26-03-2018-Discurso do Presidente da República, Michel Temer, na visita à planta industrial da Fiat Chrysler Automobiles - FCA - Goiana/PE
Goiana/PE, 23 de março de 2018
Olhe, eu quero em primeiro lugar, em face de ter havido há tempos atrás, um regime especial para o setor automotivo no Nordeste, eu quero anunciar solenemente que nós vamos providenciar a prorrogação por mais cinco anos do setor automotivo.
Bom, eu acho que não deveria dizer mais nada, porque ganhar mais aplausos do que nós ganhamos agora seria impossível. Mas eu quero de qualquer maneira cumprimentar a todos os trabalhadores, trabalhadores das mais variadas categorias. Verifiquei, quando falamos aqui em trabalhadores, eu conheci engenheiras, técnicos dos mais variados.
Quero cumprimentar a todos, cumprimentar o Sérgio Marchionne,
Cumprimentar o Stefan Ketter,
O governador do estado de Pernambuco, Paulo Câmara,
Os ministros, Henrique Meirelles, o Mendonça Filho, o Marco Jorge de Lima, o Fernando Coelho Filho,
Os senadores, Armando Monteiro e Fernando Bezerra,
Os deputados federais, Antonio Imbassahy e Fernando Monteiro,
O prefeito em exercício de Goiânia, Eduardo Honorio Carneiro,
Cumprimentar a todos e dizer... Interessante, enquanto eu percorria estas instalações, vou dizer muito rapidamente, eu via que eu estava percorrendo um Brasil que gera inovação, que gera riqueza, que gera empregos.
E por falar em emprego, interessante viu Marchionne, viu Ketter, eu vinha vindo para cá, e verifiquei que o CAGED lançou o número de empregos em janeiro e o número de empregos em fevereiro. Foram 61 mil empregos com carteira assinada em janeiro, e 78 mil agora em fevereiro.
Então esses 1500, esses 1500/2000 empregos que a Fiat está lançando agora por meio do terceiro turno, vão se somar aos muitos milhares de empregos, que certamente farão parte do CAGED, do lançamento do CAGED no mês de março, é isso que nós esperamos.
E é interessante, como aqui o tema há de ser o emprego, eu… aqui disse o Fernando Bezerra, que nós encontramos o País com 14 milhões de desempregados. Caiu sensivelmente, porque depois de vencer aquela recessão que tantas vezes foi mencionada aqui, nós abrimos cerca de 1 milhão e 500 mil postos de trabalho. 480, 500 mil de carteiras assinadas, e outros que reiniciaram uma atividade, por mais modesta que fosse, porque estavam confiando no nosso País. E dá para confiar no País.
Vocês sabem, viu Marchionne, que aqui no Brasil a bolsa de valores, por exemplo, é um termômetro da confiança no País. Quando nós chegamos ao governo a bolsa de valores atingia um pico de 42 mil pontos. Hoje atingiu um pico e recorde de 87 mil pontos. Veja a diferença extraordinária reveladora da confiança no Brasil.
Hoje, ainda há pouco, agora pela manhã, nós inaugurávamos na Bahia, na região de Xique-Xique, um projeto de irrigação que alcança quase 17 mil hectares, e gerando também mais de 4 a 5 mil empregos diretos e outros tantos indiretos.
E agora eu venho aqui à Fiat, e o Ketter me bota no carrinho, aliás, você dirige muito bem, viu, Ketter. Estava preocupado que você criasse algum problema, mas está aprovado.
Mas, e nós percorremos toda a fábrica, e é isso que nós acabamos de verificar, uma inovação extraordinária, um trabalho fantástico, uma coisa que nos dá orgulho. E eu saio daqui hoje, com toda franqueza, vendo o entusiasmo dos seus trabalhadores. Vocês sabem que eu parei em vários momentos, e recebi o depoimento dos vossos trabalhadores, depoimentos entusiasmados, depoimentos de quem sabe que o Brasil não pode viver do pessimismo. Mas, ao contrário, tem que viver do otimismo, e quem traz otimismo é o emprego, quem traz otimismo é a Fiat.
E eu tenho, meus amigos, absoluta convicção de que, legitimamente, ninguém contrata, ninguém estende jornada de trabalho sem um horizonte econômico favorável. Ora, se a Fiat, que fabrica 860 veículos por dia, resolveu ampliar esta jornada de trabalho é porque está tendo uma visão a longo prazo.
O empresário, mais uma vez, legitimamente, ele não aplica no dia de amanhã, ele aplica no dia de depois de amanhã, e no dia depois daqui a muitos anos. E quando ele verifica o que está acontecendo no Brasil, ele diz, meu caro senador Armando Monteiro, ele diz o seguinte, olhe: “posso investir, posso ampliar as atividades”
Portanto, nós podemos dizer que acertamos ao trazer a responsabilidade de volta para o centro de nossas políticas econômicas, ao lado do Meirelles.
Aliás, eu quero anunciar mais uma coisa aqui, que é o seguinte, você sabe que aqui no Brasil, aqui nós somos uma grande empresa, geradora de muitos empregos. Mas há um grupo muito grande de micro e pequenas empresas, empresas que às vezes tem um empregado, dois empregados, três empregados e que também geram, portanto, empregos e geram riquezas para o País.
Ora bem, há tempos atrás houve um projeto, uma lei, que faziam refinanciamento para os débitos dessas pequenas e microempresas. E não foi possível, naquele momento, sancionar, ou seja, nós fomos obrigados a vetar, porque havia uma dificuldade de natureza constitucional e poderia até gerar crime de responsabilidade do presidente da República. Nós vetamos, mas depois eu, o Meirelles, o Rachid começamos a verificar de que maneira ou qual caminho que nós teríamos para encontrar uma fórmula que permitisse esse refinanciamento da micro e pequena empresa.
E ainda ontem, não é, Meirelles, fechamos o acordo para esse refinanciamento que se aplica, nós vamos propor a derrubada do veto, o governo mesmo vai propor a derrubada do veto.
Enfim, não preciso falar dos veículos produzidos no Brasil, já que todos os oradores mencionaram, mas quero dizer que o crédito está ficando, de alguma maneira, cada vez mais fácil.
Você veja que nós pegamos, só vou mencionar esse fato, nós apanhamos o governo com uma taxa Selic, a taxa de juros, de 14,75%. Ontem, aliás, anteontem, nessa semana, caiu para 6,5%, portanto, abrindo a possibilidade do crédito.
Não preciso dizer da inflação, que hoje está em 2,8% quando era de 10,28%. Mas tudo isso, meus amigos, não se deve apenas ao governo. Deve-se, volto a dizer, às empresas que investem, empresas brasileiras e estrangeiras que investem no Brasil e deve-se especialmente, primacialmente, fundamentalmente, singularmente, especialmente, aos trabalhadores do Brasil.
Muitas felicidades
Ouça a íntegra do discurso (08min42s) do Presidente.