16-05-2018-Discurso do Presidente da República, Michel Temer, durante Solenidade de abertura do 90º ENIC - Encontro Nacional da Indústria da Construção
Florianópolis/SC, 16 de maio de 2018
Olhe, José Carlos e Eduardo Pinho Moreira: hoje de manhã, estávamos reunidos no meu gabinete, eu, o ministro Baldy e o ministro Esteves Colnago. E estávamos tratando da nossa vinda para este congresso. E chegamos à conclusão que nós não poderíamos vir de mãos abanando. Nós tínhamos que chegar a este congresso e declarar que, além das milhares de casas já autorizadas para construção neste ano, nós deveríamos autorizar, como autorizei hoje de manhã, mais 50 mil casas para serem construídas este ano.
É interessante que cada casa representa pelo menos um emprego e meio. Portanto, quando nós produzimos quase 700 mil casas durante o ano, nós estamos pensando não apenas na mobilização da economia, da construção civil, mas também na criação de empregos. Sem dúvida nenhuma, a construção civil é o setor que mais gera empregos no País.
Portanto, é uma satisfação enorme vir aqui a Florianópolis para este já tradicionalíssimo encontro, que completa 90 edições.
E, para não deixar de cumprimentar a todos, já cumprimentei o Baldy, o Esteves, o nosso governador, meu colega da Constituinte, o governador Eduardo Pinho Moreira, o Gean Loureiro, o Marco Aurélio Alberton, o Helton Yomura, o Marcos Jorge, o Esteves, que já cumprimentei. O Vinícius Lummertz. Os deputados federais: Ronaldo Benedet, Rogério Peninha. O Dyogo Oliveira, o Paulo Antunes, o João Henrique de Almeida Souza, o Glauco José Côrte, [incompreensível], as senhoras e os senhores.
E eu quero, mais uma vez registrar, que o tema escolhido para este congresso não poderia ser mais representativo do momento que vive o Brasil. Inovar e crescer, construindo um País melhor.
Eu quero, em rápidas palavras, porque afinal, os senhores e as senhoras, já ouviram muitos oradores, mas eu quero dizer que nós apanhamos o Brasil com uma recessão extraordinária. Nós pegamos o Brasil com um PIB de -3,5%. E hoje, logo no primeiro ano, o PIB foi para +1.1%. Ou seja, recuperamos num ano 4.6% do PIB. E, este ano, anuncia-se a possibilidade de 2,5[%] do PIB.
Portanto, nós saímos da recessão, e saímos da recessão, depois de uma longa, de um longo trabalho. Na verdade, eu não preciso falar apenas da economia, porque de vez em quando eu digo: “Interessante, quem quiser opor-se ao nosso governo, terá que dizer o seguinte”. E, graças a Deus, nós constituímos uma equipe do melhor nível. E foi isso que nos permitiu chegar até onde chegamos. Mas quem quiser opor-se ao nosso governo, àquilo que o Brasil conseguiu construir ao longo desses dois anos, terá que dizer: “Olha aqui, eu sou contra o teto dos gastos, porque eu quero gastar à vontade”. Aliás, seria muito confortável para o presidente da República que, chegando ao poder, gastasse o que fosse possível. Mas, diferentemente, nós resolvemos conter os gastos públicos. E daí o teto dos gastos.
Quem quiser opor-se ao nosso governo, terá que dizer o seguinte: “Olha aqui, eu não quero essa inflação ridícula de 2.8[%], 2.9[%]. Eu quero aquela de quase 11%”; “eu não quero os juros menores de 6,5% da taxa Selic, mas quero 14.75[%]”; “eu não quero a recuperação das estatais”.
