Você está aqui: Página Inicial > Presidência > Ex-Presidentes > Michel Temer > Entrevistas concedidas pelo presidente Michel Temer > Entrevista exclusiva concedida pelo Presidente da República, Michel Temer, para a Rádio Metrópole de Salvador - Bahia

Entrevista exclusiva concedida pelo Presidente da República, Michel Temer, para a Rádio Metrópole de Salvador - Bahia

Salvador/BA, 31 de janeiro de 2018.

 

Jornalista: Presidente bom dia. Tudo bem com o senhor?

 

Presidente: Muito bom dia Mário. Olha, é um prazer enorme estar novamente no seu programa. Eu lamento que nós conversamos há coisa de alguns meses e eu sei o número, os milhares de ouvintes que te acompanham, que tem apreciação pelo seu programa. De modo que eu agradeço muitíssimo a oportunidade que você está me dando aí de falar aos seus milhares de ouvinte. Muito obrigado, Mário.

 

Jornalista: Presidente, é um prazer conversar com o senhor. Aquela entrevista que nós fizemos aqui, inclusive teve uma repercussão muito boa, porque muita gente não tem, sobretudo aqui da Bahia, nós atingimos todo interior da Bahia, não tem assim, essa oportunidade de conversar com tranquilidade, com que o senhor conversa, sabe? Uma pessoa normal, uma pessoa, que apesar de estar ocupando o mais alto cargo da República, não tem nenhum tipo de…, quando tem uma entrevista não manda dizer: olhe, quero responder tal e tal pergunta. O senhor não tem nada disso. Eu acho que isso é uma coisa extremamente positiva e que me deixa muito alegre de estar conversando com o senhor.

 

Presidente: Conversa franca, não é Mário? Conversa franca.

 

Jornalista: Pois é, presidente, pois é. Presidente, vamos começar aí pela reforma da Previdência. Eu estou vendo o seu empenho pessoal, no sentido de que se chegue à aprovação no Congresso agora em fevereiro. O senhor acredita que será possível mesmo isso?

 

Presidente: Olhe, Mário, me permita dizer, em primeiro lugar, o seguinte: acho que você deve ter muitos aposentados, aposentadas, pessoas que vão aposentar-se, que são seus ouvintes também. E a você e a eles, eu quero dirigir uma palavra especialíssima, porque, veja, eu não estou fazendo isso para o meu (inaudível). Meu governo tem mais um ano e a reforma da Previdência, assim como as reformas todas que eu fiz no Brasil, nesse ano e oito meses de governo, não são exatamente para o meu governo, para o futuro. Mas, especialmente, eu dizia a você, e me dirijo especialmente aos aposentados, aposentadas, aos servidores públicos, que nós estamos fazendo a reforma da Previdência bastante suave, que é para fazer com que os aposentados, aposentadas, e mesmo os servidores públicos, não tenham cortes nas suas pensões, nas suas aposentadorias, como já aconteceu, Mário, você sabe muito bem, em vários estados brasileiros e em estados estrangeiros. Quer dizer, se você não fizer, e veja Mário, eu vou dar uma cifra aqui para os nossos ouvintes, queridos ouvintes, que é assustadora, a dívida previdenciária este ano foi de R$ 268 bilhões. No ano que vem vai seu muito mais, ou melhor, neste ano de 2018. Então, haverá um dado momento, que você não tem mais como pagar aposentado e até muitas vezes servidores públicos.

Por isso é que nós estamos fazendo uma reforma da Previdência, Mário, me permita dizer, que não atinge os mais pobres. Vamos tomar o caso dos trabalhadores rurais. Os trabalhadores rurais estão inteiramente excluídos, tudo continua como antes. Vamos pegar o caso, Mário, daquele benefício de prestação continuada, que pega os deficientes físicos, pega aqueles mais pobres que começam a trabalhar muito cedo, e que muitas vezes, Mário, tem uma interrupção nas suas contribuições e não conseguem atingir o número necessário de contribuições previdenciárias. Então, o que acontece com ele? Ele vai até os 65 anos e precisa completar os 35 anos de contribuição. Ora bem, nós primeiro excluímos os deficientes físicos, não os alcança, e em segundo lugar, diminuímos o tempo de contribuição para 15 anos.

Portanto, aqueles trabalhadores mais pobres, que ganham um salário mínimo, que trabalha até os 65, talvez possa aposentar-se com 55, 56 anos. De modo que só tem vantagem para os mais pobres. Bom, e a partir daí, Mário, até aproveito os seus ouvintes, e a você mesmo, para dizer aos nossos deputados, eles, na verdade, eles fazem ecoar, eles transmitem aquilo que o povo pensa. Se o povo tiver convencido de que a reforma é importante, isto vai influenciar os nossos colegas e amigos parlamentares, deputados e senadores, que poderão votar a Previdência. Por isso, respondendo objetivamente a você, eu acho que nós vamos conseguir votar agora em fevereiro e, portanto, até o mês de março, nós teríamos, penso eu, liquidado a questão da Previdência e trazendo, Mário, um benefício extraordinário para o País.

