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Entrevista exclusiva concedida pelo Presidente da República, Michel Temer, à Band TV - Pequim/China

Pequim-China, 02 de setembro de 2017

 

 

Jornalista: A China é a maior economia do mundo, em termos do poder de compra. Por que a China está tão empenhada nessa relação com o Brasil?

 

Presidente: Eles querem muito incentivar essa parceria, ou seja, ampliar a parceria. E não só, interessante, não apenas na área comercial, mas também na área cultural, na área esportiva.

Você veja que ontem foi assinado um acordo da Confederação de Futebol do Brasil, a CBF, com a federação chinesa para nós instalarmos aqui escolas de futebol. Veja a integração extraordinária. Além do que, nós estamos instalando 12, 14 escritórios para facilitar o visto para incentivar também o turismo.

Então, é uma relação comercial muito sólida, que aumentou enormemente. Basta dizer que nesses últimos 10 anos, aumentou de 16 bilhões para 58 bilhões. E o presidente do Conselho Consultivo quis dizer: olha, esse semestre foi o semestre mais próspero das relações entre o Brasil, esse semestre que passou, entre o Brasil e a China.

Então é um relacionamento muito sólido, não apenas digo eu, na área comercial, mas em todas as áreas que eu acabei de mencionar.

 

Jornalista: Você sente que a China quer mais?

 

Presidente: Quer mais. Aliás, quem assistiu a recepção que nos deram no dia de ontem, especialmente, o presidente Xi Jinping, nesta visita de Estado, verificou que é sinal que eles levam em conta a relação com nosso País.

 

Jornalista: Como é que o senhor avalia a sua relação com o presidente Xi Jinping?

 

Presidente: Olhe ele é quase, vou ser um pouco ousado, mas praticamente amizade. Você sabe que é a quinta vez que eu me encontro com ele. E agora, no Brics, nós nos encontraremos pela sexta vez. E tem vez, todas as homenagens, eu considero até, interessante, de fora a parte a relação política e institucional, é uma coisa assim de muita fraternidade, muita amizade, pessoalmente.

 

Jornalista: Como o senhor está avaliando esse encontro com os Brics? Qual a expectativa do senhor?

 

Presidente: Positiva. Essa é a segunda ou terceira vez que eu participo do Brics. O Brics é um organismo, interessante, ele surgiu sem nenhuma estruturação jurídica, não há estruturação jurídica, há estruturação espontânea.

 

Jornalista: Mais ou menos um encontro de amigos?

 

Presidente: Com base em um encontro de amigos, mas que deu resultados. Você veja o Banco de Desenvolvimento foi ampliado, (incompreensível) contingências e todas as demais que eu tenho participado e certamente nessa também, nós verificamos cada vez mais uma integração entre os vários países integrantes do Brics.

Eu acho que dará ótimos resultados também essa reunião a partir da segunda-feira.

 

Jornalista: E ontem o senhor teve a notícia do crescimento do PIB?

 

Presidente: Eu tenho tido a oportunidade nos últimos tempos, sem embargo de dizer que desses 90 dias houve muito tumulto político, etc. É interessante como o Brasil cresceu nesse período. Este dado que você está dando é uma coisa impressionante, nós fomos, o PIB, 0,2% no trimestre, são 720 mil empregos formais (incompreensível) mais dados ou criados nestes 90 dias. Portanto, o País vem crescendo.

E. além disso, interessante, veja, a modernização trabalhista, por exemplo, que era algo iniciado há mais de 20 anos, aí não se conseguia fazer, foi feita e concluída, precisamente, nesse período. E, precisamente, nesse período o diálogo intenso entre empregados e empregadores.

Nós aprovamos também mais de 14 ou 15 medidas provisórias que tinham sido propostas, todas convertidas em lei nesse período. Portanto, o Brasil não parou nem vai parar.

 

Jornalista: Presidente, como é que está o trabalho de rearticulação, especificamente na base aliada do Congresso, para a reforma da Previdência?

 

Presidente: Ela está sendo feita agora. Você sabe que nós temos conversado muito com o presidente Rodrigo Maia, com o presidente Eunício Oliveira, e nós estamos dispostos a levar adiante a reforma da Previdência. Já fizemos três. O teto dos gastos públicos; a reforma do ensino médio, que é fundamental - hoje aprovada por mais de 95% de todo o setor educacional do Brasil; a modernização trabalhista; agora vamos para a reforma da Previdência e para a chamada simplificação tributária,

 

Jornalista: Que é?

 

Presidente: Que é uma espécie de desburocratização que nós temos que fazer na área tributária. Eu penso que nós ainda vamos conseguir aprovar a reforma previdenciária e, volto a dizer, depois da simplificação tributária.

 

Jornalista: O senhor pretende voltar um dia antes por conta da votação da meta fiscal na Câmara. O que o senhor espera encontrar na sua volta, que tipo de problema?

 

Presidente: Me permita dizer, é o contrário disso. Eu fiz o comentário muito rápido com algumas pessoas e dizendo: olha, como a meta fiscal ainda tem dois, três destaques para serem votados, alguns de lá disseram “olhe, Temer, é melhor você voltar para estar aqui”, do tipo, presidente tem que estar aqui para articular essa parte final.

Eu cogitei, mais ou menos, quem sabe, com o Brics, a reunião do Brics será no domingo de tarde e na segunda-feira e na terça é uma reunião do Brics com países convidados, mas quem sabe eu saio na segunda-feira à noite, que será período da manhã no Brasil, chego mais ou menos às 11 horas, meio-dia, na terça-feira e poderei acompanhar a votação. Mas simplesmente isso, nada decidido ainda, nada decidido. Eu vi que alguns jornais até, aliás, um só, disse que eu estava voltando por outras razões, uma preocupação, isso e aquilo. Eu não me preocupo com nada disso que está acontecendo, eu me preocupo com o Brasil.

 

Jornalista: O senhor teme uma nova denúncia da PGR? Para o senhor esclarecer.


Presidente: Não temo, não. Primeiro, eu tenho a mais absoluta convicção de que se vier, será uma singeleza e, para não dizer, de uma inépcia tão grande, eu não tenho nenhuma preocupação, primeiro ponto. Segundo ponto, isso será cuidado pelo meu advogado. Terceiro ponto, estou muito bem despreocupado em qualquer hipótese de denúncia, não tenho nenhuma preocupação e estou preocupado em levar o Brasil adiante, que é o que estamos fazendo.

 

Ouça a íntegra da entrevista (06min17s) do presidente.

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