Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Michel Temer, após sessão de abertura da XI Conferência Ministerial da OMC - Buenos Aires-Argentina
Buenos Aires-Argentina, 10 de dezembro de 2017
Presidente: Mas, olhe, vou logo dizendo o seguinte: duas questões foram tratadas no dia de hoje. Um, muito rapidamente, do Mercosul, o nosso ministro Aloysio Nunes e o nosso ministro Marcos Pereira estão tratando já, desde ontem, e continuarão até quarta-feira, tratando da questão do Acordo Mercosul-União Europeia, que avançou muitíssimo. Vocês sabem que essa tentativa de fazer o acordo data de mais de 20 anos e avançou, volto a dizer, muito, nesses últimos dias. É muito provável que até o dia 21, quando tivermos a reunião do Mercosul no Brasil, nós possamos dar mais um passo, pelo menos uma espécie de acordo político, no dia 21. Se não concluirmos no dia 21, seguramente vamos concluir em seguida.
Agora, no tocante à reunião da Organização Mundial do Comércio, todos coincidiram, todos os chefes de Estado e de Governo, coincidiram na ideia do multilateralismo, abaixo o protecionismo, etc. Tudo isso foi muito bem estruturado numa reunião muito feliz, organizada aqui na Argentina.
Jornalista: O que pode ser anunciado desse Acordo União Europeia-Mercosul nesse momento?
Presidente: Aqui, neste momento, eu não quero anunciar nada porque não se fechou nenhum acordo. Nós temos alguns pontos a serem mencionados: a questão da agricultura, a questão automotiva, que estão sendo solucionadas. Eu acho que em brevíssimo tempo nós vamos solucionar essas matérias.
Jornalista: Não tem anúncio até quarta-feira?
Presidente: Não, não me pareceu não. As negociações vão no ritmo normal. Eu disse que elas datam de mais de 20 anos e, olha, o avanço foi significativo. Um ou outro ponto deverá ser solucionado. Se até quarta-feira, os nossos ministros ficarão aqui conversando com os representantes da União Europeia e os demais ministros, quem sabe até quarta-feira conseguem superar essas questões.
Jornalista: Presidente, finalmente o senhor já está com…
Presidente: E para dizer que não falei de flores, eu quero dizer que a reforma da Previdência vai muito bem. Eu acho que nós, o presidente Rodrigo Maia resolveu começar a discussão na quarta-feira. Seguirá, naturalmente, até segunda e terça-feira, quem sabe na terça-feira nós conseguimos fechar. Primeiro.
Segundo ponto: fecharam questão já o PMDB, o PTB, o PPS. Hoje falei com os presidentes, hoje pela manhã, com o presidente do PP, presidente do PSD, agora falei com o presidente do PRB e estão todos entusiasmados para um eventual fechamento da questão.
Então, eu suponho que talvez seja possível, mas se não for, nós vamos encerrar a discussão ainda neste ano e esta matéria da Previdência não vai parar. Se não for neste ano, será no início do ano que vem.
Jornalista: Então, existe a probabilidade de terminar uma discussão e não votar nenhum turno este ano?
Presidente: Eu acho que dá. Vai ser possível votar. Nós todos estamos entusiasmados com a possibilidade, até por uma razão singela: mais do que nunca está sendo esclarecido o tamanho exato da Previdência Social. Imagine que agora eu passei, para chegar ao aeroporto, está dito, tem uma placa lá dizendo: “Temer quer que você trabalhe até morrer”. É falso, é mentiroso. Eu sou obrigado a dizer isso. Porque vocês sabem, eu repito aos nossos telespectadores, aos ouvintes, que, na verdade, hoje, as pessoas se aposentam com 55 anos, homem, e 53 anos, mulher. Ninguém morreu até essa data. E, evidentemente, para chegar aos 65 anos, 63 anos as mulheres, vai levar 20 anos, que também ninguém morre antes desse período.
Jornalista: O que muda com a mudança de ministro na Secretaria de Governo? O deputado está aí atrás e ele já é ministro.
Presidente: Continua, olha, continua da mesma maneira. O Imbassahy fez um belíssimo trabalho durante um bom período e, agora, o Marun, quando assumir, igualmente fará um bom trabalho. Muito obrigado a vocês.
Ouça a íntegra (04min01s) da entrevista concedida pelo presidente Michel Temer