11-08-2011 - Entrevista coletiva concedida pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, às rádios Verdes Mares AM 810, FM 93 e Jangadeiro FM, de Fortaleza/CE
Fortaleza-CE, 11 de agosto de 2011
Jornalista: Bom dia, meu caro Ênio Carlos, é um prazer, uma satisfação, muito bom dia a todos os amigos ouvintes da FM 93 rádio Verdes Mares, e ainda Jangadeiro FM. Essas são as emissoras do complexo que vão estar transmitindo, a partir de agora, uma entrevista com a Excelentíssima senhora vice-presidente... presidente da República, senhora Dilma Rousseff.
Então, na oportunidade, eu gostaria de agradecer desde já aos companheiros Paulinho Leme, da FM 93, e ainda a Paulo Costa, da Jangadeiro.
Presidente, muito bom dia, seja bem-vinda ao estado do Ceará.
Presidenta: Eu queria cumprimentar o Evandro Nogueira, da rádio Verdes Mares, de Fortaleza; Paulo Costa, da rádio Jangadeiro, de Fortaleza; Paulinho Leme, da rádio FM 93, também de Fortaleza. E queria cumprimentar todos os nossos queridos moradores aqui de Fortaleza e também todos os cearenses que estão nos ouvindo nesta manhã de hoje.
Jornalista: Então, Presidente, vamos começar exatamente com a rodada de conversações. Paulo Costa, por favor.
Jornalista: Presidenta, um prazer, e, inicialmente, uma pergunta que acho que vai pegar todo mundo, porque fala de futebol. Para a senhora...
Presidenta: Não é o meu clube de preferência, não é?
Jornalista: Para a senhora, a senhora acredita que o Brasil esteja preparado, em 2014, para ter uma Copa do Mundo sem nenhum problema?
Presidenta: Vou te falar uma coisa, Paulo. Eu tenho certeza de que o Brasil vai estar preparado, em 2014, para fazer a melhor Copa do Mundo, e eu te digo isso por um motivo. Nós, junto com os governadores e os prefeitos das cidades da Copa, estamos tomando todas as providências para que isso aconteça. Tem dois tipos de obras que nós estamos realizando, aquelas obras que são essenciais para a Copa. Vou dar um exemplo: os estádios, sem o que a Copa não sai. Nós temos um esforço imenso, tem... como o caso aqui de Fortaleza, você tem estádios que estão já em processo de construção e eles têm de ficar prontos até dezembro de 2013 para ser uma situação extremamente...
Jornalista: Confortável.
Presidenta: ...tranquila e confortável. E outros, que estão um pouquinho mais demorados, mas todos eles, até agora - até essa nossa última avaliação e monitoramento -, ficarão prontos.
Depois você tem os aeroportos. Os aeroportos, nós estamos cumprindo à risca um cronograma para ampliar aqueles aeroportos que são os mais congestionados do país, e aí não é só por causa da Copa, é porque tem uma taxa de crescimento do pessoal que antes não viajava de avião e agora, por melhoria de renda tem acesso às suas primeiras viagens de avião. Vem aqui para o Ceará, por exemplo,desfrutar das praias aqui do Nordeste, que quando a gente conhece nunca mais quer ir a uma praia mais (incompreensível) no Sul e, o que provocou o movimento de mais de 20% de crescimento. Então, os aeroportos, também, nós estamos dando um tratamento para eles - e aí não é só para a Copa - é porque nós precisamos resolver o problema para a próxima temporada de férias, isso São Paulo e Brasília que são os mais congestionados do país. E, vamos fazer um processo de concessão com a Infraero ficando com 49% e a iniciativa privada com 51%.
No que se refere ao que nós chamamos de legado para a Copa, não é obra essencial, mas é o legado que nós deixamos para a população. É o VLT, é um trecho de criação de condições de infraestrutura urbana para ficar para a cidade, para além da Copa. Muitos desses investimentos - são em torno de 50 obras - nós fizemos um trato em uma reunião com governadores e prefeitos das cidades da Copa: todas as obras que ficarem licitadas até o final deste ano, elas entram no financiamento e na prioridade do que nós chamamos de Programa de Aceleração do Crescimento - Mobilidade Urbana/Copa de 2014. O que não ficar, continua na prioridade, mas ele tem de estar pronto até dezembro de 2013 para ser considerada obra da Copa.
Também houve uma aceleração. Estava bastante lento esse processo e agora os governadores e os prefeitos tomaram uma iniciativa muito forte e isso melhorou bastante. Então eu posso te dizer o seguinte: aeroporto, estádio, obras de transporte urbano e, além disso, nós vamos ter também algumas iniciativas muito importantes. Em todas as cidades da Copa nós teremos de ter, como vocês sabem e vão participar, nós teremos de ter uma estrutura de transmissão de banda larga para poder dar acesso a televisões internacionais que vêm aqui. Isso também vai ser algo que nós já começamos a fazer, a Telebrás, junto com as empresas de telefonia e todas aquelas que desejarem vão participar desse processo. Nós queremos ter nas cidades da Copa, no entorno, uma estrutura muito importante de transmissão de imagens, de dados, de voz e, ao fazer isso, nós melhoramos o entorno das cidades no que se refere a acesso à internet.