 

Jornalista: Presidente, é desde o princípio que o senhor assumiu a Presidência, o senhor deixou claro de que o seu tempo seria curto na Presidência e que o seu objetivo seria buscar reformas que no seu entender são fundamentais para o País. O senhor considera ter atingido maior parte de suas metas?

 

Presidente: Considero, viu, Mário? Você sabe, vou dizer a você, em palavras muito simples, para todos entenderem. Nós estabelecemos um chamado teto dos gastos públicos. O que significa isso? Você não pode gastar mais do que aquilo que arrecada. Assim como na sua casa, se você começa a gastar mais do que aquilo que você ganha por mês, você vai ter um débito que vai aumentando, aumentando, e um dia destrói a sua vida. Nós fizemos uma reforma do ensino médio que há mais de 20 anos era desejada por todos. E, na verdade, nós fizemos uma reforma que hoje coloca, abre, melhor dizendo, 500 mil vagas por ensino em tempo integral. Quer dizer, o aluno vai para a escola, fica o dia todo lá. Você vê que tem até, além do aprendizado, tem uma questão social, ele se alimenta na própria escola.

Nós fizemos a repactuação da dívida dos estados. Pode perguntar aí na Bahia, para o nosso governador e a todos, há muito tempo se imaginava uma revisão da dívida dos estados com a União. E nós assim que assumimos, nós chamamos os governadores, acertamos com eles, e fizemos um novo acerto do pagamento da dívida. Só para você ter uma ideia, nos primeiros seis meses desse acerto, os estados deixaram de pagar qualquer coisa para União. Puderam, portanto, investir nos seus estados. Fizemos o mesmo com os municípios, no tocante aos débitos com a Previdência Social. Arrumamos dinheiro em 2016, nós botamos, Mário, R$ 2 bilhões, ou melhor, quase R$ 2 bilhões, porque era a divisão da multa da repatriação, para os municípios fecharem seus balanços. E agora, ainda eu prometi, e estou cumprindo, uma verba de 2 bilhões para os municípios também serem ajudados nos seus balanços. Eu até ontem falava com o senador Eunício, que é presidente do Congresso, e o presidente Rodrigo Maia, para nós aprovarmos logo um projeto de lei, que eu estou mandando segunda feira, para formalizar o pagamento desses 2 bilhões aos municípios. Então, a questão das estatais, Mário, nós, você sabe que eu que assinei, eu que sancionei aquele projeto que permite, digamos assim, a moralização das empresas estatais. E isso está sendo aplicado. Enfim, eu acho se eu fechar com a Previdência e depois, quero dizer a você também, uma certa simplificação tributária, porque os investimentos vêm também, quando você desburocratiza o sistema tributário, eu acho que terei feito seis, sete reformas, que são  fundamentais para o País, confesso a você, em um ano e oito meses. E veja, nós não estamos falando de um governo de quatro anos, oito anos, estamos falando de um governo curto. E muita gente ficou quatro, oito anos, e não teve, digamos assim, como fazer essas reformas fundamentais para o País.

E tudo isso, Mário, se me permite, é visando o combate ao desemprego, que é uma chaga para nosso sistema. Eu sei como é isso, aqueles que estão nos ouvindo, alguns talvez estejam empregados, outros estejam desempregados, mas eu só quero dizer a você que nesse período, nós abrimos nos quatro meses anteriores 1 milhão e 400 mil novos postos de trabalho. Ou seja, a confiança no País, a confiança dos investimentos está aumentando e por isso que eu falo, até com muita alegria, viu, Mário? Até com entusiasmo, daquilo que nós estamos fazendo em brevíssimo período.

 

Jornalista: Presidente, apesar disso tudo o senhor tem sofrido uma oposição muito forte, não é?

 

Presidente: É verdade.

 

Jornalista: E no próprio Congresso, o senhor que é um congressista extremamente hábil e que conhece como funciona essa Casa, sendo presidente dela várias vezes, mesmo assim com toda sua paciência, com toda sua capacidade de dialogar, a oposição não lhe deixa em paz, e até aqueles episódios lá do Ministério Público, também, causaram muito tumulto no seu governo, não foi, presidente?

 

Presidente: É verdade, Mário. Agora você sabe que eu vejo, é interessante, viu, Mário, a gente tem um sentimento democrático muito acentuado, tem que compreender a oposição. Porque, olhe, você disse bem, eu fui presidente da Câmara dos Deputados três vezes. Algumas vezes em um determinado governo, outras vezes em outro governo. Então, eu via que a oposição, num ou em outro governo, agia da mesma maneira, ela se opunha ao governo. O que, ao meu modo de ver, é um equívoco, mas um equívoco porque já está, digamos assim, sacramentado. Eu olho a oposição, tem que compreender. Eles fazem barulho, se opõem, e você tem razão, não foi fácil passar, especialmente os primeiros meses, porque a oposição era feroz. A oposição quase, digamos assim, quase física, e nós tivemos que enfrentar isso.

