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22-12-2016-Fala de abertura do Presidente da República, Michel Temer, durante café da manhã com jornalistas do Comitê de Imprensa do Palácio do Planalto - Brasília/DF

 Palácio da Alvorada-DF, 22 de dezembro de 2016

 

Bem, eu já tive o prazer de cumprimentá-los pessoalmente. Agora quero cumprimentá-los coletivamente para um encontro de final de ano, especialmente em uma conversa, digamos, coletiva. E nós pedimos essa reunião com todos vocês, para dois fatos. Um primeiro, indicar algumas medidas que até já foram pré-anunciadas, mas que estão sendo concretizadas no dia de hoje. A outra para revelar, apenas rememorar aquilo que foi feito pelo governo nesses seis, sete meses. E terceira naturalmente, ouvi-los.

            Então eu vou começar, ao lado do ministro Meirelles e do ministro Dyogo, eu começo fazendo dois anúncios. Um deles diz respeito ao anúncio do saque de contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Isso vai permitir, já fizemos o levantamento, que cerca de 10,2 milhões de trabalhadores possam sacar o saldo de suas contas do FGTS.

            Os senhores sabem que os trabalhadores alcançados são aqueles que possuem contas no FGTS inativas até 31/12/2015. Sabem, também, que essas contas são geradas quando o empregado deixa o emprego e eventualmente vai para outro emprego, ou seja, a conta anterior torna-se inativa, abre-se uma nova conta do novo emprego, e ele só poderá sacar essas verbas todas de eventuais contas inativas, ou quando se aposenta, ou então na hipótese de aquisição de moradia própria.

            Então há restrições, portanto, para o saque do saldo dessas contas. Na verdade eles só podem movimentar essa conta três anos se desempregado; se ficar três anos desempregado é que poderia sacar essa conta. Nós estamos flexibilizando essa exigência. Porque o momento que nós vivemos na economia demanda a adoção de medidas que permitam, ainda que de forma parcial, uma recomposição da renda do trabalhador.

            E, portanto, estamos permitindo que os trabalhadores detentores dessas contas até 31/12/2015 - não é? - possam dispor de um recurso que em condições normais não estariam ao seu alcance. E trata-se de um valor que pode alcançar, pelos cálculos, cerca de 30 bilhões de reais. Convenhamos que o histórico do saque, 30 bilhões.

 

Jornalista: Inaudível

 

Presidente: Não. Ele pode sacar por inteiro a conta, pode sacar por inteiro a conta inativa. Isso também, nós…

 

Jornalista: Inaudível.

 

Presidente: Pode sacar toda a conta. Agora eu devo registrar, pelo menos o levantamento feito pelo Planejamento, que cerca de 86% das contas não ultrapassam um salário mínimo, mais que um salário, pouco mais que um salário mínimo. Então ele saca por inteiro, não há limite para isso.

            Portanto, é uma injeção de recursos que vai mobilizar, movimentar a economia. E equivale, também pelos cálculos do Planejamento, a cerca de 0,5% do PIB, e sem pôr em risco a própria solidez do FGTS. Porque vocês sabem que os valores do FGTS se destinam à habitação popular, saneamento, mobilidade. Então não põe em risco os fundos, o Fundo de Garantia, a verbas para aplicação que estou mencionando de um lado, e de outro lado permite uma movimentação da economia por um saque de praticamente 30 bilhões ou um pouco mais de 30 bilhões de reais.

            Este é um primeiro anúncio que eu quero fazer. Um segundo anúncio diz respeito ao cartão de crédito. Vocês se recordam que há dias atrás eu, ministro Meirelles, ministro Dyogo anunciamos que haveria uma redução dos juros no cartão de crédito. E de fato os últimos estudos revelam que no primeiro trimestre deste ano haverá uma redução de mais da metade dos juros cobrados no cartão de crédito. Em duas hipóteses, há hipótese dos juros do cartão, que é aquela coisa dos 30 dias, que é o chamado rotativo, onde haverá essa redução de mais da metade do que hoje se cobra; e em segundo lugar, 30 dias após - é isso que está sendo imaginado -, haverá um parcelamento daqueles que não pagaram e este parcelamento ainda receberá juros inferiores, menos da metade, quer dizer, menos da metade, menos daquilo que, daquela metade, digamos, que é para o chamado rotativo.

