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01-02-2018-Discurso do Presidente da República, Michel Temer, durante Evento CAIXA 2018 - Brasília/DF

Brasília-DF, 01 de fevereiro de 2018

 

Eu quero cumprimentar com muito gosto o ministro Henrique Meirelles, o Gilberto Occhi, o Alexandre Baldy.

Senhoras e senhores,

Executivos e gestores da Caixa.

E quero, desde já, e reiterando que é a segunda vez que eu compareço a um encontro desta natureza, onde eu percebo sempre uma vibração, digamos assim, muito positiva.

Portanto, é uma alegria compartilhar com o Gilberto Occhi, com os senhores e as senhoras, esta ocasião.

Eu quero até, saindo aqui um pouco do discurso escrito, relembrar e até peço desculpas se eu já contei isso na outra oportunidade, que de vez em quando a gente começa a repetir os mesmos fatos.

Mas quando eu era criança, oito, nove anos, sete anos, eu morava em uma pequena cidade do interior do Estado de São Paulo, e um dos prédios que mais chamavam a atenção, na minha pequena cidade, era o prédio da Caixa Econômica Federal. Chamava atenção por dois fatores: o primeiro é que o meu pai, atento ao futuro dos filhos, ele fazia uma chamada caderneta de poupança, e lá todo mês ele ia depositar uma pequena importância para os filhos.

E de vez em quando, me levava e dizia: “Olhe, estou depositando aqui na Caixa Econômica Federal uma importância para o seu futuro”. E eu desde então observava - Gilberto Occhi - aquela organização interna, os servidores da Caixa, aquela disciplina. Aquilo chamava muito a minha atenção.

E por isso, ao longo do tempo, a ideia de Caixa Econômica para mim sempre foi uma ideia de um banco, digamos assim, que tem uma função de natureza financeira-econômica, mas também uma função social extraordinária. Na minha ideia até, sempre prevaleceu ao longo do tempo, a ideia de um órgão voltado para o social, como se fosse uma longa manus do governo federal, no sentido de promover a redenção social do nosso País.

E aqui, quando ouço o nosso ministro Baldy, quando ouço o Gilberto Occhi, quando ouço o ministro Meirelles, eu vejo que esta é uma realidade concreta, palpável, sensível, perceptível, porque, vejam, é claro que ao longo do tempo a Caixa Econômica, no tocante a Minha Casa Minha Vida, que é um programa, convenhamos, exitoso, em função das carências do povo brasileiro, contratou mais de cinco milhões de unidades, que a grande maioria já entregue e outras tantas a serem entregues. E é um programa que não parou. O nosso Baldy revela que só neste ano, nós teremos cerca de 600 ou 700 mil novas unidades contratadas, sendo que 50 mil delas se destinam aos trabalhadores da área rural.

O José Carlos Martins, que está aqui, pode comemorar este fato, porque sobre o ângulo social tem uma importância extraordinária. Mas há uma outra vertente deste ângulo social que é prestigiar a construção civil. E a construção civil é um dos setores que mais emprega no nosso País.

Por isso que essa atuação da Caixa Econômica e do Ministério das Cidades tem esta vertente saudável, não só para o efeito, digamos assim, para o efeito social, afinal, vai alcançar os mais carentes, mas também vai gerar empregos e, portanto, gerar desenvolvimento especial para o nosso País.

É interessante, eu ouço sempre, com muito agrado, essas afirmações todas do nosso ministro Baldy, do Occhi, do Meirelles, e sempre pergunto, interessante, nós este ano, nós estamos entrando num período eleitoral, haverá disputas, controvérsias, contrariedades, contestações, e é natural que alguns, digamos assim, apoie o que o governo fez, outros não apoiem. E ao não apoiarem, onde haverão de, na verdade, contestar o que o governo fez.

Mas pelo relato que o Baldy e o Meirelles fizeram, é interessante, quem quiser contestar as obras do governo, terá que dizer o seguinte: olha aqui, eu sou contra o teto dos gastos públicos, porque eu quero gastar à vontade, eu não me importo com o que acontece, quanto à responsabilidade fiscal ou não.

Eu quero, por exemplo, no tocante ao ensino médio, eu quero aquele Ensino Médio anacrônico, superado, dispensável, que se fez no passado e que não se faz agora. Basta ressaltar que cerca de.., ainda recentemente, nós lançamos 500 mil vagas no ensino em tempo integral.

Aqui no Brasil é uma novidade. Na Europa e em outros países já não é mais novidade, mas aqui é novidade. Nós queremos ampliar cada vez mais.

