15-08-2012 - Entrevista coletiva concedida pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, após cerimônia de anúncio do Programa de Concessões de Rodovias e Ferrovias - Brasília/DF
Brasília-DF, 15 de agosto de 2012
Jornalista: Presidenta, fala aqui com a gente.
Jornalista: Por favor, uma palavrinha aqui.
Presidenta: Perfeitamente porque eu estou com saudades...
Jornalista: Saudades.
Presidenta: Oi. Estou primeiro dando oi. Não adianta assim não.
Jornalista: Só para pegar o microfone, Presidenta.
Presidenta: Eu falo alto, vai chegar lá. Gente, primeiro isso: eu estava com saudades. Segundo, estou falando sobre... eu acho que é importante isso para o país como um todo. Acho que nós temos de retomar nossa capacidade de planejar na área de logística. Esse projeto é um projeto que ele visa assegurar que o país comece a ter, cada vez mais, uma estrutura de transporte compatível com o tamanho dele. Por isso, nós estamos fazendo esses investimentos, para fazer 10 mil quilômetros de ferrovia. Um país continental que não tem ferrovia, que utiliza suas estradas para transportar, por exemplo, minérios, é um país que vai sucatear os estradas, porque a ferrovia, ela é compatível com o transporte de cargas de alta tonelagem. É importante que nós tenhamos ferrovias, e é importante que nós conectemos as ferrovias com as rodovias.
Quando nós finalizarmos - na última apresentação de portos -, nós vamos mostrar a integração de toda a logística, porque esta apresentação hoje, ela faz parte de um conjunto de apresentações. Na próxima, nós faremos sobre aeroportos, tanto os grandes aeroportos do país, como o fato do país necessitar de uma rede de aeroportos regionais.
Jornalista: (inaudível) quando (incompreensível), Presidente?
Presidenta: Eu diria para vocês que é nas próximas semanas. Eu não vou dizer data exata. E também vamos fazer até metade... até 15 de setembro... Opa! Pode deixar que... Ah! Você esta aí.
Jornalista: Estou aqui.
Presidenta: Pensei que você estivesse... Ah, você está do lado de lá! Você é flexível, hein? Você passou ali.
Jornalista: Privatização, Presidenta?
Presidenta: Meu querido, esta é uma questão absolutamente falsa. Eu, hoje, estou tentando consertar em ferrovias alguns equívocos cometidos na privatização das ferrovias. Hoje, eu estou estruturando um modelo no qual nós vamos ter o direito de passagem de todos quanto precisarem transportar sua carga.
Na verdade, é o resgate da participação do investimento privado em ferrovias, mas é também o fortalecimento das estruturas de planejamento e de regulação. Por que o que um operador independente vai fazer? Ele vai transportar a carga que ele achar necessária. Ninguém que é dono de uma carga pode controlar uma ferrovia. A ferrovia é de todos os que querem passar carga – isso é o princípio de quem tem rede.
Mas, voltando ao que estava falando para vocês... no final então, nós vamos articular todos os modais. E eu queria também dizer que nós pretendemos – também até metade de setembro -, nós pretendemos lançar também toda a nossa questão relativa ao custo da energia elétrica, tá?
Jornalista: Por que isso pode alavancar o crescimento do Brasil, Presidenta?
Presidenta: Ô gente... reduz custos. Quando reduz custo, nós estamos querendo que o Brasil cresça em uma taxa elevada, por um período longo – elevada para nós é em torno de 5... 4,5... 5 constante.
Jornalista: Taxa de quanto, a senhora acha?
Presidenta: E isso é necessário, isso para nós é fundamental para quê? Para garantir emprego. O nosso povo...
Jornalista: Isso já para o ano que vem também? A senhora acha que já dá?
Presidenta: Minha querida, isso é um processo que mexe com investimento e com expectativa. Nós esperamos estar construindo um ambiente adequado para o crescimento. Agora, mas também no médio e no longo prazo. Porque nós estamos olhando é o investimento no curto, no médio e no longo prazo. Este não é um programa de investimento que esteja desconectado do PAC. Ele está integrado ao PAC, e ele faz parte de uma visão de médio e de longo prazo do crescimento do país. Obrigada.
Jornalista: E a greve, Presidenta? Está preocupada com a greve? Joga vôlei com a gente, Presidenta.