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07-05-2018-Discurso do Presidente da República, Michel Temer, durante cerimônia de Abertura da APAS Show 2018

São Paulo/SP, 07 de maio de 2018

 

Cumprimentar o João Sanzovo Neto,

Cumprimentar o Márcio França, o governador,

Cumprimentar o Bruno Covas, prefeito,

Cumprimentar o Torquato Jardim, ministro de estado  da Justiça,

Cumprimentar o Henrique Meirelles,

Cumprimentar os deputados federais, Arnaldo Faria de Sá, Beto Mansur, Gilberto Nascimento, Goulart, Milton Monti, Renata Abreu, vejo aqui o deputado  Itamar Borges,

Vejo o, enfim, o secretário da Agricultura, Francisco Jardim,

Enfim, cumprimento a todas as autoridades aqui presentes

 

E também, na medida do possível, viu, Márcio, falando rapidamente, eu quero dizer que a segunda-feira é o início da semana. Nós aqui, nós todos governantes e governados, empresários, nós trabalhamos no final de semana. No sábado e domingo.

Mas não há dúvida de que a segunda-feira é o dia que dá início a semana. Então você precisa, digamos assim, fortalecer espiritualmente, psicologicamente, para produzir bons resultados durante a semana. Quando o Pedro Celso, quando o João Sanzovo, quando o Márcio, todos estiveram comigo e disseram: “você precisa ir lá”. Eu perguntei logo: “quando é?” “É tal dia. Início da semana, segunda-feira.” Então hoje, ontem ainda eu dizia: “amanhã, eu tenho certeza que eu vou tomar uma injeção de ânimo indo à abertura deste Congresso”. E é o que aconteceu neste momento.

E aliás, viu, Pedro Celso, você sabe que, quando você chega em um lugar que tem pessoas com bons pensamentos, pessoas animadas, pessoas dotadas de uma certa espiritualidade, eles emanam, todos, uma energia naturalmente muito positiva. E este bom astral que preside esta reunião fez com que meu assessor, logo na entrada, me dissesse: “olhe aqui, saiu agora um dado do setor automotivo, comparando a produção do setor automotivo de maio do ano passado com maio deste ano. Aumentou 40% a produção”. Veja que tudo isso é fruto deste bom astral que domina esta reunião.

E outra coisa que me revigora ao participar desta bela exposição do setor varejista é exatamente a coincidência, interessante, eu ouvi com muita atenção o discurso de todos, sem exceção, mas o do Pedro Celso e do João mencionando  o que pode ser feito, por exemplo, nós temos dois anos de governo e não houve aumento de impostos. Quando nós chegamos, lembram-se que se falavam-se muito na CPMF etc., nós nem tocamos no assunto. Dois anos sem impostos e, interessante, nós fizemos, o Meirelles disse assim: “olhe, nós e nosso governo, nós fizemos em dois anos o que talvez devesse aguardar oito anos”. Mas, eu vou me servir aqui, viu, Meirelles, das palavras do Pedro Celso e do João para dizer o seguinte: interessante, toda modéstia de lado, mas eu acho que em dois anos, nós fizemos coisas que se esperava há 20 anos. Essa coisa de supermercado, do domingo, dos feriados, aqui foi dito que se esperava há 20 anos.

Eu posso dizer outra coisa que se esperava há 20 anos, que está muito pautado pelas palavras do Pedro Celso, a questão da educação, que é fundamental para o País. Vocês sabem que eu fui (...) sabe disso, eu fui presidente da Câmara dos Deputados pela primeira vez em 1997, já se falava naquela época da reforma do Ensino Médio, ao fundamento de que a educação é importantíssima para evitar presídios, não é verdade? Bom, passou-se um prazo de 20 anos, eu assumo o poder e imediatamente chamo o ministro da Educação e digo: “olha aqui, vamos fazer a reforma do Ensino Médio, porque, ao longo desses 20 anos, embora apresentada das mais variadas proposições legislativas, só se dizia que o ensino fundamental, o ensino médio, o aluno não sabia o português, não sabia história, não sabia escrever, não sabia multiplicar etc., etc., etc”.

Pois, muito bem, quando nós conversamos sobre isso, ele disse: “vamos fazer”, prefeito Bruno Covas, “por medida provisória, porque, se eu fizer por projeto de lei, vai ser mais um projeto que vai lá para a Câmara ou para o Senado e vai ficar um tempo sendo discutido, vamos fazê-la de uma vez aproveitando a discussão muito fértil que já se deu no Congresso Nacional ao longo desse período”, fizemos por medida provisória, foi debatida. Hoje quando o ministro da Educação reúne todos os secretários da educação dos estados, é aprovado por 96% do setor educacional.