Jornalista: Paulo (incompreensível). Ok, bom dia, Vossa Excelência, muito obrigado por estar marcando presença mais uma vez aqui na nossa terra do sol, nosso Ceará. E, um momento histórico, não é, porque pela primeira vez a senhora está visitando a nossa cidade como Presidente eleita, a última vez em que esteve aqui estava em campanha. E, um momento histórico para o nosso estado como um todo, porque hoje a senhora vem fazer inaugurações importantes para o nosso estado, principalmente lá no terminal do Pecém. Daqui a pouquinho, o TMUT, que é esse terminal que vai quintuplicar todo o serviço de capacidade de movimentação dos containers do nosso porto. Isso é de grande valia para a nossa riqueza, para o nosso estado, o nosso governador Cid Gomes está aqui presente nesta entrevista e sabe muito bem disso. E logo mais, à tarde, junto com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a senhora vai inaugurar uma policlínica que vai ser sinônimo de progresso na área de saúde do nosso estado, atendendo aí seis municípios na área de Oncologia, câncer de mama e colo de útero, que é bastante importante.
A minha pergunta, senhora Presidenta, é sobre essas novas estruturas que estão chegando ao nosso estado. Num futuro próximo, nós vamos ter equipamentos importantes como a siderúrgica e também uma refinaria de petróleo que é tão esperada por todos nós, cearenses, e a gente ainda convive com um problema histórico na nossa cidade e no nosso estado, que é questão da extrema pobreza no Nordeste e especialmente no Ceará.
Em recente pesquisa, o nosso Ceará está em quarto lugar de estados mais pobres do nosso Brasil. Pergunto eu: junto aos jovens de 0 a 14 anos, 18% estão abaixo desse índice de pobreza. No que essas ferramentas vão contribuir para acabar com esses problemas sociais que temos no nosso estado? Porque, para trabalhar em uma refinaria como essa ou para trabalhar em uma siderúrgica tem que ter um nível técnico especializado. Como é que a senhora tem trabalhado para isso?
Presidenta: Olha, primeiro, eu queria falar uma coisa, viu Paulinho. É o seguinte: eu assisti, nos últimos anos como ministra do Presidente Lula, um imenso esforço do Ceará e aí do governador Cid Gomes, que está aqui conosco, para trazer para o Ceará essa siderúrgica. Ele até estava me dizendo há pouco que isso é um esforço histórico das lideranças aqui do Ceará e que remontam até o Virgílio, o Virgílio Távora, não é, Cid? Então esse é um momento muito especial aqui para o Ceará porque essa é a primeira siderúrgica aqui do Nordeste, é a primeira siderúrgica da região e é um passo histórico, porque a siderúrgica significa que nós vamos, aqui no Nordeste, ali no Porto de Pecém, ter uma estrutura de geração, não é só de emprego específico naquele lugar, mas é tudo que ele pode trazer no entorno por causa desse processo, que é um processo industrial mais sofisticado, é a chamada indústria pesada. Com ela - você veja que coisa interessante -, mesmo que você exporte uma parte importante da produção, uma outra parte, você pode ali ter um estaleiro produzindo navio com o que a siderúrgica produzia.
Então, nós vamos hoje lá no Porto de Pecém fazer atos, que são atos muito significativos para o Ceará, para o Nordeste e para o Brasil, porque para o Brasil é importante que aqui tenha essa planta. Nós vamos trabalhar o Porto, nós vamos ver um terminal, ali, de carga, enfim, é uma infraestrutura junto com uma siderúrgica que o Nordeste não tinha.
Aí você vai para a refinaria Premium. Uma refinaria Premium, você leva uns seis a sete anos para construí-la completa e para ela estar no seu auge, mas ela começa produzindo antes. Ela vai... ela tem um processo de produção e em cinco anos, quatro e meio, cinco anos, ela começa já a produzir alguma coisa. Agora, ela mobiliza uma quantidade de trabalhadores e ela mobiliza também toda uma indústria que vai fornecer equipamento, vai fornecer serviço para construção, porque no auge do processo, você chega a ter quase 20 mil trabalhadores.
Então, neste momento, essas duas obras - eu estou dando só o exemplo dessas duas -, elas têm um papel que é... o primeiro efeito delas é gerar empregos aqui, gerar bastante empregos, e as pessoas, para trabalhar lá, principalmente jovens, vão ter de ser capacitadas, que aí é uma outra coisa muito importante que nós fazemos. É também criar uma rede para garantir que haja mão de obra especializada para trabalhar, porque a gente não quer trazer do resto do país. A gente quer que...
