10-04-2015 - Entrevista exclusiva concedida pela presidenta da República, Dilma Rousseff, à CNN - Brasília/DF
Concedida em 07-04- 2015 e publicada em 10-04-2015
Jornalista: Presidenta gostaria de começar falando da sua visita ao Panamá, nesta sexta, para a Cúpula das Américas. Sabemos que vai ter um encontro com Barack Obama. Quero saber quais são as suas expectativas em relação a esse encontro, especialmente levando em consideração que foi planejada uma visita sua a Washington, quer seja de Estado ou de Governo, para este ano, como visita de Governo, de alto nível, ou para o próximo ano, como visita de Estado. Entendo que a senhora prefere viajar este ano. Quando gostaria de viajar?
Presidenta:Olha, eu preferia viajar esse ano porque o ano que vem é um ano eleitoral nos Estados Unidos, mesmo o Presidente Obama não estando na situação de ser reeleito - porque ele já foi uma vez -, eu sei que um ano eleitoral é um ano que muda e que transforma e que coloca o foco mais importante dos problemas na questão interna, e mesmo quando é desviado para a questão externa é baseado em um problema específico do país. Então, eu acredito que é melhor uma viagem, eu gostaria muito de ter uma viagem de Estado, mas acho que vou preferir uma viagem de governo e sobre isso, não só sobre isso, eu acredito que seja esse encontro bilateral meu com o Presidente Obama, mas também sobre todos os níveis de parceria que o Brasil tem com os Estados Unidos. Nós temos uma parceria histórica, ao longo dos anos o Brasil desenvolveu não só com as empresas americanas, mas também na relação entre as nossas economias, uma relação econômica muito forte. Além disso, temos também uma relação cultural e social bastante forte de proximidade diante do fato de sermos grandes democracias federativas com características diferentes, porém em alguns níveis, bastante similares. Então, eu acredito que a nossa relação bilateral é uma relação baseada, eu diria, em um tripé: o primeiro é a economia, e toda parceria que nós temos de fazer na área comercial e na área de investimentos, tanto… é engraçado, hoje que tem empresas brasileiras também investindo nos Estados Unidos. O segundo tripé eu acho que é um dos mais importantes, que é o da inovação e do desenvolvimento científico e tecnológico, a segunda perna do tripé, por quê? Porque os Estados Unidos, eles estão na vanguarda desse desenvolvimento tanto no que se refere ao ensino terciário, um ensino universitário e de pós-graduação, eles têm os melhores padrões internacionais em matéria de universidades de pesquisa. Mas os Estados Unidos também têm uma tradição de inovação que talvez seja uma das mais fortes do mundo. Então o Brasil se, na área econômica e de investimento, nós temos já uma parceria nós queremos fazer também na área de desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação, parceria na área de energia, na própria área de defesa, na área de tecnologia da informação, e queremos também que todas as oportunidades que nós tenhamos no Brasil e que, eventualmente sejam do interesse dos Estados Unidos, que eles participem aqui conosco. E a terceira questão eu acho que é muito importante que é a parceria cultural educacional, que tem uma parte relacionada a esta questão da inovação científica e tecnológica, mas também tem algo referente ao fato de que nós estamos em um grande esforço no Brasil. Nós achamos que a característica principal do governo, hoje, já que nós tiramos 44 milhões de pessoas e levamos essas pessoas para a classe média, elas saíram da pobreza e foram para a classe média, o que configurou um grande mercado interno no Brasil, essas pessoas para elas manterem o processo de inclusão social, a grande arma vai ser a educação. E aí, não é só a inclusão quantitativa, agora nós temos que dar o salto qualitativo. Então é o que nós chamamos de transformar o Brasil em uma Pátria Educadora e garantir que todos os cidadãos e cidadãs tenham acesso a uma educação de qualidade, porque nós conseguimos incluir: nós colocamos as crianças na creche, fizemos ensino técnico, mas agora é dar a melhor qualidade possível.
Jornalista: A área de educação também sofrerá cortes e ajustes?
Presidenta: Olha, não há programa que você não tenha de ajustar. Esses... são ajustes no seguinte sentido, vou dar um exemplo: vou dar um exemplo fora da educação, Bolsa Família. O Bolsa Família talvez tenha sido um dos programas no mundo com mais sucesso no que se refere a rede social de proteção com as famílias mais pobres. Nós, todos os anos, fazemos uma auditoria no Bolsa Família, por quê? Porque você tem que descobrir se ele está desequilibrado, se tem pessoas que não precisam mais de receber o programa e estão recebendo, então você tem que tirar essas pessoas, se tem pessoas que não estão no programa e que deviam estar, você tem de introduzi-las. Da mesma forma na área, por exemplo, de educação. Nós temos um programa importantíssimo, esse programa chama Fies, o que é o Fies? É financiamento para a pessoa que quiser estudar em uma universidade privada poder estudar, o que é que o governo faz? O governo paga uma parte da matrícula e da mensalidade - pode ser até toda a matrícula e a mensalidade, dependendo do curso - e o estudante devolve isso doze anos depois, em média, para pagar o empréstimo, o que nós fizemos? Agora nós estamos modificando o programa. Nós estamos exigindo que as pessoas que recebem, façam o mínimo de pontuação na grande prova nacional que nós temos que chama Enem e que é uma espécie de portal de entrada à universidade para qualquer brasileiro. Qualquer pessoa no Brasil que tem condição de fazer um curso superior, entra na internet no período já pré-estabelecido e pode prestar sua prova para mais de 15 mil universidades diferentes. Agora, se ela tiver uma certa pontuação, ela tem direito ao Fies, ela tem direito… do desempenho... você cruza a inclusão com o mérito, e aí o governo paga.