Então é mais uma coisa que me agradou enormemente, que é a coincidência das palavras do Pedro Celso, com aquilo que nós estamos fazendo ao longo do tempo.

Eu não preciso dizer daquilo que já foi dito aqui, seria, na verdade, cansativo falar da inflação, falar do juros. Quando nós vemos países vizinhos, e até conto que, muito recentemente, eu fui à Cúpula das Américas aqui em Lima, no Peru, e lá havia cerca de 15, 16 estados estrangeiros, todos eles admiradíssimos com o que se fez no Brasil nestes dois anos, não é? E, quando eu pego o exemplo de um país também próspero com a Argentina, hoje está com 25% de inflação. Agora, os juros lá foram a 40%. Então o Brasil tem que orgulhar-se daquilo que está acontecendo no nosso país.

Mas isto tudo se deve, não é apenas as ação do governo não. Até acho que é menos a ação do governo e mais a ação da iniciativa privada. No particular, dos supermercados. Eu acho que os supermercados são, na verdade, o termômetro. Os supermercados são o termômetro de como anda a economia. Primeiro porque é para os supermercados que convergem importantes cadeias de produção do País. Não adianta produzir se você não tiver meios e modos de fazer chegar isso à população. E o supermercado é exatamente isso.

Agora que trabalha toda semana, trabalha aos sábados, aos domingos e feriados e até, muitas vezes, alguns que mantêm abertas suas portas por 24 horas. Este é um meio, interessante, um meio de contato extraordinário da população. E quando nós falamos, lembrava o Meirelles, que a inflação caiu, os juros caíram, é claro que quando você diz isso, os mais vulneráveis, os mais pobres, dizem: “e eu? O que tem a ver com isso? Onde é que  isso facilita a vida?” Facilita na valorização do salário, facilita no fato de que vocês não precisam aumentar o preço. E como a inflação está sob controle, é claro que isso chega não só às camadas mais prestigiadas do povo mas também às classes mais vulneráveis.

Então, quando eu ouço aqui, por isso eu digo: “este ano começou uma boa notícia para o setor varejista”. Acabei de ouvir que as vendas dos supermercados aumentaram mais de 2% agora nesses últimos tempos, tendo sido no primeiro trimestre, que é o melhor resultado para um período nos últimos 5 anos. E os senhores podem se preparar para vender cada vez mais. Porque a confiança da economia está de volta. O Brasil, com todas as dificuldades, retomou o caminho do crescimento, não é? E não é um crescimento qualquer, mas um crescimento responsável. Um crescimento que se sustenta no tempo. Como disse o Meirelles, nós não produzimos medidas populistas. Nós produzimos medidas responsáveis.

 Vamos tomar, muito rapidamente, a emenda do teto de gastos. É interessante, viu, Márcio, viu Covas, quando as pessoas dizem assim: “bom, agora nós vamos combater o governo”. Então tem que combater as seguintes teses: “primeiro, eu sou contra o teto dos gastos públicos, porque eu quero gastar tudo que posso”. Aliás, o governante sempre deseja isso. O Pedro Celso ainda me disse: “olha aqui, certa e seguramente você teve dificuldades extraordinárias para aprovar o teto dos gastos”. E tivemos mesmo, não foi fácil. Vocês se recordam que, quando se falava nisso, falava-se... era a PEC, era a proposta de emenda Constitucional, era a PEC da morte. Porque ia acabar com educação, acabar com a saúde, não é, Meirelles? E logo, quando nós propusemos a PEC dos gastos públicos, nós aumentamos as verbas para educação e para saúde.

Depois, quem vai se opor ao governo vai ter que dizer: “olha aqui, eu sou contra essa inflação ridícula de menos de 3%. Eu quero é 11% de inflação. Sou contra essa taxa Selic de 6.5, porque eu acho melhor aquela de 14.75. Eu sou contra a recuperação das empresas estatais”. Vocês se lembram que a Petrobras, há 2 anos e meio, 3 anos atrás, se me permitem a expressão livre, era quase um palavrão. Petrobras significava quase uma derruição do sistema econômico referente a petróleo, gás, hidrocarboneto etc. A Petrobras se recuperou de uma forma fantástica.

O Banco do Brasil, vou dar um exemplo aos senhores e às senhoras, o Banco do Brasil, há duas semanas atrás, eu recebo um telefonema do Caffarelli, presidente do Banco do Brasil, disse: “olhe, presidente, eu vou lhe dar uma boa notícia. Quando nós chegamos aqui, a ação do Banco do Brasil valia R$ 15,00, hoje vale R$ 45,00”. Ou seja, o patrimônio público que estava em R$ 35 bilhões, hoje está em R$ 120 bilhões. Tudo isso em, meus amigos, como dizia o Meirelles, tudo isso em 2 anos, não é?

