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12-12-2016-Discurso do Presidente da República, Michel Temer, durante cerimônia de recebimento do Prêmio Líder do Brasil 2016 - São Paulo/SP

São Paulo-SP, 12 de dezembro de 2016

 

 

          Olhe, eu quero começar usando uma palavra que me parece que foi a força motriz destas homenagens, que é a palavra “coragem”.

          Todos os que receberam os prêmios, na medida, meu prezado amigo governador Geraldo Alckmin e dona Lu, todos os que receberam prêmios, no breve currículo que eu pude verificar, eu senti a marca, precisamente, da coragem, daqueles que, muitas e muitas vezes, se iniciaram modestamente e corajosamente cresceram.

          Claro, prezado João Dória e Bia Dória, claro que eu vou me servir daqueles, de alguns poucos que estão aqui. Em primeiro lugar, a coragem do governador Geraldo Alckmin, a quem acompanhei desde os primeiros momentos, creio eu, da sua vida pública. Inauguralmente como prefeito no interior, mas não nos conhecíamos, mas tinha eu notícia do êxito com que conduzia a sua vida pública. Depois, quando nos conhecemos, claro que testemunhei visualmente o sucesso da sua corajosíssima carreira. Porque Geraldo, Dória, sempre foi um homem de posições límpidas, corretas, adequadas e corajosas.

          Você, João Dória, é um exemplo de coragem. Quando você me conta as recordações relativas ao seu pai, à sua família, de onde você veio e com aquela juventude extraordinária, ainda no governo Montoro, onde todos estivemos, eu pude testemunhar precisamente a sua coragem pessoal, cívica, administrativa, organizada, que o fez crescer até o momento de ganhar o apoio extraordinário da população, dos eleitores do estado de São Paulo. Portanto, a marca da sua trajetória também foi a coragem.

          Se eu me detiver na figura do Abílio Diniz, acho que nada mais marca a ideia de coragem, Abílio, do que o seu trabalho. Tudo começou - talvez eu esteja enganado -, mas numa doceira, na Brigadeiro Luiz Antônio, não é isso? O seu pai, que deu-lhe o exemplo da coragem, do desenvolvimento, do enfrentamento de adversidades e jamais você curvou-se às adversidades. Não foi sem razão que o Abílio veio a esta tribuna e disse assim: “Temer, vá em frente”. No fundo: “Tenha coragem”, porque a vida tem adversidades, mas tem, como o próprio nome diz, o verso. Num dado momento você tem adversidade, no outro momento você tem o verso. O verso é exatamente a ideia do sucesso. O que ele me propõe é exatamente coragem.

E, Abílio, eu confesso a você e a todos os senhores e senhoras que, neste momento, nós precisamos de muita coragem, no Brasil. Coragem para fazer coisas aparentemente impopulares, mas que gerarão popularidade logo ali adiante. Convenhamos, eu estou, ministro Meirelles, eu estou, nós estamos há seis meses de governo, seis meses e meio, temos mais dois anos pela frente.

          Eu apreciaria imensamente poder gastar. Gastar, Luiz Cláudio, da Record, enormemente. Mas nós precisamos, para usar a sua palavra, nós precisamos repaginar o país. Nós precisamos dar uma nova fisionomia ao Brasil. E por isto que eu aceitei logo o teto dos gastos públicos, porque eu gosto de gastar, Meirelles não gosta. Mas eu gostaria imensamente de poder apanhar tudo o que estivesse na burra do Estado e fazer um governo. Afinal, dois anos, o futuro, se me permitem a expressão, que se dane. Porque no futuro outros governantes estarão no poder.

          Eu apreciaria imensamente não ser, muitas vezes, vergastado, chicoteado pelas redes sociais, porque nós propusemos aquilo que é fundamental para o país, que é uma reforma da Previdência Social. Nós não estamos pensando em nós, nós estamos pensando naqueles que virão. Nós precisamos reformar a Previdência hoje para garantir a Previdência amanhã.

          E, por isso, nós temos coragem. E esta coragem - volto a dizer - é que mobilizou, penso eu, esta premiação. E, talvez, imodestamente, esta nossa coragem de enfrentar temas dificílimos num momento conturbado do país, num momento em que todos vieram à tribuna para dizer: “Olhe, nós precisamos de união, nós precisamos preservar as instituições, nós precisamos que, se houver delitos, malfeitos, que venham todos à luz de uma única vez”. Como aliás, peticionei hoje ao senhor procurador-geral da República para dizer: olhe, se há centenas de fatores, que venham todos imediatamente à luz, porque o Brasil precisa resolver isso imediatamente. Não pode aquietar-se em face daquilo que é mal produzido, mas também não pode, como aqui foi dito, paralisar. Não pode paralisar as suas atividades.

E precisamente, João Dória, eu quero dizer a você e a todos que eu saio daqui animadíssimo. Eu saio com esta ideia, é claro, o Abílio disse: “Nós estamos aqui numa ilha”. É verdade, isto é uma ilha, mas é uma ilha de prosperidade, é uma ilha de gente que cresceu, é uma ilha de gente que teve coragem para lutar, para enfrentar as adversidades, e que me dão, a mim, transmitem todos uma energia, como vocês me transmitem, transmitem aos governantes, uma energia extraordinária que me faz sair daqui com este prêmio e dizer: em função deste prêmio nós vamos passar os dois anos, vamos colocar o Brasil nos trilhos para aquele que vier depois. O Brasil vai vencer.

 

 Ouça a íntegra (7min35s) do discurso do Presidente Michel Temer