Jornalista: Voltando ao tema Estados Unidos, Presidenta, especificamente. Existe a possibilidade de que a visita seja realizada antes do meio do ano? Ou será realizada na segunda metade do ano? Ou ainda não se sabe?
Presidenta:Olha, nós estamos para acertar a data. Ela pode ser na metade do ano, precisamente, ou pode ser um pouco depois, logo no final do ano, isso ainda não está acertado, ou outubro/novembro ou junho/julho.
Jornalista:A senhora gostaria de falar de um eventual acordo de livre comércio com os Estados Unidos? Não lhe chama a atenção que este seja um país que tem muito poucos acordos de livre comércio? Que eu saiba,com Israel, com o Egito, com a Autoridade Palestina...
Presidenta: O livre comércio nós temos com quase toda a América Latina. Como é que o Brasil trabalha nisso? Nós estamos, inclusive, para concluir um acordo Mercosul-União Europeia.
Jornalista: Sim, mas somente com o Brasil, Brasil e Estados Unidos, seria uma possibilidade?
Presidenta: Nós temos possibilidade de fazer acordos bilaterais, sem dúvida nenhuma, não há nenhum óbice a isso. Agora, o que nós temos também é uma responsabilidade aqui na região no que se refere ao Mercosul de estabelecer essas relações comerciais a partir do Mercosul. Por exemplo, o Brasil tem relações comerciais com os Estados Unidos, tem relação comercial bilateral com a China, tem vários acordos. Agora, é importante que essa relação regional que é o Mercosul, que é Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Venezuela, tenha uma inserção e essa inserção e, isso traz grandes vantagens, e essa inserção se dá numa relação com um determinado país ou uma determinada região. Isso não significa que nós não tenhamos relação bilateral, ou estejamos em uma outra área, por exemplo, o Brics. Nós temos uma relação comercial estratégica de investimento com os Brics, fizemos um Banco de Investimento dos Brics agora, e fizemos um Acordo Contingente de Reservas. O Acordo Contingente de Reservas é uma espécie de fundo monetário inter-Brics. O Banco de Investimento dos Brics é um banco regional de investimento em infraestrutura e em várias áreas. Isso não implica, eu estou dando esse exemplo para mostrar o seguinte: nós atuamos dentro do Mercosul, nós atuamos bilateralmente e nós atuamos em vários outros blocos regionais, como o mais importante são os Brics. Mas aqui na América Latina tem também a Celac, tem também a UNASUL. A UNASUL, inclusive, está fazendo um imenso esforço no sentido de desenvolver relações com a China, com os Estados Unidos e com a União Europeia. Então, eu te diria o seguinte: em termos comerciais, o Brasil é flexível, nós vamos da relação bilateral à relação regional e a fóruns regionais do qual a gente participa.
Jornalista: Falando do Mercosul, Presidenta, tudo o que se lê na mídia, os analistas que acompanham o funcionamento do Mercosul, muitos concordam que o Mercosul não funciona, que não é uma união aduaneira, que é uma aliança política, porque os países colocaram muitos entraves. Alguém me deu o seguinte exemplo: é mais fácil conseguir um vinho argentino em Nova York do que no Brasil, porque a lista de sanções é muito extensa. Por que o Mercosul não funciona? Ou por que não funciona melhor?
Presidenta: Olha, eu acho que é fácil conseguir um vinho argentino no Brasil. A gente vai no supermercado e está de cheio de vinho argentino no Brasil.
Jornalista: Talvez seja mais barato conseguir em outro país.