_________: Acho que é para ter 40 escolas técnicas.
Presidenta: Quarenta escolas técnicas.
_________: (incompreensível)
Presidenta: Nós temos 40 escolas técnicas e semana que vem, na terça-feira, nós vamos fazer um lançamento de novas escolas técnicas, nessa etapa, e vocês - eu vou dizer antecipado - vão ter mais seis. Por quê? Porque nós fizemos uma avaliação de que aqui no estado do Ceará eram necessários mais seis Institutos Federais de Ciência e Tecnologia, e vamos ter também mais quatro campi, interiorização de quatro campi. Eu falo “campis” porque o pessoal vai... Campi é latim, não é, gente? O plural é campi, mas soa mal no nosso ouvido, então eu falo “campis”.
Bom, isso eu acho que tem um efeito muito importante que é garantir emprego de qualidade aqui, você garante a formação profissional. Agora, você tem toda razão, Paulinho. Tem uma parte da população que está abaixo da linha da pobreza e que é... é para quem nós damos prioridade, porque aquilo que está na minha... no meu lema de governo “País rico é país sem miséria”, é a mais pura verdade. O nosso país só vai ser rico mesmo se a gente tirar brasileiros e brasileiras da miséria, e nós sabemos que aqui no Nordeste... não é o caso do Ceará. Não é o principal estado, assim, vamos dizer, com as condições mais graves, tem estados que têm mais... população maior, mas é um estado com uma população pobre ainda bastante significativa.
Jornalista: É a quarta capital do país.
Presidenta: É a quarta. Nós vamos dar uma grande ênfase a ela, porque principalmente se concentra no semiárido. Além de se concentrar no semiárido, ela se divide, quase igualitariamente, entre urbana e rural. Essa parte do Brasil sem Miséria, ela é integrada pelo que nós chamamos de “buscativa”: nós vamos atrás dessa população. Em vez de a gente esperar sentado que ela nos procure, nós vamos atrás dessa população para que ela tenha acesso a seus direitos. Exemplo: que ela receba Bolsa Família. Quando ela recebe Bolsa Família, nós ampliamos... não só ampliamos o Bolsa Família, mas asseguramos que tenha um peso maior para crianças e para jovens. Por que isso? Porque nós olhamos também nos dados e descobrimos que uma parte muito grande de crianças e jovens está em situação... abaixo da linha da pobreza. Então, a primeira ação é essa: ir atrás e garantir o Bolsa Família.
A segunda ação é dar condições - o que nós chamamos de inclusão produtiva -, dar condições para que a pessoa trabalhe, para que a pessoa tenha acesso a uma renda, que vai aumentar e melhorar a situação dela.
Aí tem várias ações. O que é feito para a cidade é diferente do que é feito para a zona rural. Na zona rural nós vamos... em um grande esforço do Ministério da Integração, do BNB - do Banco do Nordeste, que nós vamos utilizar muito o Banco do Nordeste aqui, com sede no Ceará - que são as cisternas.
Jornalista: A senhora falou até em breve... pouco tempo atrás, que o BNB era para os pobres e o BNDES estava para os grandes, não é? Está na hora de o BNB aparecer mais...
Presidenta: Eu posso te falar? Eu acho que o BNDES também tem de ser para os pequenos, mas eu acho que o BNB tem que ser para o Nordeste, para as cadeias produtivas do Nordeste, e no caso dessa questão das cisternas é muito importante. Além disso, assistência técnica, sementes adequadas.
Outra questão que eu acho fundamental no programa Brasil sem Miséria é o que nós fizemos recentemente. Tem um programa e aí eu queria falar aqui para o pessoal do Ceará, porque aqui tem muito pequeno empreendedor, empreendedor individual, aquela pessoa que abre seu negócio e que vai e se esforça. Nós elevamos o limite de isenção. Antes, só aqueles que tinham uma renda até 3.600... aliás, desculpa, R$ 36 mil, estavam dentro do microempreendedor individual, pagavam 11%, se eu não me engano. Aí houve uma modificação ontem, que nós lançamos o programa, ontem. Nós passamos de 36 mil para 60 mil. Com isso, toda pessoa que ganhar 5 mil de renda bruta/ano... mês e 60 mil de renda/ano, vai fazer o quê? Ela não precisa pagar os 11%. Vai pagar, agora, só 5%. O que a gente quer? A gente quer dar uma saída para essas pessoas. Por quê? Quando elas se formalizam, ou seja, se legalizam como microempreendedor individual, elas vão passar a ter acesso ao microcrédito produtivo orientado, porque nós vamos lançar também esse programa, agora, nas duas próximas semanas. O microcrédito produtivo orientado completa isso. Além de ela ter de pagar pouco imposto, ela vai ter direito a... e vai ter acesso a um crédito para que ela possa fazer o negócio dela crescer e se aplicar.