            Essas duas notícias é que eu quero dar inicialmente na nossa conversa, registrando aí num terceiro ponto e, naturalmente, convido a todos para que logo mais nós estejamos lá no Palácio do Planalto para anunciar a modernização da legislação do trabalho, com uma característica muito importante que deve ser ressaltada: a de que presentes deverão estar, não só representantes das centrais sindicais, como representantes dos empregadores, representantes de federações. Ou seja, ainda, isso tudo foi muito bem negociado pelo Ministério do Trabalho no sentido de fazer uma composição que não desagradasse, digamos assim, fundamentalmente, nem trabalhadores e nem empregadores. Houve uma espécie de composição entre eles e, logo agora, às 11h30, vamos lançar as bases desta modernização trabalhista.

Devo até registrar, desde logo, que uma parte, que é um plano de seguro para o emprego, será feita por medida provisória porque o primeiro plano de manutenção do emprego cessa agora no dia 31 de dezembro. Mas os demais itens da reforma trabalhista serão encaminhados por projeto de lei ao Congresso Nacional, já que não há o requisito da urgência, há o requisito da relevância, mas não há o requisito da urgência.

Então, esses três temas é que eu quero, digamos, inaugurar a nossa conversa. Mas eu apreciaria, se me permitem, fazer um pequeno balanço só para rememorar, os senhores já conhecem, vocês todos. Um dia eu estava numa entrevista, chamei os senhores e as senhoras de senhores e senhoras e fui criticado. Então, quero dizer a vocês que vocês já conhecem tudo isso, mas convém apenas rememorar.

Convenhamos, nós temos sete meses de governo, sendo quatro como interino e apenas dois meses e vinte dias, mais ou menos, como efetivo. E vocês sabem que na interinidade há sempre uma dúvida muito grande, então, fica muito difícil às vezes tomar todas as medidas necessárias. Mas sem embargo disso, eu sempre fiz uma distinção entre a Presidência da República e o Presidente da República para registrar o seguinte: quem exerce a Presidência deve fazê-lo por inteiro, e foi o que nós fizemos durante a interinidade. Veja que um dos primeiros atos foi aquilo que a área econômica, a Fazenda detectou, ou seja, que o déficit não era de R$ 96 bilhões, mas de R$ 170 bilhões e 500 milhões. Nós remetemos o aditivo ao Congresso Nacional e o Congresso, muito rapidamente, aprovou e eu sempre registro um fato temporal, aprovou às 4h30 da manhã, com quórum na Câmara e no Senado. Revelando, portanto, um apoio extraordinário que eu tenho ressaltado em todos os instantes, ao governo, Poder Executivo.

Portanto, eu ressalto logo esse dado, a interação entre o Executivo e o Legislativo, é fundamental. Ou seja, umas das pautas do nosso governo, uma das chaves do nosso governo, é a palavra diálogo. Quando você reinstaura o diálogo com o Congresso, reinstaura o diálogo com a sociedade, a tendência é que as coisas fluam com muita naturalidade.

E a democracia é assim, o Executivo não governa sozinho, governa com o apoio do Poder Legislativo. E naturalmente quando há controvérsia, é que vai para o Poder Judiciário. Então aprovamos isso com muita rapidez.

Mas ao demais disso, nós propusemos aquela questão que era de alguma maneira, cortar na própria carne, quando propusemos o teto para os gastos públicos, sendo certo que os orçamentos  seriam revisáveis apenas pela inflação da inflação do ano anterior.

E aqui eu registro com muita tranquilidade o seguinte: para nós todos, para mim, para o ministro Meirelles, para o ministro Diogo, seria muito confortável passar esses dois anos e pouco na presidência sem, digamos, mexer com temas polêmicos, como aparentemente era a questão do teto dos gastos públicos.

Mas houve uma compreensão tão saliente, tão ressaltada da necessidade de conter os gastos públicos, que também esta proposta de emenda constitucional foi aprovada, vocês sabem, com quórum muito expressivo na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Por outro nós não paramos aí, aprovado o teto, aprovada a PEC do teto dos gastos públicos, durante meses discutiu-se uma revisão previdenciária. E ao final, nós remetemos esta matéria ao Congresso Nacional que, convenhamos, é o palco próprio para discutir as grandes questões nacionais.

