Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Michel Temer, após almoço em homenagem ao senhor Gjorge Ivanov, Presidente da República da Macedônia - Brasília/DF
Palácio Itamaraty, 12 de dezembro de 2017
Presidente: Então, vocês querem falar sobre Previdência, não é? A primeira coisa que eu acabei de dizer lá em cima foi que o presidente Rodrigo Maia marcou o início da discussão para quinta-feira. E acho que, com a discussão nós vamos, na verdade, esclarecendo vários pontos, porque eu vejo que há uma divulgação equivocada em relação à Previdência Social. Aliás, há poucos dias, eu passei, indo ao aeroporto, tem uma placa lá dizendo assim: “Temer quer que você trabalhe até morrer”. Na verdade, a aposentadoria hoje, e é bom aproveitar este momento, se dá aos 55 anos para o homem e 53 anos para as mulheres. Depois de 20 anos é que vai a 65 anos. Trabalhadores rurais estão fora, idosos, pobres que chegando ao 65 têm direito ao salário mínimo, deficientes estão fora. Nós reduzimos o tempo de contribuição de 35 anos para 15 anos, facilitando, portanto, os mais pobres. Agora, aqueles que ganham mais vão ter, também não perdem. Você sabe que, é interessante, até [R$]5.330, que é o teto da Previdência - cinco mil trezentos e alguma coisa - o funcionário público está na linha Previdência comum, dos trabalhadores em geral. O que exceder disso, ele vai ter que fazer uma previdência complementar. Então, o único prejuízo que ele vai ter é se ele ganhar [R$]30 mil, por exemplo, vai ter, sei lá, que pagar R$ 500, R$ 600 por mês para poder aposentar-se pela totalidade. Que aliás, ocorre na União, na verdade, esse tópico da Previdência facilita muito os estados que estão numa dificuldade extrema em relação à Previdência e, de igual maneira, os municípios.
Agora, vamos esperar quinta-feira. Eu acho que essas questões vão sendo esclarecidas, eu vejo que a imprensa toda está a favor, as várias associações e entidades, as mais variadas, setores mais diversos apoiam a reforma previdenciária, acham que tem que ser feita já.
Portanto, vamos esperar a discussão. A discussão, volto a dizer, vai sendo esclarecedora, e depois, entre quinta-feira, foi o que o presidente Rodrigo estabeleceu e nós concordamos, fizemos com ele, entre quinta-feira, segunda, terça, se verifica, se tiver os 308 votos, vai a voto agora. Caso contrário, se espera, naturalmente, fevereiro, marca-se data em fevereiro.
Jornalista: Presidente, na convenção do PSDB, o governador Alckmin indicou que queria conversar com o senhor, indicou uma aproximação. Tem algum encontro já marcado?
Presidente: Não, mas eu telefonei para cumprimentá-lo. Para cumprimentá-lo pela eleição.
Jornalista: Se o PSDB não fechar questão, gera um incômodo? O senhor acha que é um problema?
Presidente: Esta é uma questão do PSDB. Mas todos lá parece que estão trabalhando para o fechamento da questão.