Aqui no Brasil nós temos muitos microempreendedores individuais e essa é uma das grandes portas de saída. Essas obras - a refinaria Premium, a siderúrgica, a Transnordestina e todas as grandes obras -, elas são também um caminho. Por quê? Porque você forma as pessoas, e hoje, o que está acontecendo no Brasil? A pessoa hoje tem mais dificuldade de achar mão de obra do que antes, daí porque você tem, inclusive, movimentos salariais acontecendo no Brasil.
__________: (incompreensível)
Presidenta: Isso mesmo, que é uma...
__________: (incompreensível)
Presidenta: Que é, não é, Cid, uma... O Cid está fazendo, aqui, um comentário que eu acho que é muito correto. Antes, o Nordeste, o velho Nordeste, tinha... expulsava as pessoas, não porque o Nordeste quisesse, mas porque a forma como as coisas funcionavam - sem água, sem oportunidade -, [elas] iam para o Sul, o chamado Sul maravilha. Agora o Sul maravilha está devolvendo os nordestinos para o Nordeste, que eu acho que é muito importante. Isso...
__________: (incompreensível)
Presidenta: O nosso senador, ele está propondo, e eu acho um nome... porque nós estamos também com senadores. Os três senadores do Nordeste [Ceará] estão aqui, todos muito alegres, ali sentados. Nós estamos com...
Jornalista: Eunício Oliveira, Inácio Arruda...
Presidenta: Pimentelzinho [José Pimentel]. Eu chamo de Pimentelzinho.
Jornalista: Ainda tem o Ministro da Integração lá.
Presidenta: Está o Ministro da Integração, está o nosso Ministro dos Portos...
Jornalista: Ministro de Minas e Energia também.
Presidenta: ...e está também o Ministro de Minas e Energia.
__________: (incompreensível) chega mais tarde.
Jornalista: (incompreensível) chega mais tarde.
Presidenta: É.
Jornalista: Nós estamos conversando com a Excelentíssima senhora presidente da República, Dilma Rousseff, através desta cadeia que é gerada exatamente através da rádio Verdes Mares AM 810, FM 93 do complexo sistema Verdes Mares e ainda do complexo da Jangadeiro FM.
Presidente Dilma Rousseff, a grande preocupação hoje do Brasil, de uma certa forma, de forma geral, é exatamente a Saúde e, por muito tempo, se tem lutado para trazer, exatamente, a votação da PEC 29, que é uma tripartite, e daria funcionalidade e superpotencializaria as ações no setor de saúde, município, estado e, evidentemente, a Federação, Brasil.
A situação hoje, no estado do Ceará, embora com o esforço do governo Cid Gomes, ainda não é das melhores e isso é a concepção geral, e o Governador concorda com isso, tanto é que balança a cabeça. A gente sabe perfeitamente que o esforço que ele tem feito é um esforço titânico, eu diria, até, tanto é que estão sendo, aí, resolvidas uma série de outras coisas, UPAs, hospitais estão sendo gerados, criados. Mas, essencialmente, o que existe é a falta de atendimento básico, e o básico, geralmente, o que acontece? Quando acontece qualquer tipo de acidente no interior, a primeira coisa que o prefeito faz é mandar para a capital do estado, e aqui despeja e vai embora, e aí o bônus e o ônus ficam para o estado e para a federação, no caso, o ente federativo Ceará. O que é que se pode fazer exatamente para se melhorar essa situação e a gente não ter um superatendimento, um atendimento mais decente? É lamentável, por exemplo, que pessoas há seis meses esperem por uma biópsia no serviço público, é lamentável. E outras aberrações que são geradas, exatamente, pela falta de compromisso, muitas vezes, da Saúde. Qual é a avaliação que a senhora tem?
Presidenta: Olha, Evandro, eu acho que um dos grandes desafios do meu governo e acho que dos governos também que estão em ação nos estados da Federação e nos municípios é a área da saúde, e concordo com você que o desafio e o foco fundamental é a atenção básica. Algumas iniciativas nós temos de fazer para melhorar essa questão da atenção básica. Eu determinei ao ministro Padilha que tivesse uma ação de reforço nessa área. A primeira coisa que nós começamos a fazer, antes de começar a construir novas Unidades Básicas de Saúde, nós tínhamos de garantir que as existentes funcionassem e tivessem uma situação... fossem reformadas, fossem requalificadas para melhor atender a população.
Além disso, tivemos algumas outras iniciativas que eu considero muito importantes, que eu queria te falar. Exemplo: nós fizemos uma avaliação e achamos que, em vez de cobrar para fornecer remédios de hipertensão e diabetes - dada a importância que esses remédios têm na saúde de uma parcela muito importante da população brasileira -, cabia que nós entregássemos esses remédios de forma gratuita e houve uma resposta... eu acho que foi uma ação correta porque houve uma resposta muito forte da população. O consumo cresceu 300%, eu vou dizer para vocês, e eu não acredito que seja porque a pessoa queira tomar remédio de hipertensão e diabetes. Eu acho que é porque ela precisa do remédio de hipertensão e diabetes. Então tinha uma demanda que estava paralisada. Hoje eu venho aqui - além dessa questão da refinaria... da refinaria não, da siderúrgica...
