Declaração à imprensa do Presidente da República, Michel Temer, após Cerimônia de assinatura de atos
Carissimo Sebastián Piñera, Presidente da República do Chile,
Senhoras e senhores ministros de Estado,
Parlamentares,
Embaixadores,
Profissionais de imprensa.
Eu quero de logo registrar que é com grande prazer que estamos recebendo, em visita de Estado, o presidente do Chile, Sebastián Piñera e a sua senhora. Nossas boas vindas, mais uma vez, a toda a delegação chilena.
E quero, mais uma vez, agradecer ao presidente Piñera a deferência de haver incluído o Brasil entre os destinos de sua primeira viagem ao exterior, neste seu segundo mandato, este é gesto que muito nos honra, e cujo significado sabemos compreender.
Aliás, esta, presidente Piñera, é a terceira vez que nos encontramos em menos de dois meses. A primeira foi por ocasião da cerimônia de sua posse, que tive o privilégio de assistir. Aliás, eu até registro uma coisa, presidente Piñera, que foi uma coisa muito curiosa, não é? As cerimônias, no geral, são muito longas não é? Às vezes duas, três horas, discursos e mais discursos. E nós pudemos verificar, e eu trouxe esse exemplo para cá, o presidente Piñera recebeu a faixa, tomou posse, chamou os ministros, fizeram lá o juramento, deu posse a todos e terminou a solenidade. Foi uma coisa, digamos, civilizadíssima, foi um exemplo aqui para aquelas sessões intermináveis, com muitos discursos.
Então, eu quero que é um prazer essa frequência dos nossos encontros, que reflete bem que o Brasil e o Chile são parceiros históricos, cuja amizade fundamenta-se em valores e interesses compartilhados como a democracia, os direitos humanos, o crescimento com geração de empregos e a renda e, naturalmente, a integração latino-americana de nações.
Nossa reunião há pouco, eu comunico a imprensa, foi extremamente produtiva, nós avançamos naturalmente na vertente econômica desta nossa relação. Aliás, os nossos empresários, presidente Piñera, se conhecem bem, se apreciam, e eu pude verificar que se relacionam com absoluta fluidez. E nosso papel como governo é continuar criando as melhores condições para intensificar essas relações. Aliás, o Brasil já é o País com maior estoque de investimentos chilenos, mais de US$ 31 bilhões. Os investimentos brasileiros no Chile também são expressivos, estão hoje na casa de US$ 4 bilhões. Mas, certa e seguramente, essa sua visita e os contatos que o senhor mantém e manterá aqui no Brasil, vai aumentar ainda mais o desejo dos nossos empresários de investirem no Chile. E, aliás, neste plano comercial, a situação é de total liberalização tarifária entre o Brasil e o Chile.
Os números até são eloquentes. Em 2017, o intercâmbio aumentou mais de 20% em relação a 2016. E fico muito feliz, foi precisamente no meu governo. Chegou a US$ 8 bilhões e 400 milhões. E este resultado faz do Brasil, penso eu, o maior parceiro comercial do Chile na região. E faz do Chile nosso segundo maior parceiro também no plano regional.
E aliás, os acordos hoje assinados, sobre compras públicas e serviços financeiros, o que estamos fazendo é estimular que o comércio e os investimentos entre nossos países cresçam ainda mais. Por isso, acolhemos a proposta do presidente Piñera, de negociar um novo e ambicioso acordo de livre comércio. Não se trata mais de eliminar barreiras tarifárias, já estamos de outro patamar. Agora nosso objetivo é superar barreiras regulatórias às trocas entre o Brasil e o Chile.
Devo dizer também, que conversamos eu e o presidente Piñera, sobre cooperação em defesa, em Ciência e Tecnologia e tratamos naturalmente da integração física na América do Sul e da colaboração na Antártida.
Eu quero até renovar aqui publicamente, agradecimento já fiz ao presidente Piñera, no tocante ao auxílio que o Chile prestou, no caso do incêndio da estação Comandante Ferraz, em 2012. O Brasil, tenha a certeza, presidente, nunca esquecerá a ajuda que, com tanta generosidade, nos prestou o Chile.
Concordamos também, em fazer cada vez mais uma integração entre o Mercosul e a Aliança para o Pacífico. Discutimos uma questão discutida em todos os encontros regionais, que é a questão da Venezuela e expressamos ambos a nossa preocupação com os destinos políticos daquele país. Sendo certo que a nossa preocupação é com o povo venezuelano, concordando, portanto, que não há alternativas em nossa região que não seja para um regime declaradamente democrático. Cheguei a mencionar à Sua Excelência o problema que nós temos no Brasil com os imigrantes venezuelanos, o que atinge também outros Estados.
E, finalmente, presidente Piñera, um tema que não tratamos lá, mas que eu faço questão de mencionar aqui, que é um tema global. E, portanto, eu não posso deixar de registrar o histórico encontro de hoje, entre os líderes da Coreia do Sul, e da Coreia do Norte. Nós esperamos, estar assistindo ao início de uma etapa que levará ao estabelecimento definitivo da paz na Península Coreana, nós queremos ver aqueles povos unidos e não separados. Aliás, se derem esse exemplo ao mundo, certa e seguramente, isso terá repercussões em outros conflitos regionais que poderão, quem sabe serem conduzidos também à paz nessas localidades. Portanto, o registro que eu faço é com muita satisfação, na torcida, digamos, de que isso resulte benéfico para ambos os países.
Portanto, presidente Piñera, eu reafirmo os votos de boas-vindas ao Brasil, ela estreitará os laços de amizade entre nossos países, e nos dá, desde já, uma grande satisfação, cumprimentá-lo novamente.