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05-09-2017-Discurso do Presidente da República, Michel Temer, durante Diálogo dos Chefes de Estado e de Governo do Brics e das Economias Emergentes e Países em Desenvolvimento - Xiamen/China

Xiamen-China, 05 de setembro de 2017

 

 

Caros colegas do Brics,

Caros colegas do Egito, da Guiné, do México, do Tadjiquistão e da Tailândia,

 

É uma alegria fazer parte deste diálogo com parceiros de diferentes continentes, que nos honram com sua presença. Sua participação nesta cúpula enriquece nossos debates, acrescenta, senhores, ainda maior valor ao Brics. Permito-me saudar o Presidente Xi Jinping pela organização deste momento.

O que chamamos diálogo ampliado já se tornou tradição nas Cúpulas do Brics. E é muito positivo que seja assim. Trata-se de oportunidade de agregar novas perspectivas sobre questões que dizem respeito ao conjunto da comunidade internacional. O fato é que a busca do desenvolvimento é um traço que nos une a todos.

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável nos mobiliza em torno de um imperativo inadiável: garantir um crescimento que seja social e ambientalmente responsável; garantir, em bases duradouras, o bem-estar de nossas sociedades – com os olhos postos nas gerações presentes e futuras.

O Brasil tem feito sua parte com base em duas ideias centrais: responsabilidade e abertura.

Internamente, devolvemos ao País o rumo do desenvolvimento – e o fizemos escolhendo o caminho da responsabilidade. Enfrentamos, sem rodeios, os desafios de uma economia que, com urgência, precisava voltar a crescer, voltar a gerar empregos e renda.

Quando assumimos o governo, no ano passado, a crise que tínhamos diante de nós era de natureza fiscal. Não havia alternativa: era necessário remediar a expansão acelerada dos gastos públicos. E foi o que passamos a fazer por meio de ambiciosa agenda de reformas. Nosso pressuposto era – e continua sendo – o de que o equilíbrio fiscal é condição para o crescimento com inclusão social. Nosso pressuposto era – e segue sendo – o de que a responsabilidade fiscal é imprescindível para o efetivo exercício da responsabilidade social.

A responsabilidade compensa. Os resultados já aparecem e são significativos. A inflação está novamente sob controle. A atividade produtiva reconquistou o dinamismo. Novos postos de trabalho vão sendo criados. Está preservada a capacidade do Estado de investir em educação, saúde, habitação – alguns dos pilares da Agenda 2030. Reitero: trata-se de entender que responsabilidade fiscal e responsabilidade social são dois lados de uma mesma moeda.

Nesse esforço de retomada responsável do caminho do desenvolvimento, nossa atitude é, também, de abertura ao mundo. Outro pressuposto inescapável é o de que estratégias eficazes de crescimento exigem, hoje, uma maior e melhor integração aos fluxos globais de comércio e investimentos.

Daí o nosso empenho em revitalizar os processos de integração em nossa região – o que inclui, naturalmente, maior aproximação entre os agrupamentos como o Mercosul e a Aliança do Pacífico, de que, aliás, é membro o México. Daí o significado da dimensão econômica do Brics, que aprofundamos ainda mais nesta Cúpula de Xiamen. E daí, também, o significado de encontros como este, que fortalece antigas parcerias e descortina novas frentes de cooperação.

Nossa postura de abertura ao mundo traduz-se, ainda, na firme defesa de um sistema internacional baseado em regras definidas coletivamente. O compromisso do Brasil com o multilateralismo é inequívoco.

Estamos decididamente engajados, senhores – e essa é, permito-me dizê-lo, convicção do Brics –, no fortalecimento da Organização Mundial do Comércio e na implementação do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima. O Brasil soma sua voz às daqueles que prestigiam o diálogo, que se apegam ao primado do Direito, que atuam sob o signo da cooperação. É nesse espírito que, juntos, construiremos, para nossos filhos e netos, um mundo de mais justiça e paz.

          É dessa forma – com responsabilidade e abertura – que o Brasil continuará a trabalhar para alcançar os objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

          Meus caros amigos,

É ilusão acreditar que possa haver desenvolvimento para uns e não para outros. É um equívoco pensar que seja viável, no longo prazo, este mundo em que ilhas de prosperidade e bem-estar convivem com a exclusão da maioria. O verdadeiro desenvolvimento sustentável é necessariamente compartilhado.

          Esse é, aliás, o objetivo último do Brics: compartilhar desenvolvimento. E esse é também, quero crer, o propósito maior de nosso diálogo esta manhã. Não é apenas dizer que juntos somos capazes de realizar mais. Na realidade, os objetivos que perseguimos só poderemos alcançar se agirmos de forma articulada. Essa é a mensagem de união e convergência que o Brasil traz a este foro. Uma mensagem, repito, de responsabilidade e abertura.

Cabe, naturalmente, a cada um de nós, e a todos nós, renovar, dia após dia, essa mensagem. Cabe-nos dar-lhe sentido prático e alcance global. Tenho certeza que ela faz isso.

Muito obrigado.

 Ouça a integra do discurso (07min06s) do presidente

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