Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Michel Temer, após Reunião Bilateral com o Senhor Sebastián Piñera, Presidente da República do Chile - Lima/Peru
Lima-Peru, 14 de abril de 2018
Presidente: Hoje, no discurso, eu tive a oportunidade de manifestar-me sobre essa questão da Síria, e evidentemente que nós dissermos que o Brasil, há muito tempo, repudia a utilização de armas químicas, isso é fruto até de convenções internacionais, encontros internacionais, isso no primeiro ponto.
No segundo ponto, é que nós dissermos que essas questões devem ser resolvidas baseadas no direito internacional. Portanto, é importante a ONU entrar nessa questão para logo resolver o conflito da Síria. Não se pode deixar isso quase eternamente como vem acontecendo, prejudicando, portanto, as relações internacionais e prejudicando a região, esse é o primeiro ponto. Segundo ponto, é que eu tive agora duas bilaterais, além daquelas de ontem, uma com o presidente, Piñera, que vai visitar o Brasil, muito brevemente. E nós ajustamos vários acordos que poderão ser feitos na relação comercial entre o Chile e o Brasil. Mas o mais importante, é que a partir de ontem a noite, no jantar e agora com o presidente Piñera, de igual maneira com o presidente Macri, com o presidente Santos, e com todos os da aliança do Pacífico, nós estamos praticamente encaminhando muito solidamente, agora, uma aliança do Mercosul com a aliança para o Pacífico. As gestões, eu percebo que a partir de hoje, este é um bom resultado da Cúpula das Américas, eu percebo que a partir de hoje nós vamos incentivar muito, e crescer muito nessa história.
E o terceiro ponto, agora uma comissão de parlamentares, nove parlamentares americanos, republicanos e democratas, onde eu pude colocar a questão do aço e do alumínio, e também o ingresso do Brasil na OCDE e, em ambas as hipóteses, eles estão trabalhando, já me disseram, que estão trabalhando para resolver a questão da tarifa do aço. Aliás, dois deles são da Califórnia, onde existe uma empresa chamada California Steel, que recebe o aço inacabado do Brasil, e pode, eles querem ajudar, vão ajudar, nesse período, nesse intervalo, para que nós resolvamos rapidamente a questão da importação do aço e do alumínio.
Jornalista: Presidente, sobre a Síria, o senhor vê um risco real da escalada do conflito?
Presidente: Ontem a noite era mais aflitiva a notícia, hoje a notícia é que atacaram apenas os locais, as várias unidades (...). Mas, não é útil para o mundo, você vê que ontem criou um clima muito preocupante.
Jornalista: Esse ataque não foi avalizado pelo Conselho de Segurança da ONU. Como é que o Brasil se posiciona? É um ataque que não tem a chancela da ONU.
Presidente: Nós fizemos observações, e eu devo dizer que todos que falaram hoje na Cúpula das Américas fizeram as mesmas observações, de que é preciso uma solução internacional, e não uma solução segmentada.
Jornalista: Mas o Brasil apoia ou não apoia?
Presidente: Nós vamos examinar isso, agora evidentemente as observações que nós fizemos desde de ontem, é no sentido de, ou se resolve isso de maneira a aplicar o direito internacional, não se pode aplicar apenas pela a força. Acho que a conversação, a via diplomática e o convencimento são fundamentais para isso.
Jornalista: Mas sobre o uso das armas químicas, Presidente? Se houver a confirmação de uso de armas químicas?
Presidente: Isso deve ser investigado, evidentemente, investigação rigorosa, e para saber qual é a origem, e evidentemente, verificar, depois de ter detectado a origem, quais são as (...).
Jornalista: O Conselho de Segurança fica menor com essa ação?
Presidente: Eu acho o seguinte, o Conselho de Segurança, vem atuando, teve que atuar com maior rigor, com maior velocidade nessas questões, eu acho que é fundamental, convenhamos o trabalho (...)
Jornalista: Presidente, mudando de assunto, sobre o foro privilegiado que vai ser votado em breve, o senhor é a favor de restringir o foro?
Presidente: Eu sou a favor que o Legislativo decida.
Ouça a íntegra da entrevista (04min00s) do Presidente.