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18-03-2013 - Entrevista coletiva concedida pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, após visita à sede das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura - FAO

Roma-Itália, 18 de março de 2013

 

Jornalista: Como é que foi o encontro, então, Presidente?

Presidenta: Para nós, sobre a FAO... você sabe que essa é uma organização multilateral que o Brasil tem todo um interesse, e mais, uma identificação. Eu acredito que tratar a questão da fome no mundo é algo fundamental, porque enseja, de fato, uma perspectiva de cooperação internacional baseada em princípios de paz, de humanitarismo. E o Brasil tem uma tecnologia de combate à pobreza extrema, o Brasil tem uma tecnologia social. Assim como tem tecnologias que desenvolvem produtos, tem uma tecnologia com uma grande capacidade e uma grande, eu acho... um grande conteúdo de elevar o nível de vida das pessoas. Baseado em quê? A nossa tecnologia brasileira é baseada em prover renda mínima para as pessoas e para as famílias não terem de se submeter a essa tragédia que é a fome. A nossa, no Brasil, é baseada num cadastro que nós desenvolvemos, no fato de que utilizamos um cartão que elimina o clientelismo, elimina o uso político da relação daqueles que não têm renda e ela tem que ser garantida pelo Estado – é um direito do cidadão – e é atribuído às mulheres, porque a mulher tem um papel essencial na família humana. A mulher, ela é uma provedora dos filhos.

 

Jornalista: No encontro de hoje com a Cristina Kirchner, o Papa falou sobre isso, falou sobre uma integração da América Latina, inclusive em relação ao trabalho junto aos pobres. A senhora acredita que isso pode ser uma contribuição também?

Presidenta: Logicamente que sim. Acho que um Papa preocupado com a questão dos pobres no mundo, ele tem um papel especial, e eu acho que ele cumpre aí, vamos dizer assim, os princípios básicos que inspiraram o Cristianismo e inspiraram Cristo.

 

Jornalista: A senhora vai falar sobre isso com o Papa, sobre fome e pobreza?

Presidenta: Vou, sim.

 

Jornalista: Presidente, sobre as enchentes, a senhora foi informada?

Presidenta: Fui informada, inclusive conversei agora à tarde... À tarde, não. Lá não era tarde, por causa da diferença de quatro horas, né? Conversei logo na primeira parte do dia, tanto com o governador Sérgio Cabral, inclusive ele estava se dirigindo para Petrópolis. Ele me disse que infelizmente duas pessoas ligadas à Defesa Civil foram vitimadas, foram buscar e pedir para famílias serem retiradas. Conversei também com o governo brasileiro, né, com a ministra Gleisi Hoffmann, que está provendo todos os recursos necessários para que as vítimas... que não haja mais vítimas, que se minimize isso, porque nós temos um sistema de prevenção. O problema é que muitas vezes as pessoas não querem sair, né? E é uma situação muito difícil porque choveu 300 milímetros, que é mais... é quase o tanto que chove em um ano em algumas regiões do Brasil choveu em um dia em Petrópolis. Então, de fato, todo o sistema de proteção de desastre que nós temos, ele está sendo totalmente mobilizado para atender aquela região.

 

Jornalista: A prevenção estava com algum tipo de problema?

Presidenta: Não, não está, não estava com algum tipo de problema, não. A nossa prevenção, hoje, avisa as pessoas. Eu acho que vão ter de ser tomadas medidas um pouco mais drásticas para que as pessoas não fiquem nas regiões que não podem ficar, porque aí não tem prevenção que dê conta, se você fica numa região, num determinado lugar, mesmo sabendo que tem que sair, né? E os dois... as duas pessoas, os dois servidores públicos que morreram, a gente tem de honrá-los porque eles estavam justamente tentando retirar essas pessoas. É uma questão também de conscientizar porque senão... de fato, o homem não tem condição de impedir desastre, não tem. O que ele pode impedir é a consequência do desastre, e é isso que a gente tem lutado para fazer no Brasil, seja através dos sistemas de satélite, seja através dos pluviômetros, seja através da articulação de todas as defesas civis do Brasil.
Obrigada, gente.

 

Ouça a íntegra da entrevista (04min46s) da Presidenta Dilma

 

 

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Assunto(s): Governo federal