temperaturas extremamente variáveis, tanto do ponto de vista de temperaturas baixas como de altas, e também grandes pressões.

Tudo isso torna este investimento muito bem-vindo, mesmo que ele seja para exportação neste primeiro momento, e é muito justo que seja porque esse é um mercado, aqui no Brasil, que está em desenvolvimento.

Além disso, eu queria destacar a imensa preocupação – como um terceiro fator –, a imensa preocupação do governo brasileiro com as consequências daquela crise que começou em 2008, que teve sua fase aguda com a quebra do banco Lehman Brothers, e que agora atinge a sua fase crônica, com os países da Europa e os países... os Estados Unidos e alguns países da Ásia passando por uma fase que, na melhor hipótese, é de estagnação, e, na pior, de depressão. E isso significa um período longo e complicado no cenário internacional, que nós lamentamos profundamente porque ninguém pode imaginar que as economias desenvolvidas não tenham um peso importantíssimo na economia internacional. E isso significa redução de demanda internacional.

Porém, eu acredito que os países emergentes manterão um crescimento expressivo e, por isso, sem dúvida alguma, este é o momento também de nós cuidarmos muito do nosso mercado externo, que para nós é um elemento essencial que foi a duras penas conquistado nessa nova etapa, no que se refere à sua diversificação. Nós, hoje, não dependemos de um só país, somos um país que tem uma grande diversificação no que se refere aos nossos destinos de exportação.

Assim sendo, eu queria reiterar para esses investidores para nós tão caros – porque vêm de dois países com os quais o Brasil tem feito uma parceria estratégica ao longo dos anos, com o Japão e com a França –, queria reiterar para eles, que deram demonstração da sua confiança, e eu queria dizer, uma confiança sábia, não uma confiança cega; uma confiança sábia porque, sem sombra de dúvida, esse será um dos países que mais crescerá nos próximos anos, nós temos todas as condições de estar entre as primeiras economias do mundo. E eu quero reiterar para eles, neste momento que todos nós sabemos que é um momento de turbulências, de incertezas internacionais, que o Brasil tem todas as condições para enfrentar a crise. Primeiro, porque nos encontramos em melhores condições, do ponto de vista monetário e financeiro, do que estávamos em 2008, quando fomos os últimos a entrar em crise e os primeiros a sair. Hoje, temos uma reserva que monta a mais de US$ 350 bilhões; temos, dentro do Banco Central, 420 bilhões de depósitos compulsórios. Eu falo isso porque é uma demonstração de que, para o Brasil, tomar qualquer medida – qualquer medida – de defesa do nosso crédito, tanto nacional como internacional, ele não precisa de usar recursos fiscais. Nós temos reservas e compulsório, o que é muito importante, porque os senhores sabem a dificuldade que os países desenvolvidos estão tendo porque comprometeram uma parte dos seus recursos fiscais, salvando suas economias.

Isso também tem um grande fator de sustentação, que é o fato de nós termos um dos mercados internos que mais crescem, e mais crescem por vários motivos, entre eles o que eu acho que é o mais relevante pelo fato de nós termos trazido para se tornar consumidores – cidadãos, trabalhadores, empreendedores – uma “Argentina” ao longo dos últimos oito anos. Na verdade, 40... 39,5 bilhões... milhões – desculpa – de brasileiros se transformaram em cidadãos consumidores e produtores nos últimos oito anos. É uma “Argentina” em termos de consumo.

É isso, junto com a manutenção dos programas de investimento – um programa de investimento da ordem do Minha Casa, Minha Vida, que começou com 1 milhão de moradias e agora, na sua segunda fase, passa para 2 milhões –, juntamente com investimentos em infraestrutura dos mais variados, tanto na área energética, como na área logística, junto com os preparativos para a Copa do Mundo – os estádios – e também com as Olimpíadas, enfim, junto com as decisões de investir, de grupos, como este que nós hoje estamos aqui visitando, comemorando e parabenizando, que tornam, de fato, o Brasil um país capaz de resistir à crise.

Ao contrário de muitas outras trajetórias e caminhos, o nosso caminho é claro. O nosso caminho é: nós vamos continuar crescendo, nós vamos continuar investindo, nós não queremos o país... em recessão, nós temos armas suficientes, mas nós também vamos manter a estabilidade do nosso país. Por isso é que eu tive o cuidado de frisar que nós temos armas para combater a crise sem gastar, para o fim de conter ações internacionais de especulação ou de consequências financeiras dramáticas em alguns segmentos, como foi a quebra do Lehman Brothers em 2009, recursos que não são propriamente os orçamentários.

Finalmente, eu queria voltar para este momento. Eu acredito que estar aqui hoje participando deste momento é algo muito importante para a Presidenta da República. O que eu vi aqui, nesta passagem, mostra de fato um grande avanço na indústria siderúrgica, que eu conheci bem mais, eu diria assim: em comparação com hoje – naquela época a gente achava avançadíssima – mas em comparação com hoje, é absolutamente inimaginável uma linha de produção como a que eu vi na laminadora. Então, eu queria parabenizar; lamentar que não tenha podido olhar com mais cuidado todo o procedimento industrial e dizer que, de fato, para o Brasil e para Minas Gerais, é muito importante que a Vallourec & Sumitomo tenha feito um empreendimento dessa envergadura. E, também, como uma demonstração de como é possível se gerar valor utilizando os minérios de ferro aqui de Minas, algo que muito nos preocupa.

Mas eu queria mesmo era dar parabéns à Vallourec & Sumitomo, ao governador Anastasia, porque eu tenho certeza de que ele é um dos artífices deste projeto, pela sua determinação em viabilizá-lo, pela percepção da importância dele para nossa Minas Gerais.

Cumprimentar todos vocês aqui presentes e agradecer pela atenção, e mais uma vez assegurar a vocês que nós, por esse caminho, somos um país imbatível no que se refere ao nosso crescimento econômico e à nossa defesa em relação às crises internacionais.

Muito obrigada.

 

Ouça a íntegra do discurso (16min24s) da Presidenta Dilma

 

Salvar

Assunto(s): Governo federal