15-09-2015 - Entrevista coletiva concedida pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, após cerimônia de entrega do XXVIII Prêmio Jovem Cientista – Segurança Alimentar e Nutricional - Brasília/DF
Palácio do Planalto, 15 de setembro de 2015
Jornalista: …. o governo pode crescer a CPMF para atender os governadores e aos municípios. 0,32, 0,35..
Presidenta: Tânia, eu queria te informar o seguinte: a proposta do governo e a proposta que nós vamos enviar ao Congresso é 0,20[%]. A proposta que o governo federal fez de uma contribuição provisória para Previdência, uma CP-Previ. É esta proposta que nós estamos enviando ao Congresso. O governo não aprova a CPMF, quem aprova a CPMF é o Congresso. Essa CPMF que vocês estão chamando, a gente também, ela é diferenciada porque ela é destinada fundamentalmente para a Previdência. E ela é provisória. Por quê? Porque nós sabemos que este período tem uma depressão cíclica na Previdência. Sempre é assim. A Previdência tem uma queda quando diminui a atividade econômica. Ela tem uma queda cíclica, uma depressão cíclica. Então, nós, a nossa proposta é carimbada, ela vai assim. Agora, como será feito no Congresso é um outro processo de discussão. Nós nos empenharemos bastante, primeiro para aprovar essas medidas, porque elas são necessárias. E elas não são necessárias porque nós queremos tomá-las, elas são necessárias porque passamos por um momento em que é fundamental que saiamos dessa situação de restrição fiscal o mais rápido possível para poder voltar a crescer, para poder gerar os empregos necessários para o país.
Jornalista: (inaudível)
Presidenta: Minha querida, o governo vai apresentar a sua redução, a sua reforma administrativa. Antes de quarta-feira, até quarta-feira... não, quarta-feira da semana que vem, porque eu vou para ONU fazer a abertura da… Eu apresentarei a reforma administrativa, e vocês aí poderão perguntar tudo o que quiserem sobre como é que ficam as coisas. Vou fazer junções de ministérios, vou juntar não só ministérios, mas grandes órgãos do governo, vamos diminuir... se eu te der, por exemplo, acaba toda a graça até quarta-feira.
Jornalista: (inaudível)
Presidenta: Vou, além disso, reduzir os DAS e vamos tomar uma série de medidas administrativas para enxugar a máquina e focá-la. Posso te assegurar que será uma avaliação muito estrita de tudo que o governo hoje tem na área administrativa. Posso te assegurar isso.
Jornalista: (incompreensível)
Presidenta: Tânia, a gente, eu mantenho tudo que eu disse antes, eu disse que ia fazer até dez. E quando for oportuno, eu vou deixar claro para vocês quais são, quantos são, como é que serão, quais são as junções além dos ministérios e órgãos. Porque tem órgãos que são maiores que ministérios. Bastantes.
Jornalistas: (incompreensível)
Presidenta: Mais uma.
Jornalistas: (incompreensível)
Presidenta: Tânia, eu estou discutindo o seguinte: eu estou… obviamente, o governo está atento a todas as tentativas de produzir uma espécie de instabilidade profunda no país. O pessoal do “quanto pior, melhor”. Esse pessoal, só eles ganham. A população e o resto dos setores produtivos, de trabalhadores, cientistas, perdem. O Brasil a duras penas conquistou uma democracia. Eu sei do que eu estou dizendo. Eu sei quantas penas duras foi para conquistar a democracia. Nós não vamos, em momento algum, concordar ou faremos tudo para impedir que processos não-democráticos cresçam e se fortaleçam. Obrigada, Tânia.
Ouça a íntegra(04min39s) da entrevista concedida pela Presidenta Dilma Rousseff