Agora, nós temos muito para avançar. Eu digo da recuperação das estatais, eu digo do teto dos gastos, da inflação, dos juros, da educação. Além do teto dos gastos, viu, Bruno Covas, você sabe que nós na educação, nós aumentamos 500 mil vagas no ensino em tempo integral. E eu falo isso com a voz assim entusiasmada, porque ela tem duas vertentes. Uma primeira é que ela faz com que o aluno, ficando mais tempo na escola, aprende muito mais. Mas tem uma vertente social, porque, quando os mais pobres vão à escola e lá ficam o dia todo, eles se alimentam na escola. Então, tem duas vertentes, a educacional e a vertente social.

 E, é interessante, quando estive agora recentemente em Davos para um Fórum Mundial, eu coloquei esse trecho no meu discurso e um europeu olhou o meu discurso e disse: “Temer, não faz isso não. Porque aqui na Europa”, portanto está falando dos países mais avançados, “todo o ensino é em tempo integral”. Então, eu tive que modificar até o discurso para dizer: “olhe, nós estamos começando uma revolução na educação brasileira. Hoje 500 mil, logo mais 1 milhão, logo mais 1,5 milhão de vagas no ensino em tempo integral.

Então, ao falar aos senhores mercadistas, no nosso tempo, no meu tempo, não havia supermercado, quando era garoto lá em Tietê, havia chamadas, nem era armazém, era venda, uma coisa pequena, não é verdade? E vejam como o Brasil cresceu nesse período todo, e cresceu, volto a dizer, por causa da iniciativa privada, não é só governo que faz as coisas, é pelo trabalho dos senhores.

Eu vou até tomar a liberdade, como eu recebi muitas reivindicações, e levarei em conta – viu, João, viu, Pedro? – essa proposta de tentar vender aqueles medicamentos que não exigem prescrição médica, vou examinar esse assunto, vamos examinar esse assunto.

Mas eu quero também fazer uma reivindicação, que é a seguinte: eu vou pedir a vocês todos, aqui não é, não apenas aos dirigentes que fazem essa reunião maravilhosa, que tem uma repercussão internacional. Eu sei que, vindo aqui, isso terá para mim uma repercussão também, não apenas nacional, mas internacional para o governo brasileiro. Mas eu quero pedir ao senhores donos de supermercados, lojas que comecem a procurar, eu até vou tomar a liberdade, viu, Pedro, de pedir ao ministro do Desenvolvimento Social, hoje o Beltrame, para entrar em contato, porque nós lançamos, ao lado do chamado Bolsa Família, cujos valores eu acabei de aumentar nesses últimos tempos, nós lançamos um programa chamado Progredir. Este Progredir tem como base a seguinte convicção, a seguinte ideia: o Bolsa Família é útil neste momento, mas, evidentemente, não há de ser eterno, quem sabe o Brasil prospera de uma tal maneira que, daqui a 20 anos, você não precise mais do Bolsa Família.

Mas, para isso, você precisa do Progredir. E Progredir, esse programa que nós lançamos, foi naquela ocasião com a presença de autoridades dos supermercados, do sistema financeiro, esteve lá a Abras, para que contratem, eu vou pedir exatamente que entrem em contato, para que contratem os filhos das famílias do Bolsa Família, porque eles começam a trabalhar, e aqui eu estou dando uma coisa de natureza social para os supermercados, porque os senhores vão colaborar para a reversão daqueles que têm mais dificuldades econômicas no nosso país.

Então, ao mesmo tempo que eu levo a reivindicação, eu faço esta que eu entregarei logo mais para o (...) Beltrame, à Abras e à Apas).

Então, meus amigos, eu quero dizer que nós, nosso governo continua na tarefa de reerguer o Brasil, mas reerguer o Brasil depende dessa animação, dessa coisa extraordinária que os senhores e as senhoras revelam no dia de hoje e revelam no dia a dia quando recebem o povo todo no seu supermercado.

Portanto, mais uma vez, meus cumprimentos pela iniciativa e um extraordinário sucesso neste encontro prestigiadíssimo pelo Márcio França, que tem uma história política extraordinária, como de igual maneira prestigiada pelo prefeito Covas, que de  igual maneira, embora jovem, já tem uma história que marca a prefeitura, a capital de São Paulo, o estado de São Paulo.

Muito obrigado a vocês.

 Ouça a íntegra do discurso (15min29s) do Presidente.

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