Presidenta: Mais barato eu não sei, mas eu não fiz esse cotejo. Mas eu não vejo nenhum obstáculo nisso. O que acontece no Mercosul? O Mercosul, nós temos uma política de ampliar nossos relacionamentos, a gente acha que é muito importante você construir uma relação e uma cooperação regional. No Mercosul nós temos países grandes e países menores. Nós temos tido muito sucesso em algo que às vezes não é muito cotejado, por exemplo, no financiamento de infraestrutura, te dou dois exemplos: recentemente nós, através desse financiamento de infraestrutura, e a gente participa também como sócio, nós fizemos um complexo de energia eólica e linhas de transmissão que melhorou muito a segurança energética do Uruguai. Fizemos a mesma coisa com o Paraguai, através do Focem, que é o nosso Fundo de Desenvolvimento e de Financiamento de Infraestrutura. Fizemos também parcerias com a Argentina nessa área de investimentos recíprocos. Temos buscado integração produtiva através do estabelecimento de cadeias. Assim como, por exemplo, hoje não sei se você sabe, na indústria automobilística, uma parte das autopeças que o Brasil importa da Argentina faz parte dessa integração de cadeia. A empresa está aqui, está na Argentina, nós compramos da Argentina autopeças. Houve, de fato, e há, de fato, algumas, eu diria, imperfeições de mercado. Há algumas imperfeições de mercado que nós temos de trabalhar para superar. Mas veja você, foi colocado diante do Mercosul um desafio: fazer um acordo de livre comércio com a União Europeia. Nós conseguimos algo que todos diziam que quem não iria conseguir criar as condições para esse acordo era o Mercosul. Pelo contrário, nós conseguimos. Tanto a Argentina deu seus passos nessa direção, o Brasil, o Paraguai, o Uruguai. A Venezuela não está nesse acordo porque ela entrou depois.
Então, nós chegamos ao mínimo de consenso para propor um processo, o que se chama uma proposta firme. Estamos aguardando a proposta firme da União Europeia, porque nós só vamos apresentar a nossa quando eles apresentarem o deles. Então, você veja, por que eu acho que está dando… tem passos significativos. Outro passo significativo que eu acredito que pode ser dado, eu acho que é com os Estados Unidos no sentido de construir, do ponto de vista bilateral, o Brasil tem várias parcerias com os Estados Unidos, nós queremos parceria na área espacial, na área de defesa, na área de comércio, mas não só na área de comércio. Hoje, o Brasil é deficitário com relação ao comércio com os Estados Unidos e é superavitário em relação à China. A China, a partir de 2009, virou o nosso maior parceiro comercial. Nós acreditamos que o potencial que o Brasil tem de desenvolver com os Estados Unidos é muito grande, daí o nosso interesse de aproximar e de tentar um acordo que beneficie parte a parte, porque hoje você necessita de uma relação equilibrada em que todos ganhem, para fazer um bom acordo de livre comércio, porque senão ele não é sustentável.
Jornalista: E no caso de um acordo de livre comércio Brasil-Estados Unidos?Se poderia posteriormente pensar em um acordo Mercosul-Estados Unidos?
Presidenta: Sem problema. Não vejo porque não. E acho que nós devíamos voltar era a Rodada de Doha. Porque nós estivemos para fazer um acordo de livre comércio que iria abranger todo o mundo. Então eu acredito que a Rodada de Doha ela tem, hoje, uma vamos dizer assim, uma necessidade, e ela é extremamente avançada. Nós quase chegamos a concluir a Rodada, nós quase chegamos a fazer o acordo de livre comércio. E eu acho que ela seria algo importante principalmente nessa conjuntura em que você tem uma queda muito grande do comércio internacional. Isso será muito bom para todos os países.
Jornalista: Na Cúpula das Américas, Presidenta, muitos prevêem que a Venezuela será um tema importante. Não somente pelo apoio dado pela UNASUL à Venezuela, após o decreto dos Estados Unidos considerando a Venezuela uma ameaça nacional, mas muitos na Venezuela, na América Latina, muitos ex-líderes latino-americanos dizem que a Venezuela foi abandonada, que os líderes, os presidentes latino-americanos se calaram diante dos casos de repressão de manifestações, dos casos de violações de direitos políticos de líderes políticos. E que o Brasil é um estandarte para a América Latina da defesa da liberdade de expressão, da defesa da livre manifestação, e que a senhora poderia levar essa voz à Venezuela e dizer algo. E que a senhora ficou calada.
Presidenta:Olha, eu acho que aí há uma, eu diria assim, há uma versão, não um fato. Por quê? Porque em relação à Venezuela, eu primeiro quero testemunhar que todos os governantes da UNASUL, e a UNASUL não é uma unidade ideológica, os 10 países que integram a UNASUL não têm um perfil ideológico similar. Você tem países mais conservadores, menos conservadores, mais à esquerda, menos à esquerda, mas todos tiveram uma posição comum que eu considero fundamental na América Latina: a defesa da democracia e dos procedimentos democráticos. Nós, dentro da UNASUL, procuramos primeiro garantir que a ordem não fosse interrompida. Nós não concordamos com nada que tente romper a ordem democrática, venha de que lado venha.
