Você está aqui: Página Inicial > Presidência > Ex-Presidentes > Dilma Rousseff > Vídeos > Discurso da presidenta Dilma na cerimônia de encerramento do Encontro Empresarial Brasil-Turquia (parte 1) - Ancara/Turquia

Discurso da presidenta Dilma na cerimônia de encerramento do Encontro Empresarial Brasil-Turquia (parte 1) - Ancara/Turquia

Conteúdo alternativo

Ancara-Turquia, 07 de outubro de 2011

 

Em meu nome e em nome de todos os brasileiros, apresento ao senhor ministro Erdoğan as nossas mais sinceras manifestações de pesar pela morte da senhora sua mãe. Que descanse em paz!

Senhor Zafer Caglayan, ministro da Economia da Turquia,

Embaixador Antonio Patriota, ministro de Estado, aqui representando todos os ministros que vieram nesta viagem me acompanhando,

Queria cumprimentar o senhor Rizanur Meral, presidente da Confederação de Empresários e Industriais, a Tuskon,

Senhor Robson Andrade, presidente da Confederação dos empresários brasileiros [Confederação Nacional da Indústria],

Senhoras e senhores empresários,

Senhoras e senhores profissionais da imprensa, cinegrafistas, jornalistas, fotógrafos,

 

Eu queria iniciar saudando as autoridades governamentais, os empresários, os acadêmicos, e todos que trabalham pelo estreitamento das nossas relações. Este encontro demonstra a vitalidade das nossas relações comerciais, mas, sobretudo, mostra o potencial que nós podemos desenvolver, se trabalharmos com afinco, tendo em vista que somos países muito similares e, como disseram os que me antecederam, complementares.

Todos nós aqui sabemos que o mundo enfrenta uma crise sem precedentes. Os países desenvolvidos não encontraram ainda o equilíbrio entre ajustes fiscais apropriados e estímulos necessários para retomar um crescimento equilibrado, nem tampouco definiram os modelos de regulação capazes de resolver a pesada dívida soberana que pesa sobre seus próprios bancos.

A Turquia e o Brasil têm sabido resistir à crise porque apostam no fortalecimento dos seus mercados domésticos, apostam na expansão dos investimentos industriais, agrícolas, em infraestrutura, e também em investimentos sociais que também têm estruturas de coordenação macroeconômica robustas.

Como países emergentes que somos e países que têm muita clareza sobre a importância do crescimento econômico, somos também afetados pelas políticas de reação dos países desenvolvidos à crise, notadamente, a expansão monetária praticada por alguns bancos centrais, o que leva a uma espécie de guerra cambial e compromete os valores das nossas mercadorias.

Essas políticas monetárias, excessivamente expansionistas, têm sido remédio privilegiado que as economias mais desenvolvidas têm buscado nos últimos tempos, e têm como efeito secundário, como eu disse, a valorização artificial das nossas moedas.

Todos nós devemos discutir como fazer para superar esta fase que é uma fase grave da crise internacional, até porque, indiretamente, ela afeta todos nós.

Mas a Turquia e o Brasil podem, sem sombra de dúvida, contribuir no G-20, por exemplo, para o prosseguimento das reformas das instituições econômicas e financeiras internacionais, aumentando a participação de nossos países em decisões que afetam diretamente os nossos povos, e, portanto, evidenciando a importância do reforço da coordenação macroeconômica entre os países.

Na Cúpula de Cannes, Brasil e Turquia devem, juntos, pressionar por resultados concretos, que superem, muitas vezes, a imobilidade política das lideranças envolvidas.

Senhoras e senhores,

Para nossa relação bilateral, a crise nos oferece também uma oportunidade. Reforça tendência de profunda transformação nos fluxos de comércio e investimento. Hoje, as diferentes regiões do mundo se articulam de forma inovadora e criativa.

A crise impõe aos países emergentes uma responsabilidade, a qual certamente nós, Brasil e Turquia, estaremos à altura: a de crescer e continuar expandindo as nossas relações internacionais. Este é, sem dúvida nenhuma, o melhor remédio para as nossas economias.

As oportunidades aqui debatidas certamente vão dar a sua contribuição para a necessária aproximação maior entre os nossos empresários, as nossas diferentes indústrias e as diferentes capacitações tecnológicas de nossos países.

É fato que, entre 2004 e 2010, nosso intercâmbio triplicou. Apenas no primeiro semestre deste ano, alcançamos volume superior a US$ 1,5 bilhão, número equivalente a quase todo o ano de 2010. Se isso, com relação ao passado, é uma conquista, não deve deixar de nos evidenciar que, do ponto de vista dos nossos potenciais e do nosso futuro, é bastante insuficiente.

Nos últimos anos, nós assistimos aos primeiros investimentos mútuos importantes, que revelaram o potencial de uma maior articulação e cooperação produtiva e tecnológica no que se refere  às nossas economias.

Nós temos uma pauta comercial ampla e diversificada. Podemos ampliá-la e diversificá-la ainda mais. Nós ...

Assunto(s): Governo federal