06-04-2018-Discurso do Presidente da República, Michel Temer, durante Solenidade de Posse das Diretorias da FIEB e CIEB 2018-2022, Evento de Comemoração Pelos 70 Anos da FIEB e do SESI
Salvador/BA, 06 de abril de 2018
Olha, eu quero começar, naturalmente, cumprimentando o Ricardo Alban e a sua senhora, Maria Clara Alban;
E, muito rapidamente, o Henrique Meirelles, o Marcos Jorge de Lima,
Os senadores Armando Monteiro, Roberto Muniz;
O ex-senador Antônio Carlos Magalhães Júnior;
Os deputados federais, amigos Antônio Imbassahy, Benito Gama, Cláudio Cajado, Aleluia, Tia Eron;
O Antônio Carlos, prezado amigo Antônio Carlos Magalhães Neto, prefeito de Salvador;
Prezado amigo Robson Braga;
O João Henrique de Souza;
O João Martins;
E me permito também lembrar do Albano Franco. Vou colocar um “o” no Alban e saudar o Albano Franco e o Moreira Ferreira, que estão aqui. Em vosso nome e, igualmente, do nosso senador Armando Monteiro, cumprimentar a todos aqueles que passaram pela CNI.
E quero dizer, Ricardo Alban, que é interessante. Eu ouvi as suas palavras, e as palavras do Robson, e vocês sabem que nós temos muitos anos de estrada política. E eu aprendi, ao longo desse tempo, a avaliar e a analisar as palmas. E verifiquei, ao longo do tempo, que há palmas puxadas, há palmas solenes, há palmas protocolares. Mas aqui, Alban e Robson, como vocês são líderes da categoria, e como aqui estão os empresários, as palmas que lhes deram foram verdadeiras, porque vieram do coração de cada um dos empresários. Eu não tenho dúvida disso.
Por outro lado, eu quero também dizer - na verdade, no mais breve tempo possível, porque aqui muitos já discursaram - que, ao longo do meu período, por força da atuação do Robson e do João Henrique de Souza, do João Henrique, nós fizemos reuniões parcelares dos presidentes de federações. E muitos eu reencontrei aqui.
E nessas reuniões parcelares nós fazíamos quatro ou cinco estados, e esses quatro ou cinco estados levavam os empresários mais expressivos, quem sabe, de cada estado. E foram reuniões muito oportunas. Porque me inspiraram no governo a fazer algo que, convenhamos, está na Constituição Federal, que é o prestigiamento da iniciativa privada.
Tenho a convicção absoluta de que o poder público não pode nem deve fazer tudo. Mas, ao contrário, deve partilhar a governabilidade com a iniciativa privada. E aí, ao longo do tempo, eu sempre fiz uma distinção muito grande entre os vocábulos de governo e governabilidade. Então, naturalmente, é o governo constituído, é o Legislativo, Executivo, Judiciário e as suas, os seus órgãos integrantes de cada um desse poder. Mas a governabilidade vem pela conjugação da atuação pública com a atuação da iniciativa privada. E tudo isso nos termos da Constituição Federal, que volto a dizer a vocês, manda prestigiar a iniciativa privada. E nós fizemos isso ao longo do tempo.
Não vou repetir aqui os vários dados extremamente positivos nestes quase dois anos de governo. Vejam que os que aqui mencionaram os avanços extraordinários que tivemos na economia, na educação, no meio ambiente, nos transportes, na saúde; enfim, em todos os setores governamentais, não se fala de um governo de quatro ou de oito anos. Nós estamos falando de um governo de menos de dois anos. E, convenhamos, um governo que enfrentou oposições das mais variadas e sem embargo disso, o País não parou, porque nós tivemos todos a capacidade, conjugados com a iniciativa privada, de levar adiante o País.
E, basicamente, uma das palavras-chaves do nosso governo foi precisamente a palavra diálogo. Nós dialogamos intensamente com o Congresso Nacional, dialogamos intensamente com a sociedade. Aliás, restabelecemos uma ideia que também é determinada pela Constituição Federal, mas que não foi jamais levada adiante, e olha que eu fui três vezes presidente da Câmara dos Deputados. Mas eu sentia sempre, Claúdio Cajado, que o Legislativo era uma espécie de apêndice do Poder Executivo. No meu caso, no nosso caso não. Atentos ao texto constitucional, nós governamos com o Legislativo. Ou seja, Executivo e Legislativo governaram juntos. E por isso nós chegamos até aqui e até o diálogo com a sociedade.
Aqui foi mencionada, por exemplo, a modernização trabalhista. E ela não nasceu de cima para baixo mas ela nasceu de um diálogo com as federações de indústria, federações de comércio e de serviços e com as centrais sindicais. E a partir daí é que nós pudemos produzir um projeto que foi ao Congresso Nacional e lá, com as modificações naturais e legítimas que o Legislativo costuma fazer, foi aprovado, trazendo aquilo que Meirelles dizia, não é. Se nós tínhamos 14 milhões de desempregados, hoje temos bem menos, já quase, em termos de postos de trabalho, 12 milhões e meio, mais de uma milhão e meio de postos de trabalho criados nesses quatro últimos trimestres. E é tamanha a confiança, digamos assim, porque o governo também, meus amigos e minhas amigas, vive da confiança daqueles que produzem. E aqueles que produzem, aplicam na Bolsa. Quando nós chegamos ao governo, a Bolsa de Valores atingiu um pico de 42 mil pontos. Hoje, atinge um pico de 87 mil pontos. A revelar, portanto, a confiança que se tem naquilo que se faz no País.
