Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Michel Temer, após o encontro bilateral com o Presidente da República do Chile, Sebastián Piñera
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Presidente: Acabei de ter uma reunião, com o presidente Piñera, ontem eu tive com o Piña Nieto, como vocês sabem. E interessante como esta providência de fazer a conexão do Mercosul com a Aliança para o Pacífico está dando resultados muito objetivos na relação Brasil e os países da Aliança do Pacífico. Agora ainda tratamos do Tratado de Livre Negociação entre Chile e Brasil, os nossos ministros estão empenhados nisso. E acho que este é um dos primeiros resultados desta Aliança entre o Pacífico, a Aliança do Pacífico e o Mercosul.
Jornalista: O que teve de concreto nessa conversa do senhor com o presidente Piñera?
Presidente: Foi esta possibilidade da aliança, da livre negociação, do livre comércio entre o Chile, aumentar o livre comércio entre Chile e Brasil. Acho que isso é muito fruto, volto a dizer, desta conexão entre a Aliança do Pacífico e o Mercosul.
Jornalista: A expectativa do senhor para os Brics, presidente. A expectativa do senhor para os Brics agora, na África?
Presidente: Muito positiva, muito positiva. Nós temos, nós temos... Eu tenho uma bilateral com o presidente Xi Jinping, onde eu vou tratar, mais uma vez, da questão da carne, frango, suíno, etc. Possivelmente com o presidente Putin, também tratando do mesmo tema, de fora a parte as questões gerais que são tratadas na própria reunião do Brics.
Jornalista: Presidente, de que maneira o senhor diria que essa inserção internacional comercial do Brasil pode melhorar com essa Cúpula Aliança do Pacífico - Mercosul?
Presidente: Olhe, pelo o que nós estamos verificando, veja, desde o dia de ontem, não é? Acho que vocês até ouviram o presidente Peña Nieto, muito entusiasmado com esta aliança. E nós temos uma determinação constitucional, no artigo 4 da Constituição Federal, que diz que “toda política pública brasileira tem que se direcionar no sentido de fazer uma aliança latino-americana de nações”. E é o que nós estamos fazendo.
Jornalista: Presidente, agora em termos de produtos e mercados, o que mais interessa para o Brasil na aproximação entre Mercosul e Aliança do Pacífico? Produtos e mercados, o que mais favorecia o Brasil?
Presidente: Olhe, petróleo e produtos alimentícios, não é? Ainda ontem, convenhamos, parece uma coisa banal, mas não é, nós, com o presidente Peña Nieto, nós pleiteamos o aumento da cota e venda de frangos, nós temos uma cota de 300 mil toneladas, nós pleiteamos, ele ficou de examinar. Assim como nós evidenciamos a ele a possibilidade de importar feijão, que produzem muito no México e eles importarem o nosso arroz. Esses são temas bem objetivos.
Jornalista: Presidente, um assunto do Brasil, alguma chance da candidatura do ministro Meirelles não acontecer? Ou ele vai até o final?
Presidente: Não. Está aumentando cada vez mais a chance dele continuar.
Jornalista: Aumentando a chance de continuar candidato?
Presidente: Continuar candidato. Será candidato.
Jornalista: A mensagem que veio a público do ministro Marun representa, de alguma forma, a ideia, o governo (...)?
Presidente: Vocês sabem que o PMDB, o PMDB é um partido muito eclético, vocês sabem disso e cada um tem as suas opiniões. O Marun, como PMDBista antigo, ele mandou, na verdade, uma mensagem por Zap, por um grupo de deputados, não é? Ele até brincou ontem, que se a gente soubesse que viria a público, teria dito outras palavras em relação a um candidato, um pré-candidato à Presidência da República. Mas o PMDB é assim. O PMDB é um partido em que todos têm a sua opinião, o Marun expressou a sua.