Jornalista: Siderúrgica.
Presidenta: ...que nós vamos estar fazendo toda uma atividade no sentido de marcar o início de certas obras - a correia etc -, nós viemos aqui por um programa que eu acho muito importante, que é a construção de um centro de referência e de ambulâncias do Samu abrangendo mais municípios da região.
Com isso, nós vamos melhorar a qualidade do atendimento, mas há muito o que fazer. Agora nós estamos caminhando para um programa, que eu vou falar aqui para vocês em primeira mão. Nós queremos introduzir, para evitar isso que você acabou de dizer, que haja uma concentração enorme de demanda sobre hospital... e hospital é uma estrutura que geralmente para o estado manter, ela é extremamente cara. Então a gente tem de, sempre que puder, assegurar que os hospitais tenham melhor estrutura e, se possível, descongestioná-los. Então o governo federal vai financiar, com os seus recursos, uma parte muito importante que é o tratamento, na sua casa, como se fosse um hospital, que em inglês se chama homecare. O que nós queremos com isso? Nós queremos fazer o seguinte: a pessoa, por exemplo, teve - como eu tive, recentemente - uma pneumonia. Você pode até ficar um dia, dois dias no hospital, mas você não precisa ficar uma semana se alguém te acompanhar em casa. Então, o que nós vamos montar? Nós vamos montar uma estrutura de acompanhamento dessas pessoas que estão já em fase de recuperação que, se tivessem uma assistência em casa, não precisavam estar no hospital. Com isso você desocupa leito, com isso você usa melhor os recursos do hospital, com isso você diminui a necessidade, por exemplo... vamos dizer, o paciente que mora lá no município de Pacajus, aqui perto, ele vai vir para cá... ele pode vir para cá ou, dependendo da situação dele, ele vai... pode precisar de um hospital mais sofisticado. Se for... se não precisar de um hospital mais sofisticado, ele fica lá. Agora, se ele precisar, ele vem para cá, se trata. Em vez de ele ficar aqui o tempo todo, ele vai para casa e o estado - a gente vai querer uma parceria - e o governo federal vão e garantem essa assistência. Agora, tem uma coisa muito importante, sabe, Evandro, que é o seguinte: o Brasil formou nos últimos anos, poucos médicos, e isso levou a uma dificuldade imensa dos estados, levou a uma dificuldade imensa de alguns municípios do país e isso é generalizado, não é, Cid, de você encontrar médico e poder contratá-lo. Você não tem o pediatra, você não tem vários tipos de médico... anestesista. Então, nós começamos, agora, numa parceria Ministério da Saúde-Ministério da Educação, a ampliação, nas nossas universidades, dos cursos de Medicina, inclusive nas regiões onde nós...
Jornalista: Interagimos.
Presidenta: ...interiorizamos, não é, nós interiorizamos, e aí por que é que tem de formar lá? Se você forma lá, ele mora lá, ele é de lá. Você não tira ele dali e leva para outro estado ou leva para outra cidade grande, porque ele vai se casar, vai ter filhos, não volta mais.
_________: (incompreensível)
Presidenta: Não volta. Então é muito melhor você ter a certeza de que ele vai ficar ali, ele criou raízes, ele se casa ali, se forma médico ali e atende, o que é muito melhor para todo mundo. Agora, eu te digo uma coisa, viu, Evandro, eu acho que...
Jornalista: Pois não.
Presidenta: ...é um dos meus maiores desafios, é melhorar, criar Rede Cegonha em todas as grandes concentrações populacionais. Por que Rede Cegonha? Porque a gente sabe que uma parte fundamental da saúde é a mãe com a criança, é você dar assistência à mulher antes, durante e depois do parto, porque com isso você assegura a saúde pública e... Não estou dizendo que os homens não tenham de ter atendimento. Eu estou dizendo que, em qualquer país do mundo, a estratégia de garantir assistência e atenção básica, ela está focada em mulher e criança, e por isso nós fizemos também aquela campanha do câncer de mama e o câncer de útero, que é muito importante e não é só uma campanha. Nós descobrimos, fizemos um levantamento da quantidade de mamógrafos que existia no Brasil e o que nós descobrimos? Que tinha muitos mamógrafos engavetados, tinha mamógrafo quebrado não consertado e tinha...
Jornalista: Encaixotados.
Presidenta: ...mamógrafos que estavam encaixotados...
Jornalista: Encaixotados.