Jornalista: Mas protestar não é romper a ordem democrática…
Presidenta: Não, não acho... tanto que aqui no Brasil se protesta e, se tem uma coisa normal para nós chama-se protesto, manifestações. Ninguém olha para manifestação como algo anormal, para mim e para todos eu acho que isso é uma conquista, eu acho, do povo brasileiro, agora, para mim é um orgulho, principalmente pelo fato de eu ter participado, nesse país, da resistência democrática. Eu sei o que é tortura, eu sei o que é prisão ilegal, eu sei o que é arbítrio, sei perfeitamente bem, e não é de livro ou de ouvir dizer, eu vivi isso.
Jornalista: Por que não condenar então os casos que ocorrem em outro país?
Presidenta: Não, mas nós em relação à Venezuela, nós todos, e aí eu digo o seguinte: nós indicamos um grupo de chanceleres, por quê? Os países da UNASUL indicaram Brasil, Colômbia e Equador para fazer duas coisas: para durante todos os protestos e as manifestações, considerar protesto e manifestação absolutamente normal. Segundo: fazer tratativas no sentido de trazer a oposição para mesa de discussão, não só nós fizemos isso, nós tivemos também a ajuda do núncio apostólico como chanceler do Vaticano.
Jornalista: Mas dizem que esse diálogo não foi eficaz, que não levou a nada.
Presidenta: Olha, se você medir a eficácia pelo fato de que não houve nenhum golpe na Venezuela, de lado a lado, eu acho que foi muito eficaz, porque não se rompeu a ordem democrática ali naquele momento em que ela esteve ameaçada. E se, eu acho que um dado importante disso, é que as prévias tanto da oposição quanto do governo estão marcadas, se eu não me engano as da oposição para maio e as do governo para junho. Então o que eu acho que tem de avaliar é justamente isso, é o fato de que não houve ruptura da ordem democrática na Venezuela. Agora se você me disser que, eu acho que, nós todos, os países que integram a UNASUL, que participam da Cúpula, da Cumbre de Las Américas, temos hoje, inclusive, absoluto interesse que haja uma maior liberação, que os presos sejam soltos, que não tenha níveis de violência nas ruas, todos nós temos esse interesse.
Jornalista: Mas os líderes políticos estão sendo presos. Qual a sua opinião a respeito do tratamento dado a AntonioLedezma…
Presidenta: Sem dúvida nenhuma. Eu não acho, eu não tenho, eu não manifesto, como presidenta da República, opinião sobre isso, eu te digo que aqui não se encarcera. Agora, as questões relativas à questão interna da Venezuela, eu não posso entrar, é uma questão de respeito à autodeterminação deles, agora eu e o Brasil temos uma posição clara a respeito do direito de expressão, de livre manifestação. Não achamos que a relação melhor com a oposição seja encarcerar quem quer que seja, a não ser se a pessoa cometeu o crime, se a pessoa não cometeu crime, não pode ser encarcerada. De outro lado, também, não achamos correto e achamos que não leva longe as medidas de boicote, as medidas que segregam o país e acho que nós temos uma grande coisa a comemorar nessa Cúpula das Américas, que mostra a coragem de dois países dos Estados Unidos, do presidente Obama, e do presidente Raúl Castro, que foi acabar politicamente com o último resquício da Guerra Fria, o último, e ambos deram passos no sentido de liberar as condições políticas para que isso pudesse ocorrer. É obvio que nós precisamos de mais um passo, que é o problema do bloqueio, mas sem sombra de dúvida eu acho que esse exemplo é muito importante, até também para a própria Venezuela e para a relação dos Estados Unidos com a Venezuela. Nós sempre tivemos o interesse em propiciar que haja um encontro e um acordo. O Brasil sempre terá, nós sempre funcionamos no sentido de diálogo, buscar consenso, ninguém tem, ninguém precisa de pensar igual a ninguém, mas é sempre possível conseguir um ponto comum de entendimento. Agora, para isso também a gente tem de ser muito cauteloso com as suscetibilidades de parte a parte. Ninguém pode querer uma diplomacia que chegue impondo. A diplomacia implica, necessariamente... eu acho nisso que a UNASUL construiu. Essa atitude dos chanceleres ela é muito importante, a presença dos chanceleres, não buscando qualquer coisa, buscando trazer a oposição para a mesa de negociação, buscar uma negociação entre governo e oposição, construir um clima para que as coisas possam ter um desdobramento democrático. Agora, você me perguntar aqueles que acham que não foi eficiente ou não produziu os resultados necessários, eu respondo “é porque também não chegou no fim”. Nós ainda não chegamos, não houve nenhum processo...
Jornalista: Depois desse diálogo, vários líderes políticos foram presos e digamos que isso acirrou a tensão entre governo e oposição. A senhora falou do exemplo Barack Obama e Raul Castro, dois líderes antagônicos...
Presidenta: Tem que pôr na mesa...
Jornalista: E os Estados Unidos não deixaram de condenar os abusos contra os direitos humanos em Cuba, a repressão da liberdade de expressão, enfim...
