18-12-2017-Discurso do Presidente da República, Michel Temer, durante cerimônia de apresentação dos Oficiais promovidos pelo Presidente da República, seguido e cumprimentos e almoço - Brasília/DF
Brasília-DF, 18 de dezembro de 2017
Eu quero cumprimentar a todos, começando pela Marcela, naturalmente.
Cumprimentar o Raul Jungmann e a senhora Patrícia Costa,
General Sérgio Etchegoyen e a senhora Eneida Etchegoyen,
O Almirante Eduardo Bacelar Leal Ferreira e a senhora Cristiane Leal Ferreira,
O General Eduardo Dias da Costa Villas Boas e a senhora Maria Aparecida Villas Boas,
O Brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato e a senhora Rosa Rossato,
O Almirante Ademir Sobrinho e a senhora Poliane Sobrinho,
O General Joaquim Silva e Luna e a senhora Nádia Luna,
Os senhores oficiais-generais da Marinha, do Exército, da Aeronáutica, e respectivas senhoras,
Os senhores secretários do Ministério da Defesa e senhoras,
Dom Fernando Guimarães, arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil.
Senhoras e senhores,
Eu, interessante, eu tenho aqui um discurso escrito até. Mas eu confesso que eu estou um pouco inspirado pelas palavras do Rossato, comandante Rossato e do Raul Jungmann.
A primeira inspiração que me veio foi essa frase extraordinária que o comandante Rossato lançou: “não ter medo de ter coragem”. É interessante, eu nunca havia pensado nisso. Porque nós somos, muitas vezes, mobilizados precisamente pelos temores. E os temores, muitas vezes, nos fazem avançar de uma maneira tal que nos permitem exatamente ter coragem. Foi uma coisa que eu gravei com muita, com muita significância, com muita certeza. E se me permite, embora eu venha a citar a autoria, eu quero usá-la em vários momentos dos meus pronunciamentos.
Em segundo lugar, eu quero me referir à fala do ministro Raul Jungmann. Uma fala de quem, em primeiro lugar, se me permite a expressão entre aspas, “enturmou-se com as Forças Armadas”. Eu sinto que ele faz uma - e não sinto de hoje, nem do seu discurso, sinto das suas várias manifestações ao longo do tempo -, eu sinto que ele se introduziu de uma tal maneira, ele incorporou-se, ou seja, ele não agiu apenas como autoridade, mas agiu espiritualmente. O seu espírito ficou voltado para as Forças Armadas. Não foi sem razão que você fez este discurso enaltecedor das Forças Armadas, corretíssimo, mas também revelador do seu entrosamento com os comandantes e com todos os oficiais-generais, enfim, com as Forças Armadas em geral.
E, aliás, eu até poderia aqui fazer um relato daquilo que foi feito na Defesa. Mas o ministro Raul Jungmann foi, não foi exemplificativo, foi exaustivo no sentido de que arrolou, elencou todas as atividades extraordinárias que foram feitas neste, convenhamos, eu quero ressaltar este fato, neste ano e meio de governo. Notem que nós estamos comemorando hoje o final de um ano que não é de um governo de quatro anos ou de oito anos, é um governo de um ano e oito meses. E quando eu vejo, ministro Raul Jungmann, o relato extraordinário de tudo que foi feito nas Forças Armadas eu aqui, comigo, digo: “poxa, tenho orgulho de presidir nesse momento a República Federativa do Brasil.
E o ministro Raul Jungmann foi mais além, relatou também outras tantas conquistas que nós tivemos ao longo do período, não é? Quando ele fala do teto dos gastos públicos, quando fala da reforma do ensino médio, quando fala da modernização trabalhista, quando fala da nossa abertura para o capital privado e a abertura para o capital estrangeiro, conectado com o capital nacional, quando ele, de passagem, ele elenca outros tantos fatos como, por exemplo, a questão da resolução referente à exploração do pré-sal, que deu uma inovação extraordinária porque permite por concessões e privatizações as mais variadas, o Raul acabou fazendo um relato, praticamente, do nosso governo. E eu quero, portanto, sem nenhuma formalidade, dizer sempre que eu renovo a minha satisfação quando eu me dirijo aos nossos oficiais-generais.
Eu não posso deixar de registrar, Raul, um cumprimento especial aos promovidos de hoje, aos oficiais que chegaram ao generalato e aos oficiais-generais que passam a ostentar mais uma estrela. E nesse particular, é interessante, toda vez que há uma reunião aqui eu vejo um sentimento familiar muito intenso e, por isso, eu quero dar uma palavra à família dos promovidos, os cônjuges, aos filhos, aqueles que naturalmente acompanham os seus maridos nos momentos mais difíceis. Eu imagino como não é fácil a todo momento, muitas vezes, de tempos em tempos, mudar de moradia, de localidade, não é? Isso envolve a questão dos filhos, há um sacrifício enorme da mulher, especialmente aquela que fica dando amparo ao marido nessas suas tarefas dificílimas. Eu quero, portanto, render a elas também, e aos seus familiares uma homenagem especialíssima.
Como quero fazê-lo no tocante à presença das Forças Armadas no cenário internacional. Disse muito bem o ministro Raul Jungmann: hoje, o Brasil, por meio das Forças Armadas, ultrapassa as nossas fronteiras numa concepção muito positiva, não é? Muito aplaudida, da presença das Forças Armadas em vários pontos do mundo. A Minustah que, enfim, cessou há pouco tempo, mas nós pudemos ver, verificar pelo vídeo, a alegria daqueles que abraçavam os militares brasileiros. O abraço fraterno, fraternidade no sentido político da palavra, aquela coisa da pessoa agradecer fraternalmente por meio de um abraço, significa o sucesso da presença das nossas Forças Armadas no Haiti.