Induvidosamente, a reforma da Previdência é um dos grandes temas nacionais. Mas ocorreu um fato que nos entusiasmou, que foi o fato de havermos mandado a reforma da Previdência e 10 dias depois ganhou-se admissibilidade da PEC da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça. Vocês sabem que é um tema que eu reconheço a polêmica que envolve (incompreensível), convenhamos que aprová-la em menos de 10 dias, aprovar a constitucionalidade em menos de 10 dias na Comissão de Constituição e Justiça foi mais um dado extremamente positivo. E agora, evidentemente, quando o Congresso retomar os seus trabalhos formar-se-á a Comissão Especial, haverá grandes debates. De vez em quando me dizem: “Mas será que com a Previdência vai acontecer a mesma coisa que aconteceu com o teto dos gastos?". Porque o teto dos gastos entrou de um jeito e saiu do mesmo jeito. Não houve modificação alguma. Quando me perguntam da Previdência, eu digo, não sei dizer, porque haverá uma larga discussão a propósito desse tema. Mas o fato é que ela será realizada com este apoio induvidoso que nós temos tido do Congresso Nacional.

E nós dizemos sempre, alguém até me sugeriu há poucos dias, você deveria rotular essa reforma da Previdência com o título “Em Nome do Filho”, porque, na verdade, é uma Previdência, ela não vai produzir efeitos no nosso governo, nesses dois anos, mas vai produzir efeitos no futuro. Tanto para os atuais aposentados, porque você precisa ter verbas para pagar as pensões previdenciárias, como de resto garante o futuro da Previdência Social para os pósteres, para aqueles que vierem depois.

Que, aliás, embora haja uma reforma da Previdência bastante, digamos, austera, o fato é que - vocês conhecem mais do que eu... vamos tomar o exemplo de Portugal, que muito recentemente não só fez a reforma nos moldes que nós estamos fazendo, mas precisou ainda reduzir 30% dos salários do servidor público e 30% das aposentadorias. Nós, evidentemente, não queremos chegar a isso. Reconhecemos a polemicidade, a polêmica em torno do tema, mas vamos levá-la adiante pensando mais uma vez no futuro.

E mais uma vez eu digo a vocês: para nós seria muito confortável que não nos preocupássemos com a Previdência no futuro e deixássemos isso para um próximo governo, mas estamos enfrentando o tema.

Por outro lado, vejam o tópico da repatriação de recursos que nós conseguimos também aprovar rapidamente na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. E, inicialmente, vocês sabem que havia uma divisão legal apenas do produto imposto e não do produto da multa, isso significou uma verba expressiva para os estados e municípios; mas ao depois, estados e municípios que estão com uma dificuldade extraordinária vieram pleitear, até o fizeram judicialmente, vieram pleitear também a repartição da multa. Que é um tema juridicamente questionável. A União Federal, por exemplo, sustentaria e sustenta com fortes argumentos que a multa não seria partilhável. Mas em função deste pleito, o que fez a área econômica do governo? Chamou os governadores, depois fizemos reunião com os governadores e deliberamos dividir o resultado da multa, que dá mais uma folga, digamos, orçamentária para os estados federados. Mas logo depois, evidentemente - tendo feito isso com os estados - também fizemos com os municípios. E, portanto, estamos repartindo o produto da multa também com os municípios.

Estou dizendo isso para salientar que nós estamos pretendendo é reforçar a Federação brasileira. Não basta que a União seja rica, forte, poderosa. É preciso que numa federação, estados e municípios também tenham condições de sobrevivência.

Nós estamos também, convenhamos, em alguns momentos, fazendo um pente fino em certas matérias. Dou exemplo aqui do auxílio-doença, por exemplo, que é uma coisa mais do que legítima, mas necessária para o trabalhador que seja legalmente concedida. E o que ocorreu ao longo do tempo foi que, durante dois anos e dois meses, não se fazia revisão do auxílio doença. Então, o que ocorre é que alguém tivesse um mal qualquer, uma pneumonia, cinco meses depois está curado, mas como não houve revisão ele continuou ganhando, evidentemente, durante mais um ano e meio.

Ora, isso prejudica o próprio trabalhador, porque nós não vamos ter verbas para prover as necessidades daqueles que vão em busca do auxílio-doença. Interessante, os primeiros cálculos referentes a essa revisão revelam que em breve tempo nós teremos uma economia mais ou menos 8 bilhões de reais. Com isto eu quero dizer também da exação com que o Poder Executivo está trabalhando em benefício de todos.

