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06-03-2015 - Entrevista coletiva concedida pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, após cerimônia de entrega de 1.472 unidades habitacionais dos Residenciais Bela Suíça II e III, do Programa Minha Casa Minha Vida - Araguari/MG

Araguari-MG, 06 de março de 2015

 

Presidenta: É muito importante esse ato porque são... a primeira parte das 1.472 casas que nós estamos entregando aqui, em Araguari. Aí vocês vejam: isso faz parte de um programa que começou lá atrás, nós começamos a fazer o programa em 2009, ele foi implantando mesmo quando começamos a contratar na metade de 2010. De 2010 até agora, nós já conseguimos entregar 2 milhões de moradias… é 2,080 milhões. Cada dia muda o número, é um sufoco você acompanhar. E temos  já contratadas, em construção, 1.680, algo assim. O que significa isso? Significa que esse programa já teve a fase I e já teve a fase II. Agora, nós estamos elaborando a fase 3. Cada vez a gente aprende com a fase anterior e também a gente consegue fazer melhor e mais bem feito. Quando nós começamos, o piso era de cimento, um concreto um pouco mais forte, mas ele não dá garantia de que a casa não vai ter uma deterioração. Então, mudamos, já conseguimos mudar no Minha Casa, Minha Vida 2 para piso de cerâmica, inclusive, refizemos alguns do Minha Casa, Minha Vida 1. Abrimos um pouco mais as janelas, colocamos a forma de captação de energia mais barata que é a solar térmica, principalmente, para o uso de água de banho. E fomos melhorando. Com essa questão de solar, nós diminuímos a conta de energia para a população de mais baixa renda.

Além disso, nós estamos agora focando numa questão, que é o fato que é mais fácil fazer essas moradias nas cidades médias, como é o caso aqui de Araguari, que tem um pouco mais de 100 mil habitantes, do que numa grande cidade ou numa cidade acima de 500 mil ou nas grandes metrópoles brasileiras devido ao custo da terra. Então, nós estamos agora aperfeiçoando novamente o programa que nós vamos focar na importância que é garantir também para onde se concentra a população no Brasil. A população no Brasil é urbana e, infelizmente, por conta de toda a questão urbana que isso envolve, ela se concentra nas grandes cidades. Então, nós temos de readequar o programa para, de fato, suprir essa demanda.

Eu acredito que esse é um dos mais importantes programas do meu governo. Nós iremos contratar, até 2018, nós vamos contratar mais 3 milhões de moradias nas diferentes faixas. Com isso, nós começamos agora o processo, abrimos a discussão, vamos discutir com os movimentos sociais, com as empresas... Porque esse programa é um programa interessante, ele foi feito em parceria com todo o pessoal das empresas, porque ele é um programa direto: é Caixa - empresa; Caixa - o dono do apartamento. Quem é o depositário e quem recebe o financiamento é o dono do apartamento. E por isso nos 10 anos esse apartamento está bloqueado. Ele não pode ser vendido, nem comercializado.

E nós agora temos um outro desafio que é construir as condições condominiais, porque há que garantir que as pessoas saibam administrar e manter essa estrutura. Nós temos clareza que casa é um dos tijolos fundamentais sobre os quais você constrói não só o crescimento do país, mas a possibilidade para cada família brasileira de ter um futuro para suas crianças e adolescentes. Por isso que eu falei nos CEUs aqui perto, por quê? Porque casa rima com duas coisas: acesso à educação, acesso à cultura e acesso a serviços públicos de qualidade. Aqui vai ter um CEU, o primeiro CEU de cultura e esporte. É importante porque, vocês vejam, é quase um município, 1.472 moradias multiplicado por 4, vocês vêem que pode ser…

 

Jornalista: maior que muito município, presidente.

 

Presidenta:  Mineiro e brasileiro - 6 mil moradias… Então, 6 mil pessoas, desculpa, 6 mil moradores. É maior que muito município por esse país afora. Eu tenho verdadeira paixão pelo Minha Casa, Minha Vida.

 

Jornalista: O Minha Casa Melhor vai voltar?

 

Presidenta: O Minha Casa Melhor, dentro disso, também nós estamos revendo, sabe por quê? Porque, ao contrário do Minha Casa, Minha Vida, que tem baixíssima, vamos dizer, para os padrões brasileiros, tem baixa inadimplência. O Minha Casa Melhor começou com inadimplência. Então, o que nós vamos fazer? Nós estamos avaliando incluí-lo dentro no Minha Casa Melhor… Minha Casa, Minha Vida, aí de forma mais simples.

Esse é um processo de avaliação. Em 2011 nós fizemos um ajuste, se vocês perceberam, esse ajuste fez com que nós só começássemos a contratar no final do ano. Muito provavelmente vai acontecer. A gente vai fazendo o ajuste porque tem de passar, tem de discutir, tem de construir um consenso em torno desse três anos futuros, incluindo avaliações, como é que vai ficar.... a gente também  faz um balanço, porque você aprende com o que você faz. Em qualquer programa você aprende com o que você faz. Eu sempre digo que no… qual é o sucesso do Bolsa Família? Sabe qual que é o sucesso do Bolsa Família? Foi lá o Patrus que implantou o Bolsa Família. Aí já passou pela Tereza e pelo Patrus. Com isso, nós fomos aprendendo muito. O Patrus se lembra no início como foi difícil, não é, Patrus? O pessoal falava que ia ser um horror, que não ia dar certo, que ia ter gente que não ia... Por que que deu certo? Porque nós fazemos uma auditoria, nós fazemos uma avaliação do programa sistematicamente. Para vocês terem uma ideia, o ano passado, era ano de eleição, tradicionalmente, no Brasil, ninguém faz revisões em ano eleitoral. Nós tiramos 1 milhão e 300 mil famílias porque estavam com a renda acima do benefício, então não estavam no foco do programa, e incluímos 750 mil que, por vários motivos entraram. Isso é próprio do programa. No Minha Casa, Minha Vida nós vamos para 3 milhões. Pela primeira vez nós vamos para 3 milhões. Se você me perguntar:  é ousado, presidente? É ousado. Agora, é factível. Sabe por que é factível? Porque a gente aprendeu. E você aprende com o que você faz. Um Beijo.

 

 

 

Ouça a íntegra da  entrevista (07min49s) da Presidenta Dilma.