Como pude verificar também no Líbano, onde também há uma parte da Marinha no Líbano, eu verifiquei o apreço que o povo libanês tinha pelos nossos militares, pela nossa Marinha. Então, nós, interessante, o Brasil, ele posicionou-se no mundo de uma maneira muito positiva e, muito positiva, particularmente, em função da presença disciplinada, hierarquizada, organizada das Forças Armadas. Porque nós, convenhamos, no Brasil, não temos muito apreço pela hierarquia no geral, pela organização, nós não temos muito apreço pelas instituições. Não são poucas as vezes que eu digo que nós precisamos reinstitucionalizar o País. Certa, digamos assim, solenidade, certa cerimônia no trato entre os poderes é fundamental.
Nós aqui hoje, no Brasil, nós temos uma preocupação muito grande, eu vejo, verifico isso e digo isto para os ouvidos atentos dos senhores e das senhoras, eu verifico que se alguém do Executivo fala com alguém do Legislativo, ou, perdão, do Judiciário, isso já gera uma especulação. O que é desmoralizante para quem ouve. Porque se eu falo com alguém do Judiciário e sou capaz de influenciá-lo ao ponto dele mudar uma opinião pessoal, ou jurídica ou científica ou o que seja, é porque ele não se presta para o cargo que exerce.
Mas, entretanto, a relação institucional entre os órgãos do poder, entre as Forças Armadas e os órgãos do poder, é fundamental, porque nós todos somos autoridades não por conta própria, nós somos autoridades constituídas, já que o poder não é nosso. Nós somos constituídos autoridades. Então, nós temos um dever de olhar para o Brasil, de agir no Brasil, de agir na nossa Pátria como quem quer o progresso do seu povo.
E não é sem razão que, ao longo desse tempo, vejam, eu reitero as palavras do Raul, quando ele diz o que nós fizemos nesse período. E fizemos concretamente e reitero, num governo de um ano e meio. Quando eu digo: olhe, nos quatro últimos meses nós obtivemos mais de 1,8 milhão novos postos de trabalho, eu estou preocupado com o povo brasileiro. Quando nós dizemos: agora, no ano que vem, a possibilidade é de nós alcançarmos mais 2 ou 3 milhões de empregos, é a preocupação nossa, enquanto a autoridade constituída de satisfazer as necessidades e as urgências do povo brasileiro.
Então, ao vir aqui, num período de festas, é interessante, eu quero muito revelar o meu respeito a todos os senhores e às senhoras, respeito presidencial, num particular, numa vertente. Noutra vertente, um respeito pessoal que deriva da admiração que todos nós temos, brasileiros, pelo desempenho das Forças Armadas no Brasil.
E quando eu uso a palavra respeito, interessante, há poucos dias, eu conto esse episódio, eu recebi o presidente da Macedônia, que é um pequeno país, mas é um professor, senhores, de ciência política, ele dizia o seguinte, ele disse: “Olha, presidente, lá nós não usamos a palavra tolerância porque a palavra tolerância é discriminatória. Se eu tolero alguém, é porque o outro está errado, mas eu tolero, eu admito, lá nós usamos a palavra ‘respeito’”, “eu respeito o que você pensa”, portanto, é mais do que tolerar, já que ela tem, a tolerância, uma conotação discriminadora. E é isso que eu quero significar ao senhores: eu respeito todas as instituições, eu respeito as pessoas, eu respeito as ideias divergentes, eu respeito a imprensa, por mais que a imprensa possa fazer isso ou aquilo, eu brado em alto e bom som: “viva a liberdade de imprensa”, porque ela é também fiscalizadora, de molde a ajudar a governar o País.
Então ter respeito pelo outro, ter respeito pelas outras figuras, pela oposição, por aqueles que nos criticam, é uma forma de engrandecer o País. Ou seja, ao invés de apequenar com discussões medíocres, nós temos que engrandecê-la com discussões grandiosas. E eu falo isso pautado, mais uma vez, pelo discurso do comandante Rossato, e pautado pelo discurso do ministro Raul Jungmann que, como disse, me inspiraram, não sei se inspiraram bem, porque de repente podem dizer: “Mas seu discurso está muito ruim”, então não houve uma boa inspiração. Mas se não houve boa inspiração, a culpa é de quem vos fala, não daquele que me inspiraram.
De modo que ao cumprimentá-los pelo Natal. E é interessante, o Natal convida a um olhar retrospectivo. Você quer sempre saber o que foi feito no ano, onde você acertou, onde você errou. Porque o natal vem de natalício, de nascimento, de renascimento, não é? Realmente, é interessante, a festa de Natal, é um ano de passagem porque você vai para o ano próximo, mas é um ano em que você renasce, você nasce de novo, essa é a significação do Natal.
Então, o que eu desejo a nós, a todos vocês, senhores e senhoras, a todos os brasileiros, é que nós venhamos a renascer, em 2018, para um ano muito melhor.
E eu tenho certeza que contarei com todos os senhores, o meu governo contará com todos os senhores e senhoras, para que 2018 seja um ano de prosperidade e desenvolvimento para o nosso País.
Feliz Natal e boas festas.
Ouça a íntegra (12min27s) do discurso do Presidente Michel Temer