De igual maneira, sob um ângulo das estatais, nós cuidamos de aprovar um projeto que fora aprovado no Senado, mas estava há muito tempo lá na Câmara dos Deputados, que é da gestão das empresas públicas, com restrições que vocês também conhecem. Nós cuidamos de aprová-la e, portanto, isto moraliza por assim dizer, a gestão das empresas estatais.

            Também avançamos, eu estou fazendo esse relato, vocês conhecem mais do que eu, para revelar que são temas extremamente polêmicos que estavam paralisados. Eu vou dar um exemplo de um extremamente conflituoso, que era a questão do novo marco regulatório do pré-sal, não é? Nós eliminamos a necessidade da Petrobras participar obrigatoriamente de todos os projetos exploratórios do pré-sal. Numa convicção de que a empresa Petrobras examinará qual aquela atividade nessa exploração queira entrar ou não. De repente ela pode perceber ou achar que num dado instante não deve ingressar numa atividade exploratória, bloco tal ou bloco qual. Isto é uma decisão da Petrobras. Nós fizemos isto de igual maneira.

            No caso da gestão pública, vamos tomar o caso do Planejamento que levantou as desnecessidades referentes aos chamados cargos comissionados, e foram 14200 mil cargos, sendo 4200 mil de livre escolha e 10 mil em que a pessoa recebia um plus, uma gratificação por ocupar uma função comissionada. Nós eliminamos 14.200 mil funções comissionadas.

E muito recentemente o Banco do Brasil, ainda ontem, interessante ontem, Meirelles, eu falava com o Caffarelli, e ele está reduzindo cerca 9.200 mil cargos no Banco do Brasil com demissão voluntária, aposentadoria voluntária. E é impressionante o número, isso vai significar no primeiro momento, significa R$ 2,4 bilhões de economia. É claro que no primeiro ano as demissões e tudo importarão, me disse ele, cerca de R$ 1,700 bilhão, portanto, sobrando aí uns R$ 700 bilhões [milhões], mas nos anos subsequente - R$ 700 milhões, nos anos subsequentes - a economia será de R$ 2,4 bilhões. Tudo isso é fruto de um planejamento muito adequado, que está sendo feito ao longo desse período.

É claro que também nos preocupamos com as questões sociais, porque parece que só há preocupação em economia, etc. E aí, ao lado do chamado diálogo, nós botamos no governo, também, a ideia de uma conexão entre a responsabilidade fiscal e a responsabilidade social.

Responsabilidade social significa em primeiro lugar você tentar fazer com que retorne o emprego. Para retornar o emprego você tem que sair da recessão obter o crescimento e, em consequência, a empregabilidade. Isso nós estamos fazendo. Até porque eu digo sempre com muita frequência que uma das primeiras, um dos primeiros fundamentos da Constituição Federal é a dignidade da pessoa humana. E nada mais indigno do que o desempregado. O desempregado se sente excluído da cidadania, portanto, agredindo um pressuposto constitucional que é o pressuposto da pessoa humana.

Mas por outro lado, nós vamos a questões mais pontuais, vamos tomar o caso do Bolsa família. No caso do Bolsa Família, também há muito tempo não se revalorizava o Bolsa Família, nós revalorizamos em 12,5% o Bolsa Família. Parece pouco, mas isso significa mais de R$ 300, R$ 400 milhões que circularão pelos supermercadinhos, pelas vendas, pelos armazéns, além de melhorarem naturalmente a condição daquele que recebe o Bolsa Família.

No caso Minha Casa Minha Vida, estou falando de programas anteriores, mas que tiveram êxito e devem ser prestigiados. No caso Minha Casa Minha Vida, ainda ontem eu estava lá em Mogi das Cruzes entregando umas 450 casas uma coisa assim, mas simbolicamente entregando 40 mil casas que nós entregamos neste mês. E a demais disso, no Orçamento há uma previsão que será executada que cerca de 500 a 600 mil casas no ano de 2017.