Mas eu digo, quem quiser contestar o governo, haverá de dizer: “nós somos contra esse ensino médio... esse ensino médio mais moderno, mais adequado para a sociedade atual”.  

Haverá de dizer, certa e seguramente, que é contra a modernização trabalhista, que gerou empregos. Quando o Meirelles fala em mais de um milhão e tantos postos de trabalho, ele está falando exatamente dos efeitos de uma política econômica, por ele conduzida e sua equipe, mas também por força da modernização trabalhista, das modificações legislativas que nós fizemos.

Quando o Meirelles fala da inflação, quem quiser opor-se ao nosso governo terá que dizer que, viu, Gilberto Occhi: “eu sou contra esses ridículos 2.95 de inflação, eu quero uma inflação de 10.28, 11 pontos”.

Quem haverá de dizer também o seguinte: “eu sou contra esses juros mínimos aí de 7%”, com tendência até a diminuir, “eu quero aqueles juros de 14.25”.

“Eu sou contra esta abertura enorme de postos de trabalho”, ora carteiras assinadas, ora não carteiras assinadas, mas significando que se há novos postos de trabalho, é porque há confiança no País.

“Eu sou contra”, por exemplo, “a Bolsa de Valores ter atingido um pico de 85 mil pontos”. 85.600 pontos, ainda no dia de ontem era de 84.800 pontos. “Eu sou a favor da manutenção daqueles 65 mil pontos, portanto, sou a favor da falta de credibilidade do País”.Eu sou contra aquilo que eu e Meirelles vimos lá em Davos, um interesse extraordinário dos investidores estrangeiros, não só apenas aqueles que investem, mas os que querem investir no nosso País.

Então, com isto estou a significar que, na verdade, este governo, que não é um governo de quatro anos, nem de oito anos, governo de um ano e meio, um ano e  oito meses, fez  o que o Brasil precisava.

E nesse particular, a Caixa Econômica Federal teve sempre um papel - Gilberto Occhi - extraordinário. E eu percebo vindo aqui, pela segunda vez, neste encontro de todos os servidores, penso que todos ou a grande maioria, dos servidores da Caixa Econômica Federal, eu, olhando os senhores e olhando a atividade da Caixa, eu vejo porque que a Caixa Econômica, digamos assim, é revelada por aquele vídeo muito significativo. Ou seja, as pessoas têm orgulho de pertencer à Caixa Econômica Federal. Volto a dizer, pelo trabalho econômico financeiro que faz, mas igualmente pelo trabalho social.

Portanto, para chegar onde chegamos, para recolocar o Brasil no rumo do desenvolvimento, o nosso governo tem contado sempre com uma inestimável parceria da Caixa Econômica Federal.

Portanto, em face das minhas palavras, eu posso dizer sem medo de errar, que todos sabemos que a vocação da Caixa - Occhi - ela transcende, ela supera em muito, a de um banco comercial, como acabei de revelar. Sua contribuição para o bem-estar de tantos brasileiros tem sido ao longo do tempo da maior relevância.

Eu me recordo até da alegria que eu via - Occhi - quando nós liberamos o Fundo de Garantia, aqueles 44 bilhões que nós injetamos na economia. Eu cheguei a visitar momentos em que os mutuários, enfim, os donos dessas contas iam a Caixa Econômica, e que eram atendidos sorridentemente pelos servidores da Caixa, e sorridentemente sacavam o seu dinheiro para injetá-lo na economia brasileira.

 E agora, ainda, convenhamos, nós estamos lançando o pagamento das cotas do PIS, que pode colocar R$ 1 bilhão 600 milhões, em circulação, como de igual maneira o PASEP. Nesses casos todos, a Caixa foi fundamental para levar adiante operações de enorme complexidade.

E eu quero, também, ressaltar aqui, a cooperação que a Caixa teve na execução do Avançar Parcerias, que é uma das principais iniciativas do nosso governo para modernizar a infraestrutura do País.

Este Avançar Parcerias, na verdade, trouxe mais segurança jurídica e tem atraído investimentos para projetos de grande envergadura, todos vitais para realizar o vasto potencial econômico do nosso País.

Então, eu quero dizer o seguinte, é interessante no nosso governo, já vou concluindo, nós temos uma, em primeiro lugar uma harmonia muito grande entre os ministros. Os ministros trabalham conjugadamente. E, de igual maneira, aqueles que estão na Caixa Econômica, no Banco do Brasil, na Petrobras, e aqui quando vejo - Gilberto Occhi - os servidores todos da Caixa reunificados para um dia de trabalho, eu verifico mais uma vez, reitero mais uma vez, a ideia de que é exatamente essa conjugação de esforços, porque, entre parênteses, digo eu: não é apenas o presidente da República que faz tudo no País, não é apenas o ministro.

