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11-12-2015 - Entrevista coletiva concedida pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, após cerimônia de entrega do Prêmio Direitos Humanos 2015 - 21ª Edição

Brasília, 11 de dezembro de 2015

 

Presidenta: Bom dia, gente. Eu vou falar bem rápido com vocês hoje. Mas vou falar né, Tânia. Eu acho que vocês viram a importância que nós somos um país que estamos na 21ª edição do Prêmio de Direitos Humanos. E o Prêmio de Direitos Humanos é algo - só um instantinho gente, senão eu vou atrapalhar a moça aqui - O Prêmio de Direitos Humanos, eu acho, é um momento especial em que a gente entrega para personalidades, pessoas e para instituições que combatem, no Brasil, trabalho escravo, que olham a questão dos direitos e das oportunidades para a população quilombola, indígena, para a pessoa com deficiência, para toda a questão da abertura do país para a ampla informação através, por exemplo, da Lei de Informação, para combate e para, eu acho, desenvolvimento de processos de fortalecimento do nosso sistema judiciário, com essa questão da apresentação do preso 24 horas depois diante de um juiz, do combate à tortura. Enfim, todo um processo em que nós temos várias conquistas.

Mas eu encerro dizendo o seguinte: também é necessário que no dia do prêmio você tenha consciência do seguinte, para cada conquista tem um novo desafio; para cada conquista se sabe o muito que ainda nós temos de caminhar, até porque nós somos uma democracia bastante jovem ainda. E a gente sabe que sem democracia não têm direitos humanos crescendo, se incorporando e revigorando. E sem direitos humanos também você não tem uma democracia sólida, uma democracia que tenha instituições maduras.

 Jornalista: (Inaudível)

Presidenta: Essa é uma questão que o governo está discutindo.

 Jornalista: (Inaudível)

Presidenta: O governo está discutindo isso. Dentro do governo podem ter posições diferentes. Nós estamos discutindo isso.

 Jornalista: … o Temer, presidente, depois daquele encontro que vocês tiveram…

Presidenta: Logo depois da reunião com o Temer nós declaramos, tivemos uma conversa pessoal e institucionalmente, do meu ponto de vista, muito rica. E colocamos a importância de todos nossos esforços em direção à melhoria da situação econômica e política do País.

 Jornalista: Na conversa ele teria pedido à senhora, presidente, que a senhora…

 Presidenta: Gente, olha, não é viável duas perguntas simultâneas, porque eu olho para cá e olho para lá. Então, fica difícil.

 Jornalista: … na conversa, ele teria pedido à senhora que não interferisse nas questões do PMDB…

 Presidenta: … a minha conversa com o vice-presidente Temer, presidente do PMDB, eu entendo que ele tenha considerações a respeito do PMDB, ele é presidente do partido. Então, o governo não tem o menor interesse em interferir nem no PT, nem no PMDB, nem no PR. Agora, o governo lutará contra o impeachment. São coisas completamente distintas.

 Jornalista: E a senhora acha que há risco de rompimento?

 Jornalista: … partidos da Base, presidenta?

 Presidenta: Como?

 Jornalista: (Inaudível)

 Presidenta: Meu querido, eu não respondo perguntas com esse grau, 90 de subjetividade.

 Jornalista: Presidenta, a senhora acha que há risco de rompimento?

 Jornalista: (Inaudível)

 Presidenta: Não é nenhuma novidade, né, Tânia? Não é possível que os jornalistas aqui presentes tenham ficado surpreendidos. Aliás, a base do pedido e das propostas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é o PSDB. Sempre foi. Ou alguém aqui desconhece esse fato? Porque senão fica uma coisa um pouco hipócrita da nossa parte nós fingirmos que não sabemos disso.

 Jornalista: Presidente…

Presidenta: Minha querida eu sinto muito, mas eu já respondi essa pergunta que foi a primeira. Gente, muito obrigada. Vocês já começaram a se repetir. Beijos.