Presidenta: Mas eu não acredito que ninguém chega nos Estados Unidos e discute aquela prisão chamada Guantánamo, ninguém também faz isso. Porque, veja bem, são assuntos extremamente delicados, ali tem gente que não foi julgado até hoje. Então, por isso que eu te digo, não se trata as questões entre Estados dessa forma, não se faz isso.
Jornalista: Falemos dos temas internos, Presidenta. A senhora está no meio de uma política, de uma situação difícil, a senhora sabe. Há uma diminuição da economia, há um plano de ajustes, há manifestações nas ruas. Entendo que para a próxima semana foi programada outra. Seu nível de popularidade caiu para treze por cento, entendo que pelo escândalo da Petrobras. Qual é a prioridade do seu governo? Como pensa sair dessa encruzilhada?
Presidenta:Olha, a prioridade do meu governo sempre vai ser crescer, criar empregos, melhorar a renda e transformar o Brasil naquilo que eu tenho certeza, ele tem todas as condições para ser, um país desenvolvido. Nós hoje somos ainda um país emergente. Nós conseguimos várias coisas ao longo desse período. O Brasil nos últimos 12 anos ele mudou. Um dos fatos característicos dele ter mudado é o seguinte: hoje as pessoas não vão para as ruas porque elas estão com fome, não têm renda ou não têm emprego. Elas vão para as ruas porque elas querem mais, e por que elas querem mais? Elas querem mais porque as condições fundamentais neste processo de 12 anos nós conseguimos equacionar. Diante da crise que começa em 2009, o que o governo brasileiro faz? O governo brasileiro procura reagir a essa crise. E reagir a essa crise era impedir que nós desempregássemos e reduzíssemos a renda e diminuíssemos as conquistas que tínhamos nesse processo. Conseguimos isso durante um período bem grande, você veja que o Brasil, nesse período dos anos de crise, aumentou mais de 20 milhões o número de empregados com carteira assinada. Nós tivemos um aumento muito significativo da renda, o salário mínimo no Brasil cresceu 70,5% em termos reais. Nós aumentamos muito o nível de acesso à universidade de jovens. Nós criamos também todo um programa de inclusão social-educacional. Bom, quando a crise começa forte, para garantir que não haja um impacto muito grande no Brasil, nós reduzimos os níveis de juro dos financiamentos que nós demos para o setor privado continuar empregando.
Jornalista: Mas aumentaram os juros.
Presidenta: - Não, nós diminuímos os interesses, durante a crise, nós diminuímos em muito os… a taxa de juros, nós inclusive subsidiamos de uma forma muito significativa o crédito.
Jornalista:Claro, mas agora subiram.
Presidenta: Reduzimos os impostos, com isso nós tivemos um desequilíbrio fiscal, ou seja, nós absorvermos dentro do governo tudo isso e seguramos. Agora está claro que nós não conseguimos mais continuar mantendo esse mesmo nível de política anticíclica. O que fizemos? reajustamos os juros, não para os níveis de mercado, continuamos fazendo subsídios, só não na mesma proporção. A mesma coisa fizemos com os impostos, nós tínhamos perdido, em um só programa, nós tínhamos perdido R$ 25 bilhões e agora reduzimos para 12. Esse, o ajuste nosso, é no sentido de reequilibrar o orçamento fiscal do país por quê? Nós temos um baixíssimo nível de endividamento, o Brasil tem um dos baixos níveis de endividamento, a dívida bruta do país é 58,9%; a dívida líquida é 34,1% do PIB, nós temos um nível imenso de reservas comparando com os demais países da região e mesmo com os países do mundo. Nós estamos ali entre o 7º, 8º em reserva de dólares. Nós não temos um sistema financeiro com problemas, o nosso sistema financeiro é robusto, tanto os bancos públicos quanto os bancos privados. E nós não temos uma grande dívida, tipo uma bolha, que acontece em vários países do mundo. O impacto que nós temos do petróleo não é igual ao dos demais países, por quê? Porque o maior mercado da Petrobras é o Brasil, e os níveis de preço da Petrobras são compatíveis, internamente são compatíveis, são maiores do que os praticados no mercado internacional.
Então, o que acontece com o Brasil? Nós vamos passar uma dificuldade, mas nós mantemos nossa política de investimento em infraestrutura, nosso programa habitacional, nosso programa de segurança hídrica, e agora temos também por um rearranjo de preço, uma situação cambial favorável. O Brasil teve, ao longo dos últimos três anos, uma taxa de câmbio em relação ao dólar ultra valorizado, o real estava muito valorizado; houve uma desvalorização do real, que nós não produzimos, porque o câmbio aqui é flexível e flutuante, e agora nós temos também uma chance de melhorar as nossas contas internacionais, muito grande. Então eu não tenho dúvida a respeito da situação do Brasil, nós estamos passando uma dificuldade momentânea, é obvio que em qualquer lugar em que você faz um ajuste você perde níveis de popularidade, mas o que interessa é que você tenha responsabilidade perante seu povo de, independentemente, de você perder popularidade, você tomar aquelas medidas que você considera que são essenciais para o quê? Para o país voltar a crescer, voltar a garantir emprego de qualidade e passar para um patamar superior, que é o que nós queremos.