Os senhores vejam, as senhoras, o que aconteceu com a Petrobras. A Petrobras recuperou-se enormemente, governador, ao longo destes dois anos. Os senhores sabem que há dois anos e meio, três anos, a Petrobras era desprezada até no cenário internacional. Hoje ela voltou a ganhar credibilidade no cenário nacional e no cenário internacional. A ação cresceu enormemente, o patrimônio, mais uma vez, cresceu substancialmente. Aliás, neste trimestre, a Petrobras teve um lucro de R$ 7 bilhões, o que não acontecia há muito tempo.
De igual maneira, meus amigos, permitam-me que eu fale mais um pouco aqui do governo, o Banco do Brasil... há poucos dias, governador, eu recebia um telefonema do Caffarelli, presidente do Banco do Brasil, dizendo: “Presidente, tenho uma boa notícia. Quando nós chegamos aqui, a ação do Banco do Brasil valia R$ 15 e o patrimônio, em consequência deste valor, valia R$ 35 bilhões. Pois muito bem, neste momento, o valor da ação é de R$ 45 e o valor do patrimônio do Banco do Brasil, de R$ 125 bilhões”.
Os Correios, meus amigos, que há quatro anos só dava prejuízo, neste trimestre teve um balanço positivo. Com isto, eu quero significar, que também no plano das estatais, nós conseguimos recuperar essas estatais. E, neste esforço de erguer um Brasil cada vez mais justo e próspero, a construção civil é uma aliada indispensável. Até pelo fato que acabei de mencionar, que gera muitos empregos. E, por isto mesmo é interessante como esta construção civil tem uma forte dimensão social. Porque, repito, geradora de empregos. Há mais de 2 milhões de trabalhadores, como foi dito aqui, vinculados ao setor. E a criação de emprego, nós todos sabemos, é desde a primeira hora a nossa maior prioridade.
Aliás, a Constituição Brasileira estabelece como um dos princípios fundamentais a dignidade da pessoa humana. E não há coisa mais indigna do que alguém que está desempregado. Eu conheço até o episódio de uma pessoa que perdeu o emprego, tinha dois filhos pequenos na escola, e logo pela manhã, um dia, os filhos perguntaram: “Mas papai, você tomando café conosco, você não vai trabalhar?” E ele ficou sem graça. E o que ele passou a fazer? Veja o que ele passou a fazer. Ele passou a sair todo dia 6h30, 7h, andar pela rua até que os filhos fossem à escola para que não se mostrasse de uma maneira indigna aos filhos.
Então, nós temos que prestigiar. Estes é um dos mais sagrados direitos sociais, o direito ao emprego. E por isso que quando eu venho aqui, e venho, olhe Zé Carlos, eu mencionei todos que estão aqui que foram nominados várias vezes, para revelar a importância deste congresso. E revelar a importância da construção civil. Porque, convenhamos, não é fácil, embora você tenha um prestígio extraordinário, mas não é fácil o senhor reunir tantos ministros. E o governador e, eventualmente, o presidente da República.
Aplausos merecidos ao Zé Carlos. E, naturalmente, a todos que cuidaram desta organização.
Então com isto eu quero dizer, que eu volto viu, governador? Eu volto para Brasília animadíssimo. Que muitas e muitas vezes, nós ficamos lá na nossa sala e você, o governante, ficando na sala, só recebe problemas. Às vezes até desalento, às vezes desânimo, e desânimo significa não animado. E animado vem de anima, que significa alma. Ou seja, você fica com a alma apequenada. Diferentemente, quando venho aqui, Zé Carlos, e encontro essa vibração, encontro todos os senhores e senhoras, sentados disciplinadamente durante horas para nos ouvir, eu digo: “Eu estou com a anima animada, eu estou com a alma para cima”.
E, por isso, por isso eu posso voltar agora para Brasília e dizer: “Olha aqui Zé Carlos, vê se você não deixa de me convidar para esses encontros”. Porque vindo aqui é que eu percebo que vale a pena governar, que o Brasil vale a pena, e que o Brasil vai continuar a crescer e a desenvolver-se graças a vocês.
Muito obrigado.