28-04-2018-Discurso do Presidente da República, Michel Temer, durante a solenidade de Abertura Oficial da 84ª Exposição Internacional de Gado Zebu - ExpoZebu 2018
Uberaba/MG, 28 de abril de 2018
Muito obrigado.
Quero saudar rapidamente o nosso presidente Arnaldo,
Rodrigo Maia,
Antônio Andrade,
Os deputados federais Arthur Lira, Aelton Freitas, Beto Mansur, Franklin, Marcos Montes, o João Fernando Coutinho, Júlio César,
Meu querido amigo Paulo Piau,
O João Martins da Silva Júnior, presidente da CNA,
Enfim, senhores, senhoras, pecuaristas, as senhoras primeiras damas, que aqui foram mencionadas.
E muito rapidamente também, eu quero registrar em primeiro lugar, logo nesta palavra inaugural, um agradecimento muito especial ao Arnaldo. Porque ele teve a delicadeza, a gentileza de premiar-me com o título de sócio honorário da ABCZ e até com uma gentileza extraordinária ainda, que foi conferir-me o número 80. Eu sou o octogésimo, comemorando portanto, os 80 anos da ABCZ. Eu quero agradecer muitíssimo esta sua delicadeza.
Dizer, viu Rodrigo, uma palavra em relação ao Paulo Piau. Você viu que o Paulo Piau, agradeceu, Marcos Montes, inúmeros projetos que nós aprovamos, gestos que nós fizemos ao longo do tempo, mas deixou muito, legitimamente, mais três pedidos. Pedidos que dependem do Executivo e do Legislativo. Eu acho que nós dois podemos prometer que nós vamos nos empenhar nisso. Tenho certeza disso, não é?
E aliás, a propósito disso, meus senhores, minhas senhoras, nessas palavras muito rápidas, eu quero dizer que tudo que foi feito neste nosso governo, que ainda não completou dois anos. Completará dois anos no dia 17 de maio. Mas tudo foi feito em uma parceria extraordinária entre o Executivo e o Legislativo. Pala primeira vez, Nizan, nós fizemos com que o Legislativo não fosse um apêndice do Executivo, mas ao contrário, que fosse um parceiro do governo. E que pudéssemos governar juntos.
Não foi outra razão, pela qual nós chegamos até aqui fazendo as reformas essenciais para o Estado brasileiro. E com uma rapidez estupenda. Foi essa parceria que nos permitiu, eu não vou aqui relacionar tudo aquilo que foi feito. Eu acho que estenderia demasiadamente a minha fala. Mas os senhores e as senhoras sabem e já mencionaram aqui, tudo aquilo que foi feito ao longo do tempo. Especialmente na área do agronegócio, não é? A todo momento, nós fizemos isso.
Interessante, eu tenho como inspiração para esta liberdade de iniciativa, para este prestigiamento do agronegócio, da agropecuária, eu tenho precisamente a ideia que nasceu em Minas há muito tempo, com Tiradentes. Quando ele, ao pregar a Inconfidência Mineira, teve como símbolo a palavra liberdade. E a liberdade não era apenas naquele significado, uma liberdade de natureza política. Era uma liberdade de ação das pessoas, uma liberdade de ação das instituições. Por isso que nós, e Rodrigo mencionou isso, nós somos muito favoráveis a mais ampla liberdade de iniciativa, ao direito à propriedade, sem esquecer naturalmente, os direitos sociais.
Vejam que no âmbito dos direitos sociais, nós também promovemos feitos extraordinários. Aliás, eu quero lembrar que uma coisa que o Nizan Guanaes disse logo no começo do meu governo, quando eu fiz pela primeira vez uma reunião do Conselho Econômico e Social, ele disse: presidente, aproveite a sua impopularidade e faça tudo o que o Brasil precisa. Eu fiz, não é? Eu fiz. E eu fiz, porque de fato, o Nizan, que é um grande publicitário, um grande, enfim, um sujeito habilitado nessas questões do marketing industrial, comercial, político, ele percebeu uma coisa que nós todos percebemos.
Quando você está em campanha eleitoral, muitas e muitas vezes, você evita certas falas, certas dicções, não é? Porque, enfim, teme em perder voto. Ah, se eu falo isto, eu perco voto naquele setor. Eu não tinha o que perder e por isso ele fez essa frase e por isso nós pudemos fazer o que nós fizemos pelo nosso País.