Tudo isso vai falar do ângulo social, que também tem um outro efeito, que é o efeito de mobilizar a construção civil, que é um dos fatores que mais emprega no nosso país. E nesse tópico da construção civil eu faço menção a um plano que nós lançamos que está sendo muito aplaudido que é o chamado Cartão Reforma, que o Bruno Araújo engendrou lá no Ministério, que é a possibilidade que quem ganha menos de 1.800 reais ir a Caixa Econômica e obter o valor de 5 mil reais a fundo perdido, portanto, estão lá não precisava fazer empréstimo, para pequena reforma, na sua casa pequena, um banheiro, um quarto a mais, uma pintura ou que seja, isto naturalmente movimento, não digo setor da o emprego na construção civil, porque muitas e muitas vezes as famílias talvez façam por conta própria mas é possível que contrate um ou dois e mais do que isso, movimenta o setor de produção de materiais, de construção, vai comprar tijolo, cimento, tinta etc. Isto tudo fruto do chamado Cartão Reforma, e tudo isso, como eu disse, para não só, patrocinar o direito social, daqueles mais carentes, mas também para incentivar o emprego. Incentivar a construção civil.

            Por outro lado, eu devo registrar, acho que depois - não é, Márcio? - todos receberão um elenco de tudo que foi feito nestes seis meses, eu estou ressaltando aqui alguns pontos mais, mais sensíveis, mais fundamentais.

Vejam que na convicção que é preciso restaurar, restabelecer o emprego, nós criamos uma secretaria especial para as concessões. Não só para as privatizações, como para as concessões. São 34 órgãos colocados  para serem concedidos, e sendo que 5 deles é, já tiveram sucesso. Só para dar um exemplo aqui da Celg, da Companhia de Energia Elétrica de Goiás, o leilão alcançou 28% a mais, do valor inicialmente fixado.

Ou seja, isso tudo, vai gerando emprego e vai gerando recursos para União. Enfim, estou fazendo aqui, coisas aparentemente menores, mas de grande significado. Vou dar um exemplo a vocês: durante muito tempo a FAB não conseguia transportar os órgãos necessários para transplante. Um gesto trivial, modestíssimo nosso, por um decreto diz que tem que ficar um avião permanentemente em solo para transportar os órgãos necessários para transplante.

Isto gerou, digamos, um trabalho extraordinário porque foram mais de 140, 150 transplantes realizados, em um mês um mês e pouco, quando no passado as pessoas até morriam porque não havia o transplante.  Uma coisa trivial, mas uma coisa voltada para a eficiência da administração. Não preciso... Dou exemplo só para dizer que os nossos olhos estão voltados para os setores.

Na questão da Defesa, por exemplo, nós restauramos e ampliamos, o Serra está cuidando disso, o Alexandre, a chamada, Segurança das Fronteiras. Fez-se até  uma reunião do secretário de segurança e  dos agentes de vários Estados que fazem fronteira com o Brasil, para cuidar desse assunto. E ali nós estamos começando a investir muitos recursos.

No tocante, por exemplo, eu estou dando a vocês exemplos muito esparsos, no tocante à questão da indústria, do comércio e serviços, comércio exterior, especialmente, nós estamos agilizando aquele acordo do Mercosul com a União Europeia, que estava mais ou menos parado. E eu, quando tenho feito minhas viagens internacionais, eu tenho cuidado muito disso e recebendo muito boa vontade para que logo se defina esse acordo da União Europeia com o Mercosul.

Como de resto, há uma preocupação com o meio ambiente. Muito recentemente nós depositamos em Nova Iorque, na ONU, o chamado Acordo de Paris. Estou dando exemplo de várias áreas para revelar o que tem sido feito ao longo do tempo.

No caso desses últimos anúncios que nós fizemos, um dos tópicos era a desburocratização, que já se iniciara no Ministério da Agricultura com 69 medidas desburocratizantes no Ministério da Agricultura. Vocês sabem e vocês devem ter ouvido que a grande queixa das empresas nacionais, dos investimentos estrangeiros é a extrema burocracia dos nossos modelos. E por isso que no projeto que nós lançamos há poucos dias há várias medidas desburocratizantes, não só para reduzir o prazo para a criação de empresas ou extinção de empresas, como também para os chamados desembaraços aduaneiros.