Jornalista: Vamos fazer uma pausa...
Presidenta: Ô gente, eu não tenho mais tempo, hein?
Jornalista: Presidenta, um pouquinho mais curtas as respostas, porque quero falar da Petrobras e do ...
Presidenta: Então eu falo só da Petrobras e encerro, porque eu tenho precisamente, eu acho que uns 20 deputados e senadores ou aqui ou lá embaixo não sei onde.
Jornalista: Peço apenas mais brevidade nas respostas. Antes de passar para a Petrobras, que outros ajustes podem esperar os brasileiros? Onde mais haverá cortes?
Presidenta: Nós vamos ajustar o nosso próprio orçamento federal, nós vamos fazer também a nossa economia. Nós estamos para sancionar o orçamento agora porque ele foi recentemente aprovado.
Jornalista: Haverá redução de ministérios, por exemplo? São 39 ministérios.
Presidenta: Não agora. Nós iremos fazer uma reforma administrativa depois da aprovação dos ajustes, não antes.
Jornalista: Há pessoas dizendo que a situação econômica do Brasil foi maquiada durante a campanha, que a senhora dizia que se votassem no candidato da oposição haveria políticas de austeridade, e isso é precisamente o que a senhora está fazendo. Isto é certo?
Presidenta: Não. Eu acho o seguinte, nós temos uma visão de desenvolvimento do país completamente diferente do meu opositor. E você pode olhar isso no período em que o meu opositor foi governo, até 2002, e no período que nós fomos governo, até agora. Qual é a diferença? A diferença é que nós acreditamos que se você fizer a inclusão social, se você de fato elevar as pessoas à classe média e construir um país de classe média, nós vamos ter desenvolvimento econômico também. Diante da crise, nós reagimos de forma diferente. Na crise, aquela que desemboca na grande crise dos anos [19]90, o que acontece com o Brasil? Ele quebra, quebra. Ele simplesmente deixa de ter reservas, deixa de poder honrar seus pagamentos. O Brasil era devedor internacional. Nós não maquiamos nada, nós somos credores, hoje nós somos credores internacionais. Nós não maquiamos o fato de que criamos 22 milhões de empregos, nós nunca tivemos a política de desempregar. O que nós estamos fazendo são ajustes necessários. Veja você, eu não controlo a seca, a seca do Brasil elevou a tarifa de energia, não é nenhuma maquiagem. Nós tivemos um dos piores, desde o tempo em que nós coletamos dados sobre a hidrologia no Brasil, esse período [20]12, [20]13 e [20]14 foi o pior período dos últimos anos. E aí, o que acontece? Acontece que quando isso ocorre nós não podemos, nós não temos água suficiente para gerar energia através de hidrelétrica, e aí, recorremos à térmica. Como você não paga água, e paga gás, diesel ou carvão, você sobe a tarifa de energia, mas não porque isso tava dado pela natureza, porque ninguém sabe se vai chover ou não vai chover amanhã. Hoje, a situação hídrica no Brasil é melhor, muito melhor do que foi em outubro, novembro, dezembro, agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro e janeiro. Esse janeiro que acabou aqui foi o pior janeiro de toda a série histórica no Brasil, desde 1931. Então, o que eu te digo: Nós não temos compromisso em ficar mantendo uma política quando a situação mudou. A deterioração nas contas públicas no Brasil, ela ocorre porque há uma perda de arrecadação porque diminui a taxa de crescimento, quando ocorre isso você tem de modificar. Eu não tenho nenhum compromisso em manter qualquer coisa que tiver errada. Agora, a política que nós defendemos é completamente diferente da política que eles defendem. Eles nunca fizeram um programa como o Minha Casa Minha Vida, de venda de imóveis para a população de mais baixa renda em que nós subsidiamos 90% do preço, sim. Eles são contra subsidiar. Isso o Brasil sustenta, isso não precisa de haver ajustes. Esse subsídio vai ficar.
Jornalista: Antes de passar para a Petrobras, a última pergunta.
Presidenta: Não querida, eu vou responder Petrobras, porque não tenho como, eu sinto...
Jornalista: O que poderia ter sido feito diferente em relação à Petrobras, Presidenta, para evitar que isso acontecesse debaixo do nariz dos diretores, do conselho diretor, dos presidentes, enfim?