Mas eu não poderia fazer isso, volto a dizer, reitero e repito, se não fosse uma conjugação extraordinária com a iniciativa privada. E neste particular, eu quero dizer - viu, presidente Ricardo Alban, presidente Robson Andrade - que é interessante, nas reuniões que eu fazia, e eu sempre registrava este fato, os empresários não levavam apenas as suas reivindicações empresariais. Quando o empresário era da Bahia - e o Ricardo Alban se lembra bem disso -, quando era de Sergipe, ou quando era de Alagoas, ou quando era Santa Catarina, ele levava os problemas também do estado. Não foram poucas as vezes em que eles diziam: “Olha, está faltando a estrada tal, está fazendo isso, faltando aquilo”. Ou seja, um espírito público que, introjetado no espírito de cada qual daqueles que lidam, que levam adiante a iniciativa privada. Então, eu digo, interessante: há uma conjugação de esforços entre aqueles que estão na iniciativa privada preocupados com a coisa pública.
E por isso eu levei muito em conta, e quero agradecer àqueles que estão aqui e que estiveram comigo parceladamente em vários momentos destes menos de dois anos de governo. E é curioso que, de vez em quando eu vejo aqui, no discurso do Alban, no discurso do Robson, as naturais, legítimas e pertinentes cobranças.
Por exemplo, a questão de prestigiar o Nordeste, não é? Nós vivemos numa federação. E na federação, o suposto da federação é que todos os estados são iguais. Corretíssimo. Mas evidentemente que, muitas vezes, as condições econômicas dos estados são diversas. E outro princípio constitucional é o princípio da igualdade. Você tem que tratar igualmente a todos. Mas é interessante, o princípio da igualdade ele leva em conta, para que haja uma diferenciação nessa igualdade, uma correlação lógica entre, muitas vezes, a discriminação ou a diferenciação, com a discriminação ou a diferença feita.
Então, quando nós pegamos o caso dos estados do Nordeste, nós dizemos: “Nós temos que ter” - e essa também é uma determinação derivada do sistema constitucional - “nós temos que ter também um tratamento diferenciado para os estados do Nordeste”.
Não foi sem razão que lá em Pernambuco, ao lado do senador Armando Monteiro, eu registrei que o sistema automotivo especial para o Nordeste, que vai se vencer logo mais, será por mim prorrogado por mais cinco anos. Portanto, é uma coisa que, digamos assim, importantíssima para o Nordeste. Como devo dizer, aqui se mencionou a questão do Rota 2030, nós estamos finalizando isso, Meirelles, Marcos Jorge, nós estamos finalizando esse tema e logo, creio que logo no começo do mês que vem, nós vamos completá-lo e aprová-lo de uma vez. É uma questão que favorece muito o sistema automotivo e que dá realmente muita pujança para um próximo (inaudível), como demonstrou o Marcos Jorge. E de igual maneira em relação aos fundos constitucionais, nós vamos sempre prestigiá-los.
Então, meus amigos, eu não quero me alongar demais, quero dizer da satisfação extrema que tenho de vir à Bahia. A Bahia é extremamente inspiradora, eu diria que a Bahia é um estado, prefeito Antônio Carlos Magalhães Neto, quase espiritualizado. É interessante que, todas as vezes que eu venho à Bahia, e a questão da energia não é, é uma coisa verdadeira. Toda vez que eu venho à Bahia eu saio energizado. Ou seja, eu saio animado, animado no sentido do vocábulo original, que vem de anima, de alma, ou seja, eu saio com a alma entusiasmada, eu saio animado. E vou agora, logo mais, para Foz do Iguaçu, onde inauguro lá em um congresso que amanhã se dará, mas eu chego lá entusiasmadíssimo. Eu chego lá com a ideia “valeu a pena ter vindo à Bahia”. Valeu a pena ter cumprimentado o Ricardo Alban. Valeu a pena ter tido a companhia do Robson Andrade. Valeu a pena ter encontrado os amigos todos aqui na Bahia. Valeu a pena essa simpatia extraordinária que se irradia, que sai, que nasce do povo baiano e que nos entusiasma a todos.
Eu quero dizer, como aqui também foi mencionado, que nós precisamos ser otimistas. Interessante, no Brasil, nós fomos tomados nos últimos tempos por uma onda de pessimismo. Uma coisa curiosa, eu percebo isso meus amigos, eu percebo isso nos locais que circulei ao longo do tempo e como nós estamos na estrada, como disso há muito tempo, em tempos passados, o otimismo era bem maior. E os brasileiros sempre procuravam uma paz social. Não havia uma divergência radical entre os brasileiros, não é? Havia uma conjugação de esforços. E a conjugação de esforços é que significa otimismo.
Então, eu vejo esta reunião, prezado Ricardo Alban e prezados companheiros, prezados amigos, eu vejo esta reunião como uma reunião, digamos assim, até me passa pela cabeça: se o Brasil todo tivesse esse entusiasmo, tivesse essa vibração, tivesse essa potencialidade espiritual, esta energia que nós todos recebemos nesta reunião, o Brasil seria melhor ainda, porque bom ele já é. Mas nós vamos crescer mais ainda com o Ricardo Alban aqui no seu segundo mandato. E, volto a dizer, embora repetidamente, com o entusiasmo do povo baiano e com o entusiasmo do povo brasileiro.
Muito obrigado.
Ouça a íntegra do discurso (13min15s) do Presidente.