Presidenta: ...encaixotados, e tinha mamógrafos com baixa utilização. Nós estamos potencializando os nossos próprios recursos, nós estamos garantindo que o que existe funcione. É essa a ideia do ministro Padilha, por orientação do governo, e, basicamente, nós precisamos fazer com que o SUS, que é um grande serviço... não vamos negar isso. Vocês viram o que é que dava [deu] lá nos Estados Unidos para aprovar uma coisa parecida com o SUS, só para idosos. Quanto que deu de, vamos dizer, confusão, levaram anos para aprovar, e assim mesmo hoje ainda estão querendo tirar dinheiro dali. Nós, não, nós temos esse serviço. O que é que nós temos de fazer dele? Nós temos de fazer dele um serviço de qualidade. Esse é o nosso esforço. Eu acho que a Emenda 29, ela é importante. Acho que é importante que o Brasil tenha uma indicação de quanto se gasta na Saúde. Agora, eu sei perfeitamente que seria uma... como diz a Bíblia, sepulcro caiado, se a gente achar que faz esse aumento sem um princípio. Se você aumenta despesa, você tem de ter aumento de receita. Então, para não ser sepulcro caiado, eu sou obrigada a reconhecer esse fato. Não pode, mesmo que hoje nós tenhamos... o governo federal tenha conseguido aplicar mais 10 bilhões na Saúde sem mudar a lei, isso não ocorre no Brasil inteiro. E não é... é irresponsável achar que eu transferir o problema para os estados, eu estou contribuindo para resolver o problema da Saúde. Não estou. Então a responsabilidade de todos nós exige que a gente discuta, de forma transparente, a seguinte equação: eu vou aumentar a despesa aqui e eu tenho de garantir de onde que sai o dinheiro.
Jornalista: Esta entrevista está sendo também gerada pelo Blog do Planalto, neste momento, em tempo real, através da rádio Verdes Mares e ainda da Jangadeiro FM. Estamos conversando, portanto, com a Excelentíssima senhora presidente da República, Dilma Rousseff. Paulo.
Jornalista: Presidenta, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, declarou à imprensa que chorou, que se emocionou quando foi convidada para o cargo pela senhora. O governador Cid Gomes está aqui na minha frente e fez críticas ao ex-ministro dos Transportes, e ele acabou caindo do Ministério. A senhora também não chorou de raiva pelo que ele fez lá?
Presidenta: Eu queria te dizer uma coisa: obviamente a responsabilidade do que ocorre no Ministério dos Transportes ou no governo federal, não é do governador Cid Gomes, não é - assim, um esclarecimento. Acho que as pessoas, elas são pessoas. Então, elas manifestam as suas emoções quando é necessário. No caso do Ministério dos Transportes e das rodovias federais no Ceará, nós reconhecemos que o Governador tinha razão, o estado das rodovias federais era extremamente precário, e tomamos as providências para que isso comece a se alterar totalmente. Por exemplo, na BR-222, aquela que liga Sobral a Fortaleza, que foi onde o Governador realizou o seu rally.
Jornalista: Rally.
Presidenta: Hoje os contratos contemplam, praticamente, a reconstrução de mais de 160 quilômetros de estradas. E dos 64 quilômetros... aliás, do quilômetro 64 ao quilômetro 228 nós teremos de incluir pontes, correção do traçado em curvas perigosas. E, também, acredito que isso nós contrataremos tudo até o final do ano. Com isso, 100% das estradas vão estar cobertas pelos contratos de manutenção. Quando há críticas corretas - e acho que o Governador fez uma crítica correta apontando o problema na malha rodoviária do estado - cabe ao governo federal reconhecer e tomar as providências, e é isso o que nós estamos fazendo. As outras, as demais questões, elas são absolutamente acessórias e irrelevantes.
Jornalista: Paulinho Leme.
Jornalista: Ok. Excelentíssima presidente Dilma Rousseff, eu me sinto aqui também como um porta-voz dos jovens cearenses, já que meu trabalho em rádio - FM 93 e TV Diário - é com os jovens. Eu, como porta-voz deles, eu perguntaria à senhora a respeito desse grande projeto de que a senhora falou há pouco tempo, que é o programa Ciência sem Fronteiras, que deve conceder 75 mil bolsas de estudo para brasileiros no exterior. Eu gostaria de saber da senhora como será esse critério de escolha e como devem ser trabalhados, também, os contrastes educacionais que existem em nosso país, principalmente, a gente sabe que existe uma diferença de ensino grande na região Nordeste, Sul e Sudeste. Eu queria saber como seria esse critério, e como o nosso jovem cearense que estuda em uma escola municipal vai ter direito a chegar a essa bolsa, para estudar no Canadá, nos Estados Unidos, na Europa, como um todo.