Presidenta: Eu te digo o que era necessário fazer: o que nós estamos fazendo hoje. Era necessário investigar. E sabe como é que nós descobrimos o que estava acontecendo na Petrobras? Nós descobrimos porque a Polícia Federal e o Ministério Público Federal descobriram, prenderam os doleiros, ou seja, aquelas pessoas que comercializam ilegalmente dólar. Aliás, alguns deles já tinham sido presos, várias vezes antes, é bom dizer isso. Quando se prendeu esses doleiros se descobriu que um desses doleiros tinha ligação com um diretor da Petrobras e, aí é que nós... foi puxado todo o novelo da corrupção dentro…feita por funcionários da Petrobras. Veja você: nós demos, desde 2003, ampla liberdade para a Polícia Federal investigar quem quer que seja, demos… reconhecemos no Ministério Público o direito de escolher, de indicar a lista tríplice, nós escolhemos um. Antes era nomeado fora de lista tríplice. Nós reforçamos as instituições, então eu te digo para descobrir corrupção só tem um jeito: os órgãos responsáveis pela investigação de corrupção eles têm de agir. Ninguém dentro de uma empresa sozinho descobre certo tipo de crime, e isso não é na Petrobras, é em todas as empresas onde ocorreu corrupção. Foi necessário, por exemplo, no caso de várias fraudes bancárias que houve na última crise, ela foi descoberta por causa da crise. No caso da Enron, foi descoberta porque houve uma quebra do mercado. Nós descobrimos porque nós estávamos em uma outra operação e o Brasil então descobriu isso.
Bom, mas a Petrobras é muito maior que essas ações de corrupção, muito maior. A Petrobras, hoje, é uma empresa que tem, inclusive, que vai ser agora premiada na OTC, que é a grande premiação lá em Houston, de indústrias de petróleo, principalmente aquelas de capital aberto, como é o caso da Petrobras.
A Petrobras está adotando agora todos os mecanismos mais modernos, não só de compliance, mas de gestão, que ela vem melhorando ao longo do tempo e agora, isto serviu para você, inclusive, apertar todos os parafusos para impedir que coisas como essas se repitam. Agora, quero te dizer que a experiência humana demonstra com a corrupção ou você mantém todos os mecanismos em ação, sempre, ou ela sempre aparecerá. A corrupção faz parte da existência de algo que se chama a vontade de se apropriar de dinheiro para enriquecer, é isso. Enquanto houver isso, e isso nada indica que vai desaparecer, eu acredito que no caso do Brasil, nós estamos no caminho certo. Nós agora estamos combatendo a impunidade, que é outra coisa que alimenta a corrupção. A Petrobras, ela chegou, eu te diria o seguinte. A Petrobras já saiu, ela está dando os passos finais para sair desse processo.
Jornalista: Levando em conta a cultura de corrupção que a senhora disse que existe em todas as partes, a senhora sabe se dinheiro desses subornos chegou à sua campanha presidencial?
Presidenta: Eu tenho certeza que não. Agora, quero te dizer uma coisa: acho que se dinheiro de suborno chegar a alguém, esta pessoa tem que ser responsabilizada. É assim que tem que ser. Eu tenho absoluta certeza que a minha campanha não tem dinheiro de suborno, e quero te dizer o seguinte: Isso não significa que eu me coloque acima de ninguém. Qualquer brasileiro, cidadão ou cidadã, eles devem prestar contas do que fazem. Eu prestei, para quem? Para o Tribunal Superior Eleitoral, eu entreguei as minhas contas de campanha. Elas foram auditadas e foram aprovadas.
Jornalista: Presidenta, que autocrítica deve fazer o Partido dos Trabalhadores, o seu partido, levando em conta que no Brasil já se viveu o famoso Mensalão, em que muitos da direção do partido acabaram presos, acabaram investigados e processados, e agora o nível de corrupção não só se repete, mas se fala de quantias muitíssimo maiores, de 30 bilhões de dólares. Uma ex-diretoria da Petrobras disse que essa quantia teria sido perdida ao longo de dez anos. Por que não aprenderam a lição?
Presidenta: Olha, posso te dizer uma coisa? Eu acredito que quem do Partido dos Trabalhadores tiver cometido corrupção, malfeito, ilegalidade, tem que pagar por isso. Qualquer pessoa de qualquer partido, aí não só do Partido dos Trabalhadores, mas de qualquer partido. Do Partido dos Trabalhadores, essa é a forma efetiva de encarar desvios de conduta, tem a pessoa não pode continuar no partido, tem que ser expulsa, e o partido tem que fazer o seguinte: montar todos os mecanismos de controle que ele possa, todos, sem exceção.