Eu não vou, hoje até eu digo aos senhores e as senhoras, que estive muito recentemente em Lima, no Peru, na chamada Cúpula das Américas e lá havia cerca de 18, 19 Chefes de Estado e de Governo. E lá eu pude perceber, Toninho, digamos, a visão muito otimista do nosso País. As pessoas tinham uma visão desses dois anos, sendo certo, vou dar um exemplo aqui do nosso presidente Macri, que me disse: Temer, como você conseguiu uma inflação de menos de 3%? Nós temos uma inflação de 25% ao ano e está difícil reduzir. Como é que você conseguiu a reforma, que ele chama de laboral, a Reforma Trabalhista? Nós estamos lutando há nove meses, Marcos Montes, Júlio César, Franklin, não conseguimos. Porque o sindicato, enfim, com muita legitimidade, são muito fortes e não conseguem modernizar a legislação trabalhista. Como é que você conseguiu que o agronegócio, mas aí não dependeu de mim, aí dependeu, aqui uma homenagem especialíssima, Arnaldo, a vocês que trabalham na área da pecuária, do agronegócio em geral, que tem sido um dos sustentáculos do PIB brasileiro.
Isso que o Toninho disse, não é? Toninho disse: olhe, no passado era 3.6, no passado, menos, negativos. Hoje neste ano, já foi 1 a mais, ou seja, evoluímos 4.6. Tiramos do negativo e colocamos no positivo e neste ano ainda, a tendência possivelmente é chegar a 3% do PIB. Isto reconhecido pelas entidades internacionais e tudo isso, volto a dizer e aqui a minha homenagem especialíssima, se deve ao agronegócio brasileiro.
Não fosse os senhores dedicados a isso, não é? Não fosse digamos assim, ontem eu recebi o presidente Piñera, do Chile e no discurso dele, dizia: olhe, nós temos a vantagem hoje de termos os mesmos princípios. Chile, Brasil, Argentina, nós temos os mesmos princípios, que é o princípio da livre iniciativa, o princípio da liberdade para agir, o princípio do cumprimento das instituições. Porque se você não tiver cumprimento das instituições, como aqui foi dito, você desorganiza a sociedade.
E por isso, que em todo momento eu digo: olhe, nós precisamos a todo momento, ter muito presente, a ideia do cumprimento muito efetivo, muito forte, muito significativo da ordem normativa da Constituição Brasileira. Quando você sai do texto da Constituição Brasileira, você desorganiza a sociedade. E olhe, vou dizer a vocês, a nossa Constituição, por isso que ela está vigente há 30 anos, espero que continue mais 200, 200 anos, ela prestigia a iniciativa privada, prestigia o direito à propriedade, prestigia o agronegócio e prestigia também os direitos sociais.
Tanto que tem um capítulo especial para os direitos sociais e nós não temos nos olvidado disso. A todo momento, eu estou aumentando por exemplo, o valor do Bolsa Família, que é um direito social, não é? Por quê? Porque nós sabemos que nós precisamos reincluir, incluir as pessoas na vida social brasileira.
Mas eu falo com muita satisfação e por isso quando o Arnaldo, o Paulo Piau, e todos foram me convidar, eu disse: olhe estarei lá com muito gosto. Até porque a minha origem, é uma origem interiorana. Eu sou de uma pequena cidade de São Paulo, chamada Tietê, e vivia em uma chácara. Claro que não é, não tinha o tamanho deste parque, não é? Era um pouco menor. Mas eu me lembro que meu pai tinha lá um boi zebu. Ele criava zebu, poucos claro, não como Arthur Lira, que tem milhões e milhões de cabeças de gado. Mas tinha umas poucas, umas poucas cabeças de gado, que era o orgulho, Flanklim, da atuação do meu pai. E foi precisamente isso, depois de muito esforço que ele fez, que dos oito filhos, ele conseguiu mandar quatro, para fazer Direito. Eu sou último e apreciaria que ele tivesse vivo para me ver aqui, não como presidente da República, mais me ver homenageado por um setor que faz o progresso do Brasil. Que é o setor agropecuário.
Muito sucesso aos senhores.
Ouça a íntegra (08min19s) do discurso do Presidente.