Presidenta: Olha, o critério fundamental para participar do Brasil [Ciência] sem Fronteiras, ou seja, para ter acesso a uma bolsa de estudo no exterior, é o mérito, o desempenho do aluno. E aí vem uma boa notícia: tem muitos bons alunos aqui no Ceará. Eu me lembro que quando eu estava premiando o pessoal da Olimpíada de Matemática, eu perguntei: qual é o seu estado, em que escola você estuda? Eu escutei uma fileira de jovens, assim, porque eles vinham em fileiras, assim, por estado. Eram daqui, do Ceará. Então, item número um: aqui no Ceará tem alunos que têm todo o desempenho de mérito para acessar o Brasil [Ciência] sem Fronteiras. Nós calculamos que entre aqueles que têm nota superior a 600 pontos no Enem, mais os do ProUni e o pessoal que foi medalhista da Olimpíada de Matemática, aqui no Ceará nós temos mais de 5 mil alunos. Veja que eu vou selecionar, pelo Brasil, 75 mil. Então, nós temos... o que eu quero... por exemplo, assim, é tranquilizar o jovem cearense que está nos escutando. É que ele terá a sua oportunidade. E aí é uma questão de equilibrar a participação de todos os estados no Enem, aliás, no Enem não, desculpe, na seleção baseada no Enem que faremos para o Brasil [Ciência] sem Fronteiras. Então, eu acho que o Ceará pode ficar tranquilo. Ele participa com mais de 5 mil jovens de um processo de seleção de 75 mil bolsistas. Então, eu tenho certeza de outra coisa, porque vai ser um critério. Nós vamos equilibrar o peso, assegurando que regiões do país como o Nordeste e o Norte do país tenham uma participação de jovens que vão ter essa oportunidade de ir para o exterior estudar. Isso é muito importante, porque nós não queremos que fique concentrado em um só lugar. Nós queremos espalhar isso que nós buscamos, quando mandamos jovens. Por que nós estamos fazendo isso? A Coreia fez, a China faz, muitos países fazem: vão buscar nas melhores universidades do mundo o conhecimento, principalmente na área de Ciências Exatas, em Engenharia, Química, Física, Matemática, Ciência da Computação, Ciências Médicas, Ciências Agrícolas. Enfim, nós queremos formar uma base de cientistas no Brasil. Isso será de forma contínua, continuamente mandaremos os jovens para o exterior, porque o Brasil é um país complexo, ele precisa fazer simultaneamente todas as coisas que são um desafio. Primeira coisa: tem de acabar com a pobreza, nós temos de tirar da miséria 16 milhões. Simultaneamente, nós temos de ter acesso à tecnologia de ponta que existe no mundo, para garantir que nós tenhamos uma base para aqui dentro criar inovação, agregar valor aos nossos produtos.
Hoje, eu queria dizer para vocês que eu estou muito preocupada e atenta, o governo federal inteiro está atento a essa crise internacional que a gente tem visto. Bolsa cai todo dia, há um processo de fragilidade na Europa com seus bancos, os Estados Unidos apresentam aquela cena insensata, que é aquela briga dentro do Congresso americano para aumentar o teto da dívida. Enfim, você tem hoje uma turbulência no mundo parecida com aquela que ocorreu em 2008 e 2009, e que tem raiz lá atrás, que o fato de os bancos terem sido completamente desregulamentados. Então, nós, brasileiros, temos algumas coisas que nós temos de preservar. Nós temos de preservar o nosso mercado interno, que nós construímos a duras penas. Por exemplo, (incompreensível) e de 2003 até hoje, nós colocamos dentro do mercado interno brasileiro, como consumidores, uma “Argentina”, foram 39,5 milhões de pessoas. A Argentina tem 40 milhões de argentinos. Então, uma “Argentina” nós transformamos em consumidores. Agora, nós queremos protegê-los. Para protegê-los nós temos que proteger o nosso consumo, o nosso mercado interno, o crescimento da nossa economia, a inclusão social. Para isso, nós precisamos das políticas sociais de resgate de renda e também de ir para o moderno, para o mais avançado. Pegar brasileiros, colocar no exterior, na melhor universidade e fazer com que eles tenham e incorporem cultura é o futuro do Brasil que nós estamos construindo, porque a educação é a saída mais robusta para a gente garantir inclusão social, agregação de valor e economia do conhecimento. Por isso, quero falar aqui para Fortaleza e para os cearenses, para os jovens e para as meninas: nós vamos assegurar que vocês tenham oportunidade de ter acesso a bolsas de estudo no exterior.
Jornalista: Que bom. Olha, a senhora acabou de falar, Presidente, recentemente, na fala anterior, que escolas técnicas serão colocadas no estado do Ceará, em torno de seis. Só fazendo um paralelo rápido aqui...
Presidenta: E quatro campi.
Jornalista: Quatro campi.
Presidenta: Que eu falo “campis”, faço o plural.
Jornalista: Presidenta, então eu gostaria de saber o seguinte: onde serão localizados esses campi...
Presidenta: Ah, mas aí você está querendo que eu... porque vai ser terça-feira, é pouquinho o tempo que você tem de esperar.
Jornalista: Terça-feira, terça-feira?
Presidenta: Hoje é quinta. É na próxima terça-feira. Aliás, eu conto com o nosso querido Cid lá em Brasília, para a gente poder comemorar isso, porque ele será um dos maiores beneficiados.