Agora, queria te dizer uma coisa que eu tenho certeza em relação à Petrobras. A Petrobras ela é, hoje, uma das grandes companhias abertas de petróleo do mundo. Ela tem uma, ela conseguiu, e por que ela ganhou o prêmio da OTC? Porque eu não sei se você sabe, mas nós descobrimos o pré-sal. O pré-sal ele… muitos diziam que o pré-sal ia ser muito difícil de ser explorado, porque nós não íamos conseguir, porque ele fica em grandes profundidades. Esse prêmio é um prêmio dado à tecnologia desenvolvida por brasileiros, pela Petrobras, de extração do petróleo em águas ultra profundas, e nós conseguimos um feito: nós, em menos de seis anos, nós saímos de zero de produção do pré-sal e hoje estamos, na média, em 660 mil barris/dia; já chegamos a um pico de 715, 723 [mil barris/dia]; enfim, o pré-sal ele é uma das melhores notícias da Petrobras, primeiro porque o que nós hoje temos certeza, é que ele é de alta... o petróleo lá, do pré-sal, é de alta qualidade, um petróleo que, em um quadro desses que nós vivemos hoje de diminuição no preço do petróleo, é um petróleo que recebe um bom preço, mas, sobretudo, também ele demonstra uma maturidade da Petrobras junto com seus parceiros na exploração do pré-sal no Brasil, a preços competitivos, neste cenário que nós estamos vivendo de preços mais baixos.
Então, eu tenho certeza que a Petrobras sai muito mais forte dessa situação do que em algum momento no passado ela esteve. Ela está conseguindo cumprir seus patamares de produção, sua curva de produção está em dia. Nós temos uma política também de conteúdo local, em que atraímos empresas dos outros países para produzir aqui, máquinas, equipamentos, bens e, inclusive, fornecer serviços para essa área que vai ser uma área demandante, muito demandante no Brasil nos próximos anos.
Jornalista: Para terminar, mais duas perguntas, Presidenta. A senhora apresentou esta reforma política, esta proposta de reforma política, esta proposta de reforma anticorrupção. A [reforma] política não avança desde 2013 e a anticorrupção acaba de ser apresentada. E Muitos se perguntam sobre as suas bases políticas no Congresso, pois muitos são apontados pelo escândalo da Petrobras.Acreditam que certamente não serão aprovadas não apenas estas reformas, mas também as reformas de ajuste, porque vão contra o seu próprio futuro. São políticos que têm convivido com a corrupção, com a impunidade, e isso é como forçá-los a se autorregular. Qual é a sua capacidade de governabilidade e de manobra com o Congresso?
Presidenta:Olha, eu acho que essa é uma análise que eu não considero correta a respeito do Congresso do Brasil. Primeiro porque eu acho que nem tampouco a minha base, não há nenhuma pessoa condenada ou denunciada por corrupção na minha base eleitoral, até por que o que está havendo no Brasil é uma investigação.
Jornalista: Mas os presidentes da Câmara e do Senado estão sendo investigados.
Presidenta: Estão sendo investigados, não foram nem denunciados, (incompreensível) um processo anterior, dentro do princípio que todas as pessoas têm direito à defesa, eu não posso concordar com a sua análise, porque já condenou (incompreensível), mas eu quero dizer uma coisa: no Brasil eu acho que tem mais de 10 anos que nós tentamos fazer a reforma política. Eu acho que todo esse clima de combate à corrupção, de combate à impunidade ao contrário do que parece, eu acho que facilita a aprovação de uma reforma política que tem por base você garantir que não haja financiamento empresarial de campanha, que haja pessoa física, o empresário pessoa física pode financiar. Agora, é possível que haja outras visões a respeito da reforma política, de qualquer forma eu não descarto a reforma política, não acho que o Congresso é contra a reforma política, acho que há uma grande chance de nós termos esse processo bem sucedido. E acredito também que há, por parte dos congressistas, um forte compromisso com o Brasil e isso é que acho que responde pelo fato de que é muito provável que nós aprovemos, sem grandes modificações, com alguns ajustes, os nossos programas e os nossos pedidos em relação ao Congresso. Eu estou otimista, não acredito, não acho que o Congresso brasileiro, o tipo do Congresso brasileiro é de criar impasse, você vê isso em outros países. Se cria um impasse, não é típico do Brasil isso, não é vamos dizer da nossa tradição política, não é.
Jornalista: Por último, Presidenta, muitos querem saber qual é a sua relação com o ex-presidente Lula. Muitos dizem que há um distanciamento, que o que está acontecendo no Brasil está comprometendo os resultados do governo dele.
Presidenta:Olha, eu tenho uma proximidade muito grande com o presidente Lula, e sempre vou ter. Muitos torcem para que isso não ocorra, que essa proximidade não se realize todo santo dia, mas eu posso te assegurar eles podem ficar descansados. Nós mantivemos laços muitos estreitos, mantemos laços muito estreitos e manteremos laços muito estreitos, é uma questão de, eu te diria, de proximidade de alma.
Jornalista: Terminemos esta entrevista com uma mensagem positiva. Que boas notícias a senhora pode antecipar aos jovens do Brasil para os próximos quatro anos?
Presidenta: Nós não pouparemos esforços para que o Brasil se transforme em uma verdadeira Pátria Educadora, e uma Pátria Educadora ela é comprometida com a educação de qualidade para jovens e crianças, porque eles são o futuro.
Jornalista: Muitíssimo obrigada, Presidenta.
Ouça a íntegra da entrevista (53min48s) da Presidenta Dilma