Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Michel Temer, no Aeroporto de Assunção - Assunção/Paraguai
Este conteúdo foi publicado na íntegra somente ao final do período eleitoral em atendimento à legislação que regula o tema (Lei 9.504 /1997, Lei 13.303 / 2016 e Resoluções TSE – Eleições 2018 ). Com o fim das eleições, o material está disponível de forma completa.
Assunção-Paraguai, 15 de agosto de 2018
Jornalista: O Paraguai é um parceiro… O Brasil é o parceiro mais importante do Paraguai e a questão hoje, na campanha mais central, é a questão da segurança. De que maneira Paraguai e o Brasil podem trabalhar?
Presidente: Olhe, primeiro que nós temos feito inúmeras reuniões relativas à segurança, especialmente a segurança de fronteiras. Nosso chanceler, nosso ministro da Justiça, ministro de Segurança Institucional, têm feito muitas reuniões relativamente à segurança das fronteiras e especialmente com o Paraguai. Mas hoje especialmente, eu pude dizer ao presidente Mario Abdo que, no dia de ontem, eu assinei um tratado sobre a construção da ponte que liga Porto Murtinho à Carmelo Peralta. E ontem, também, foi assinado um compromisso para a construção de uma ponte Paraguaia sobre o rio Apa, também em Mato Grosso do Sul, sobre o rio Apa.
Eu queria tratar de mais um tema aqui, que é o seguinte: vocês vejam …
Jornalista: A questão do contrabando…
Presidente: É, contrabando, claro. Isso tudo envolve a questão da fronteira.
Jornalista: Crime organizado, tráfico de drogas…
Presidente: Claro, tudo isto está sendo tratado. E agora, exatamente em função da visita que ele me fez, foi o primeiro país que ele visitou para convidar para vir à posse é que eu vim aqui para estreitar ainda mais as relações e essas atividades.
Jornalista: Mas como o Brasil vai ajudar nesse combate?
Presidente: Botando todas as estruturas que nós temos de inteligência, estrutura de Forças Federais, juntamente com as forças federais e a inteligência do Paraguai.
Jornalista: Mas vem funcionando?
Presidente: Vem funcionando, vem dando resultado. Olha, há poucos dias aí, aqui, há poucos dias, lá no Porto de Santos, apreenderam 1.800, 1.600 kg de droga. Há pouco tempo, no Rio de Janeiro, igualmente 1.300 kg de drogas. Isso vem funcionando. Mais ainda, no caso da intervenção do Rio de Janeiro, vocês podem pegar os dados - de vez em quando eu vejo que não deu resultado -, mas podem pegar os últimos dados, vocês vêem que a intervenção na área da Segurança Pública deu resultados, reduzindo sensivelmente todas as espécies de crimes.
Agora, deixa eu dar mais um dado para vocês, que está na imprensa de hoje. Hoje está na imprensa que nós estamos distribuindo mais de R$ 6 bilhões para os trabalhadores, fruto do rendimento do Fundo de Garantia, ou seja, metade fica com o poder público e a outra metade vai para os trabalhadores. Mas, a notícia dá a impressão de que isso vem lá desde o tempo de Getúlio Vargas, e não é, foi fruto de uma revisão, de uma reformulação que nós fizemos, dos juros referente ao Fundo de Garantia, que nos permite, a cada seis meses, distribuir estes mais de R$ 6 bilhões do Fundo de Garantia.
Jornalista: Presidente, o Mario Abdo é do Partido Colorado, mas, ele é de uma corrente, e ultimamente ele não está trabalhando em sincronia com o Horácio Cartes. Há uma divergência interna e ele marcou muito fortemente o combate à corrupção com a bandeira do governo dele, fortalecer a justiça, a independência, a coragem. Como é que o senhor vê esse combate à corrupção no Paraguai? Que diferença isso faz? É no mesmo sentido do Brasil?
Presidente: Indispensável, não é? Enquanto as instituições funcionam, como estão funcionando no Brasil, é claro que o combate será sempre muito eficiente.
Mas, também eu verifiquei que na missa que se deu o arcebispo, ele fez uma longa pregação sobre a pacificação, sobre a unidade de todos no Paraguai. Que é uma coisa importante no Paraguai, importante no Brasil.
Jornalista: Presidente, e a prévia do PIB, presidente?
Presidente: A prévia do PIB, olha aqui, a prévia do PIB, na verdade, vai ser um PIB positivo. Vocês sabem que quando nós pegamos o governo, quando eu cheguei ao governo o PIB, em maio, o PIB era quase menos 6%, quando chegou ao final de 2016 passou a menos 3.6, portanto, já caiu naquele seis meses do governo de 2016. No ano próximo, 2017, já deu 1% a mais, ou seja, nós evoluímos quase 7% entre o ano anterior, e o ano.
Neste ano se não fosse a greve dos caminhoneiros, você sabem, o PIB estava estimado em 3, 3 e pouco por cento, talvez agora fique 1.5, 1.4, mas, um PIB positivo.