Vamos lembrar aqui o caso da Educação. Eu sempre conto que em 1997  eu fui presidente da Câmara pela primeira vez. Já se falava em revisão do ensino médio. Passou-se um período de 20 anos e nada da reforma do ensino médio. Quando o Mendonça, o nosso ministro, me trouxe a hipótese e disse: “Olhe, talvez pudesse fazer por medida provisória, isso vai agilizar a discussão.” E de fato editamos a medida provisória reformuladora do ensino médio que traz fatos significativos para a educação, pelo menos a nossa intenção é que daqui a alguns anos não se fale mais uma vez: “Você terminou o que equivale, digamos, ao curso primário e não sabe matemática e não sabe português”. Pelo menos isso, a reforma do ensino médio seguramente vai produzir. E também essa reforma se deu, aprovada na Câmara dos Deputados, no prazo da vigência da medida provisória, remanescendo apenas a decisão do Senado Federal. Isto foi feito a questionamentos.

Aliás, é interessante como isso mobilizou o país. Mobilizou intelectualmente, fisicamente. Vocês conhecem os episódios, é aluno tomando conta de escola etc. Se mobilizou o país, a discussão veio à luz intensamente, é como se fosse um refletor com uma luz extraordinária, e isto se discutiu e continuará a ser discutido, mas nós acabamos fazendo exatamente isso.

             Por outro lado vamos tomar o caso da titulação. Vocês sabem que logo, talvez na semana que vem, aliás, mais um anúncio que eu devo fazer, na semana que vem talvez eu edite uma medida provisória que trata da reformulação, perdão, da regularização fundiária na cidade. Não apenas a regularização fundiária no campo, mas também nas cidades.

Há milhares, senão milhões, de residências que a pessoa está lá morando, a família está morando e não tem título nenhum, o que também o indignifica. Nós vamos, o Ministério das Cidades está fechando isso com o Planejamento, nós estamos para formalizar a regularização fundiária nas cidades. Isto vai dar ao titular, aquele que norma a casa, normalmente são casas pequenas, vai dar a ele a condição de ter até um endereço, a sensação de propriedade.

E por outro lado no campo nós vamos entregar o título para todos aqueles assentados em objeto de reforma agrária que não recebe o título, há milhares e milhares de títulos, mais de 100 mil, milhares e milhares de títulos que não foram entregues. Nós vamos entregar os títulos de propriedade, não é, de posse e propriedade para essas pessoas.

Estou fazendo aqui um…

 

Jornalista: Emancipação.

 

Presidente: Estou fazendo aqui a emancipação dessas pessoas, não é? Nós estamos, vejam as Santas Casas por exemplo, estavam com uma dificuldade extraordinária, tomo caso a Santa Casa de São Paulo. Há poucos dias a Caixa Econômica Federal veio aqui, firmamos um convênio com a Santa Casa e entregamos R$ 360 milhões para Santa Casa de São Paulo. E ontem ainda o Gilberto Occhi me dizia que ele está recebendo as mais variadas solicitações e fazendo financiamentos para resolver o caso das Santas Casas, que é um tema que parece de menor relevância, mas é relevantíssimo para municípios, especialmente do interior dos estados brasileiros. Estamos cuidando disso.

Enfim, meus amigos, nós estamos governando para o presente e para o futuro. E, exatamente, só para exemplificar esses fatos, eles de alguma maneira geram esperança, da esperança vem a confiança e foi exatamente essa esperança e essa confiança que permitiram, por exemplo, à Petrobras sob o comando Pedro Parente fazer uma revalorização no mercado de 145%, 155%, permitiu à Eletrobrás uma revalorização de 245% no mercado, permitiu ao Banco do Brasil uma revalorização de 98%. E assim vários casos que foram, digamos assim, melhorados administrativa e financeiramente ao longo desse período.

Portanto, sem embargos das dificuldades, digamos, políticas e outras tantas o fato é que o Brasil está caminhando. Acho que nós estamos conseguindo, estamos com uma equipe econômica da melhor suposição, da melhor convicção até, temos uma atividade em todos os setores da administração com muita produtividade. E, ao encerrar, eu peço desculpas que eu interrompi o café que vocês estavam tomando.

Mas eu quero perguntar ao Meirelles e ao Dyogo alguma palavra sobre isso também, vale a pena o Meirelles e o Dyogo darem uma palavra, e depois, naturalmente, conversaremos.   

 

Ouça a íntegra da fala (34min19s) do presidente Michel Temer.