28-06-2016-Discurso do Presidente da República em exercício, Michel Temer, durante cerimônia inauguração da nova fábrica de celulose da Klabin -
Ortigueira-PR, 28 de junho de 2016
Eu vou pedir licença a todos e tomar a liberdade, a liberdade de não mencionar as eminentíssimas autoridades que aqui se encontram.
Peço licença à prefeita, ao governador, à família Klabin, a todos aos deputados, senadores, ministros, às senhoras e aos senhores, para fazer uma saudação genérica em relação a todas as autoridades.
Eu queria pedir a todos aqueles que estão aqui, às senhoras e aos senhores, que tentassem visualizar na sua mente a figura do animal puma. Na minha mente, o puma sempre aparece como um animal que está em movimento, um animal que vai dar um grande salto. Essa é a figura que eu tenho do puma.
Pois muito bem, esse projeto chama-se Puma. E, com isso, os senhores da Klabin estão dando um grande salto, um grande movimento em prol do crescimento e do desenvolvimento do nosso país. Não tenho a menor dúvida disso.
E ao saudá-los eu quero dizer da extraordinária honra cívica, não é honra pessoal, é honra cívica de me fazer presente nesta solenidade. Por uma razão singela: ao longo do tempo eu tenho dito com frequência que a iniciativa privada é quem ajuda o Estado a crescer. Um país forte é um país amparado pela atuação da iniciativa privada. E quando falo na iniciativa privada eu falo na conjugação daqueles que empregam e daqueles que são empregados. É a conjugação destas duas forças vivas da nação que fazem o país crescer.
E aqui, até tomo a liberdade de mencionar uma das falas do doutor Klabin nesta tribuna, dizendo da fraternidade que une a sua família desde o século XIX, e como esta fraternidade familiar conseguiu fazer com que se desenvolvessem todos, colaborando para o crescimento do país.
Mas eu quero dizer que como consequência desta fraternidade familiar, outra verificou-se no episódio da construção deste empreendimento. E aqui eu tomo a liberdade, Celso Lafer, de lembrar o dístico da Revolução Francesa quando, ao tratar dos direitos individuais cunhou a expressão: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Liberdade e igualdade é facilmente compreensível. Mas de que fraternidade falavam os revolucionários da Revolução Francesa? Falavam da fraternidade entre pessoas que pensam da mesma maneira, que têm as mesmas aspirações, que querem o desenvolvimento social, que querem o crescimento do país, que querem a harmonia social, que querem a liberdade de expressão, que querem a liberdade de informação, que querem a liberdade para viver e sobreviver em um país soberano e democrático. Esta é a expressão fraternidade.
Ora bem, aqui o que verifiquei é que, durante a construção da obra, durante a obra, portanto, cerca de 40 mil pessoas - este é o dado que me passaram - transitaram por estas obras e, ao final, mais de 1,5 mil empregos são formalizados aqui neste empreendimento. Todos eles participaram fraternalmente, ao lado da fraternidade familiar da família Klabin, para que este empreendimento fosse tão saudado e tão aplaudido no dia de hoje.
E é desta fraternidade que a família Klabin dá e que todos deram, ao permitir e colaborar, senhora prefeita Lourdinha, com essa obra é que nós estamos precisando no nosso país. Os senhores sabem que eu estou há pouquíssimo tempo, eu tomo a liberdade de fazer uma brevíssima exposição: estou há pouquíssimo tempo à frente do governo e, na verdade, nós estamos pregando uma espécie de pacificação nacional, um movimento no sentido de reunificar o pensamento nacional, de fazer com que todos se empenhem, como se empenham aqui, para o crescimento do país. Eu já tive oportunidade de governar com o eminente governador Beto Richa e ele partilha do mesmo pensamento. E partilha também do pensamento - e aqui vai uma homenagem ao estado do Paraná -, partilha do pensamento do desenvolvimento do estado enquanto integrante da Federação brasileira.
E muito recentemente, devo dizer aos senhores e às senhoras que nós resolvemos um grande problema federativo. Há uma questão angustiante para os estados, que era a questão da dívida dos estados com a União e nós temos absoluta convicção de que a União será forte, e o Estado democrático, na medida que estados e municípios também sejam fortes.
Por isso, nós, há pouquíssimos dias… E, vejam, eu conto os dias, eu estou no 45° dia do governo e há pouco mais de 15 dias, mais ou menos, nós conseguimos reunir os 27 governadores dos estados brasileiros e fazermos um grande acordo em que a União abriu mão da recepção, da percepção deste crédito durante todo este ano, portanto, seis meses deste ano, o que representa para o estado do Paraná quase R$ 500 milhões, que serão reinvestidos em obras aqui, no estado do Paraná. E de igual maneira isto vai acontecer em todos os estados brasileiros.
Mas eu volto, nessas breves palavras, ao caso deste empreendimento. É interessante notar que aqui, eu tenho um vício profissional, como eu trabalho muito na área de Direito Constitucional, eu vejo que aqui, quando se prestigia a iniciativa privada, quando se prestigia a propriedade, e propriedade e iniciativa privada, que também exercita uma função social. Quando eu verifico esta atividade, este empreendimento, eu vejo: é interessante, que coincidência e que obediência extraordinária ao texto da Constituição Brasileira. Porque eu vejo aqui não se preocuparam apenas em erguer o empreendimento, preocuparam-se em dar emprego, e preocuparam-se com o social.
Quando eu vejo, com grande alegria, que aqui foram praticamente privatizadas, digamos assim, 29 escolas da região, eu vejo a preocupação social. Portanto, a integração da iniciativa privada que cresce com os próprios problemas sociais de toda essa região. Sem dizer, sem ressaltar, sem repetir, por óbvio, que isso gerará tributos, que isso gerará, indispensavelmente, o desenvolvimento dessa região.
Portanto, eu quero cumprimentar mais uma vez o governador Beto Richa pela excelência dos seus trabalhados aqui do Paraná. Cumprimentar as organizações Klabin, que eu acompanho há tanto tempo, tantos da família são meus amigos, muitos até da área ambientalista, não é? Eu acompanho há tanto tempo essa atividade. Eu quero cumprimentá-los e agradecer, não em meu nome, não em nome do presidente da República em exercício, mas em nome do país.
Eu quero agradecer isso que fazem aqui em Ortigueiras, porque estão dando um exemplo para o país. Se nós todos que estamos aqui com ouvidos atentos, pudermos transmitir e retransmitir, em todos os cantos e recantos, as palavras que ouvimos aqui. Se nós pudermos transmitir com uma espécie cinematográfica de visualização desse grande empreendimento para todo o país, nós podemos dizer, sem medo de errar: o Brasil não é apenas o país do futuro, o Brasil é um país do presente, é um país que cresce nesse momento, com este grande empreendimento e que outros seguramente nascerão.
Meus parabéns.
Ouça a íntegra do discurso (10min21s) do Presidente Michel Temer