Jornalista: Aliás, quem tem um assessor como esse, não é?... é só... Bom, Presidente...
Presidenta: Você viu que ele me ajudou a resolver (incompreensível).
Jornalista: Presidente, só para explicar aqui, nós estivemos, uma vez, lá no Ita, na Embraer, e só tem cearense lá.
Presidenta: É mesmo?
Jornalista: Ah, é impressionante. A capacidade com que esses meninos saem daqui... entre dez cearenses, nós estamos...
Presidenta: Ei, o nosso Inácio, que está ali, é outro que sopra para mim as coisas.
Jornalista: Então, o que eu quero dizer para a senhora, para complementar a história aqui, é que entre dez cearenses, nove - a média é essa - passam no Ita, concorrendo com todo o Brasil. Mas voltando aqui ao assunto...
Presidenta: Nove passam no Ita?
Jornalista: Nove passam no Ita. Nove...
Presidenta: Vocês estão muito bem posicionados! Eu vou te falar, quando eu...
Jornalista: É por isso a minha preocupação em relação...
Presidenta: ... dei a última... foi agora em maio, ou junho, eu não me lembro mais o mês, mas quando eu distribuí as medalhas eu fiquei impressionada, quando... Era uma fileira! Não era um, nem dois, nem três, nem quatro; você vê que foram, eu acho, 400 brasileiros que ganharam o primeiro lugar. Eu só distribuí o ouro; tinha ainda os de prata e os de bronze. E era expressivo o número de cearenses, expressivo; muita gente do Colégio Militar, muita gente, muito jovem, muita moça do Colégio Militar.
Jornalista: Presidente, eu fico muito feliz de você ter usado o nosso veículo de comunicação, que é o rádio, não é, para colocar e expressar a sua posição em relação às nossas perguntas. Paulo Costa ainda tem uma pergunta para fazer. Mas, assim, eu acho que a senhora tem o direito também de usar este microfone do rádio para colocar o seu ponto de vista em relação a uma notícia bem factual que saiu ontem, em relação à pesquisa que foi feita, da CNI/Ibope, da avaliação favorável do seu governo, que caiu. O que a senhora tem a falar sobre isso?
Presidenta: Olha, eu acho que pesquisa, a gente tem de tratar com respeito. Olhar e falar: olha, é importante saber que houve essa variação. Agora, o que você não pode é pautar a sua ação só pela pesquisa. Ela sobe, ela desce, e a gente vai tocando. Eu vejo, assim, com muita tranquilidade.
Jornalista: Presidenta, para a gente chegar ao final, eu gostaria de perguntar para a senhora sobre o pessoal que faz humor lá no Zorra Total, o pessoal que faz Casseta e Planeta, nas suas imitações. Como é que a senhora costuma lidar com isso? Tem raiva, leva na boa, cobra os royalties?
Presidenta: Olha, eu vou te falar uma coisa. Eu acho muito interessante, eu acho principalmente... Por exemplo, eu gosto muito do Chico Anysio, acho...
_________: Salomé...
Presidenta: Até porque a Salomé, ela tem aquele sotaque gaúcho, que é muito forte e bem feito. Eu vejo como uma característica nossa. A gente tem essa... esse lado. Nós rimos, nós gostamos de pegar certas características, não é, e ser uma coisa mais leve. Eu não vejo o humor como ofensa, não. Eu vejo o humor como uma homenagem.
Jornalista: Presidenta, antes do encerramento, nós estamos passando para a senhora o material da Unifor e também do Sistema Verdes Mares, para que a senhora possa apreciar em um outro momento. Paulo, por favor.
Jornalista: Quero agradecer, presidenta Dilma Rousseff, em nome da FM 93, da Verdes Mares AM, Paulinho Leme, Evandro Nogueira, meus amigos, e em nome da Jangadeiro FM, em meu nome, Paulo Costa, e de todos os cearenses. Muito obrigado.
Presidenta: Eu queria agradecer esta oportunidade, desejar um bom dia a todos os nossos ouvintes. E agradecer em especial a vocês, Paulo Costa, da rádio Jangadeiro; Evandro Nogueira, da rádio Verdes Mares; e Paulinho Leme, da rádio FM 93. E, Paulinho, eu vou te falar uma coisa: o rádio ainda é um dos grandes meios de comunicação, eu acho, no mundo. E acredito que as pessoas que estão nos ouvindo sabem disso, sempre escutam o seu radinho, até porque podem levá-lo para todo lugar e continuarem fazendo o que tem de fazer.
Jornalista: Lavando roupa...
Presidenta: Isso. A dona de casa pode cuidar dos seus afazeres, o senhor da oficina pode continuar consertando o seu carro, o motorista pode continuar dirigindo. Então, eu agradeço muito por esta oportunidade e desejo um bom dia para todos os nossos ouvintes.
Jornalista: A cadeia fica assim desfeita, a partir de então.
Ouça a íntegra da entrevista (47min29s) da presidenta Dilma.