16-03-2017-Discurso do presidente da República, Michel Temer, durante anúncio de dados do CAGED - (08min29s) - Brasília/DF
Palácio do Planalto/DF, 16 de março de 2017
Mas olhe, quero cumprimentá-los a todos e venho dar aqui, penso eu, boas novas.
Vocês sabem que a economia brasileira volta a crescer. E os sinais desse fato são cada dia mais claros. Em fevereiro, por exemplo, o número de empregos formais foi de 35.612 vagas. É, na verdade, um começo, mas isto é depois de 22 meses de números negativos. É praticamente a primeira vez que nós temos um número positivo no tocante à abertura de empregos.
E é importante essa notícia porque eu penso em 35 milhões, digo, 35 mil brasileiros, que tem, sem a possibilidade de trabalho, uma vida indigna. E um dos pressupostos da Constituição brasileira, aliás, seu fundamento básico, é a dignidade da pessoa humana. Eu tenho absoluta convicção de que, com a retomada do emprego, nós temos pelo menos um bom número de brasileiros que se sentem mais ativamente participantes da cidadania.
É claro que nós temos ainda muitos milhões de brasileiros que dependem de emprego. Mas é preciso começar. E o começo veio por essa notícia que eu estou dando a vocês.
Não vou dizer novidade para dizer que a inflação caiu substancialmente. E este ano, eu posso garantir, pelas informações que tenho da área econômica, do Banco Central, ela estará abaixo do centro da meta, que é 4,5%.
Os juros igualmente caindo. E até devo registrar um fato importante: é que nesse mês de fevereiro ainda não tivemos o produto da aplicação dos valores que foram retirados das contas inativas do Fundo de Garantia. A esta altura penso que somam mais de R$ 4,5 bilhões ou R$ 5 bilhões, alcançando ao longo do tempo, como sabem, cerca de R$ 40 bilhões, que vão movimentar a economia brasileira, além de dar conforto àqueles que têm a conta paralisada sem a possibilidade de movimentação.
Os senhores sabem que, no dia de ontem ainda, a agência Moody’s alterou sua percepção sobre a economia brasileira. Ela nos tirou do negativo para o estável. E, aliás, os pontos negativos que estavam em torno de 570 pontos, que nos tirou do chamado grau de investimento, hoje está perto ou abaixo dos 300 pontos.
Portanto, ao longo do tempo, é muito provável que se atinja uma pontuação que nos faça retornar ao grau de investimento. Mas quando eu falo que caiu de 570 a menos de 300 pontos, é uma queda substancial em pouquíssimo tempo.
Esta percepção da agência Moody’s eu pude detectar ainda ontem quando recebia os dirigentes do Citigroup, que me diziam o seguinte: há seis meses atrás não fariam a avaliação que estavam fazendo naquele momento. Mas que a avaliação era muito positiva Especialmente em função da retomada da credibilidade e da confiança no País em face das reformas e das medidas que vêm sendo tomadas.
E outra notícia, ainda agora eu recebi o chanceler dos Emirados Árabes Unidos, e ele muito entusiasmado em trazer para cá os muitos bilhões de dólares que querem aplicar no Brasil, já que os possui em grande quantidade nos fundos soberanos.
E hoje ainda, às 11h, 11h30, eu recebia - vocês já sabem disso - a informação de que os quatro aeroportos - Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e Fortaleza - foram licitados com grande sucesso. Dias atrás alardeava-se que talvez não houvesse sequer licitantes. E os licitantes vieram. E sobre terem vindo, ainda… e, portanto, entregue R$ 3,720 bilhões para esses leilões, mas é um saldo que supera em mais de 20% o valor esperado inicialmente.
São quatro fatos, portanto, que eu estou mencionando, para revelar o otimismo que deve guiar os nossos passos, deve guiar os passos do governo, devem guiar os passos da economia brasileira, porque mais do que nunca eu verifico o grande interesse de investidores estrangeiros no nosso País.
Por isso que eu insisto, nós temos insistindo, nas reformas fundamentais para o País. Muitas delas, como sabem já aprovadas até o presente momento; outras que estão em tramitação. E que eu penso o Congresso Nacional, que tem dado um apoio extraordinário ao governo, e, portanto, ao País, eu tenho a sensação de que o Congresso continuará apoiando essas medidas, que são medidas que reforçam a ideia da estabilidade das instituições. Nós já estamos num clima de estabilidade política e social. É claro, quando se fala em reforma da Previdência, claro que há observações, etc, observações que serão examinadas pelo governo.
Então, estas notícias que eu queria dizer pessoalmente a vocês - eu não vou tratar de senhores e senhoras porque um dia eu disse isso e disseram que eu estava muito formal. Então, eu estou chamando de vocês, peço licença de todos. Mas eu queria dar essas notícias a vocês porque são notícias que incentivam o governo e incentivam a economia brasileira. Os detalhes destes números, já significativos, de empregos, serão dados pelo ministro do Trabalho e pelos assessores.
Uma boa tarde a vocês.
Ouça a íntegra do discurso (08min29s) do presidente.