O ministro Baldy faz um trabalho extraordinário, de igual maneira o ministro Meirelles, o Gilberto Occhi, mas este conjunto, esta conjugação, esta crença de que todos trabalham pelo Brasil e pelo bem-estar dos brasileiros, que leva o País adiante.

Então, na medida em que nós nos desenvolvemos do ano passado, e vamos nos desenvolver muito mais neste ano, eu tenho certeza que o trabalho que os senhores realizarão no dia de hoje estabelecerão planos, meios, modos, fórmulas, para ajudar cada vez mais o nosso Brasil no plano econômico e financeiro e igualmente no plano social.

Meus cumprimentos.

Agradeço ao Presidente Gilberto Occhi o convite para vir ao Caixa 2018. É uma alegria compartilhar com as senhoras e os senhores esta ocasião. Celebramos o melhor resultado financeiro da história da Caixa.

Faço, aqui, uma saudação muito especial a todos os funcionários da Caixa. O que faz uma instituição são as pessoas. A excelência da Caixa é a excelência do trabalho de cada funcionária, de cada funcionário.

Nosso Governo tem reafirmado a mensagem de que o Brasil está de volta. E dizemos isso porque assim é: de fato estamos vivendo um novo momento no nosso País.

A economia voltou a crescer em 2017 – e podem ter certeza de que vai crescer ainda mais em 2018. O desemprego está cedendo. A inflação está baixíssima, os juros recuaram ao menor patamar da série histórica. Em 2017, o saldo da balança comercial foi o maior da história: mais de 60 bilhões de dólares. Temos batido recordes na safra de grãos, na produção de veículos, na exploração de petróleo.

Quando falo a grandes investidores – como fiz recentemente, em Davos –, o que ouço são palavras de confiança no Brasil, palavras de confiança na extraordinária capacidade do povo brasileiro.

Para chegar aonde chegamos, para recolocar o Brasil no rumo do desenvolvimento, nosso Governo tem contado com a inestimável parceria da Caixa. Todos sabemos que a vocação da Caixa transcende, em muito, a de um banco comercial. Sua contribuição para o País, para o bem-estar de tantos brasileiros, tem sido, ao longo do tempo, da maior relevância.

A Caixa tem estado lado a lado conosco na implementação de uma série de programas governamentais que trazem crescimento para o País, que mudam a vida do cidadão.

Uma das grandes medidas do nosso Governo, no ano que passou, foi a liberação das contas inativas do FGTS. Injetamos, com isso, 44 bilhões de reais na economia, beneficiando mais de 25 milhões de trabalhadores. Com espírito de solidariedade, muitas agências estenderam o horário de trabalho e chegaram a funcionar em fins de semana, para realizar o atendimento.

Outro desafio de monta foi o pagamento das cotas do PIS, que colocou 1 bilhão e 600 milhões de reais em circulação.

Nos dois casos, a Caixa foi fundamental para levar adiante operações de enorme complexidade.

Também valorizamos a cooperação com a Caixa na execução do “Avançar, Parcerias”, a principal iniciativa do nosso Governo para modernizar a infraestrutura do País. O “Avançar, Parcerias” trouxe mais segurança jurídica e tem atraído investimentos para projetos de envergadura, todos vitais para realizar o vasto potencial econômico do nosso País.

O Governo e a Caixa atuam em conjunto, igualmente, para aprimorar a infraestrutura em nossas cidades. Com o “Avançar, Cidades”, serão mais projetos de saneamento, mais projetos de mobilidade urbana.

Neste ano de 2018, estou certo de que o Governo e a Caixa faremos ainda mais juntos, inspirados por uma visão que articula crescimento econômico e responsabilidade social.

Mais uma vez, recebam todos, de público, nosso reconhecimento pelo que fazem em nome do progresso do Brasil.

Antes de encerrar, peço licença para dizer uma palavra sobre a reforma da Previdência. Estamos nos encaminhando, agora em fevereiro, para uma votação decisiva no Congresso. O objetivo é consertar o sistema previdenciário, que, da forma como está, não pode continuar, porque é injusto e é insustentável.

É injusto pois tem regras profundamente desiguais. E é insustentável pois acumula déficits crescentes.

 Estamos dedicando toda a nossa energia para mudar essa situação. Reformar a Previdência é construir um País mais próspero, de mais igualdade. É alavancar o desenvolvimento do Brasil – e é para isso que trabalhamos, todos nós.

Mais uma vez, muito obrigado. Sucesso a todos.

 Ouça a íntegra do discurso (12min22s) do presidente

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