Depois enfrentamos aquela questão das denúncias, não é. E eu confesso a você, se você me permite, vou usar os seus microfones aí, para me dirigir a todos os ouvintes da Bahia, e de outros estados, para dizer: este ano eu não vou mais tolerar isso que começaram dizer de mim, que eu me meto em falcatruas, etc, etc. Estou combatendo isso, até por uma razão, viu, Mário? Você falou que eu tenho paciência, eu tenho mesmo. Eu esperei sete, oito meses, para que aqueles que me acusaram fossem desmoralizados. Estão na cadeia. Você sabe disso. Estão na cadeia. E os que não estão na cadeia, estão desmoralizados pelos vários documentos e depoimentos que vieram depois.

Então, eu digo a você, e estou pedindo licença a você para dizer isso pelos seus microfones, para dizer: olha aqui, eu este ano, este primeiro semestre, não vou tolerar mais essas acusações, porque elas são falsas, estão sendo desmentidas pelos fatos e por documentos e, lamentavelmente, eu fui vítima disso. Agora, eu digo a você, quando houve, por exemplo, a apreciação dessa denúncia em que nós fomos vitoriosos, na Câmara dos Deputados, havia uma única pessoa em frente ao Congresso Nacional, para pedir a minha saída?

Olhe, Mário, e aos nossos queridos ouvintes, podem pegar as fotos daquele dia, não tem uma pessoa na frente do Congresso Nacional, pedindo a saída do governo. Isso me dá, na verdade uma grande satisfação.

 

Jornalista: Presidente, nós estamos chegando também em um ano decisivo, que é um ano eleitoral. Tivemos a condenação aí em segunda instância do presidente Lula, o senhor acha que, por exemplo, ele é uma carta fora do baralho, que perdeu força, não tem condições de ter qualquer tipo de influência nessa próxima eleição?

 

Presidente: Olhe, Mário, eu, aí são duas, se você me permite, são duas vertentes. Uma delas é o ângulo jurídico, você sabe que eu são da área jurídica, não é? Mas eu não dou um palpite sobre a decisão judicial porque eu estaria invadindo a competência de outro poder. E eu sou muito consciente da necessidade de que um poder não invada a competência do outro poder. Este é um aspecto jurídico. Agora sobre o foco político, eu confesso a você que se ele pudesse ter participado das eleições, não sei se poderá, eu acho que a derrota dele politicamente seria mais útil do que uma derrota simplesmente de natureza judicial. Ele tem prestígio, não posso deixar de dizer isso. Perdeu muito do prestígio, em fase de todos esses acontecimentos. Agora, digo eu, se ele pudesse participar, não houvesse impedimento, e fosse derrotado, não estou propondo a vitória dele, fosse derrotado, eu acho que politicamente seria adequado.

 

Jornalista: Presidente, o senhor falou aí de interferência de um poder em outro. A interferência do Poder Judiciário, na sua decisão de nomear a ministra do Trabalho, não seria então interferência indevida no seu modo de ver?

 

Presidente: Olhe, Mário, eu posso dizer isso, tranquilamente, porque ainda estamos agora falando sobre um foco exclusivamente jurídico. O quê que a Advocacia Geral da União está fazendo? Está debatendo com fundamento no texto constitucional. O quê que a Constituição brasileira, que é a maior das leis, estabelece? Diz assim: é competência privativa do presidente da República, número 1, nomear seus ministros. O quê que é, como a Constituição não tem palavras inúteis, Mário, quando diz privativa, significa que priva outrem da prática daquele ato, ou seja, quem pode praticar aquele ato é só o presidente da República. Houve dúvidas, não é, Mário, de natureza interpretativa, você sabe que houve cinco ações populares, propostas no Rio de Janeiro, quatro juízes negaram a liminar, portanto acolheram a tese da privatividade, a competência do presidente. Um apenas deu a liminar. Isto correu os tribunais, o Superior Tribunal de Justiça cassou essa liminar, mas houve uma reclamação ao Supremo Tribunal Federal, e a reclamação é uma coisa que diz respeito a competência, não diz respeito ao mérito, ou seja, foram lá reclamar, e dizer: olha, a competência não era do Superior Tribunal de Justiça, mas do Supremo. E a senhora presidente, que é uma constitucionalista da melhor qualificação, constitucionalista há muito tempo, a ministra Cármem Lúcia, ela está examinando esses aspectos. Eu vou, serenamente, aguardar a decisão do Judiciário. Evidentemente, se o Judiciário, ao final, disser: olhe, não pode nomear. Juridicamente essa tese foi combatida e por isso que eu estou tomando a liberdade de sustentá-la. Juridicamente foi combatida, agora, eu também, volto a dizer, eu sou muito atento à separação de competências. Se o Supremo, que tem  a última palavra, disser que não pode, paciência, nós acolheremos essa matéria. Eu espero que não aconteça, mas se acontecer, paciência.

 

Jornalista: Presidente, e nessa próxima eleição? O senhor acha, o senhor pretende ter um candidato, o senhor tem simpatia por algum candidato? Está trabalhando, conversando com alguém? Tem até o seu ministro da Fazenda, por exemplo, outro dia entrevistei ele aqui, Henrique Meirelles. Ele mostra a vontade de ser candidato à Presidência da República. O senhor vai participar da campanha de alguma forma?

 

Presidente: Olhe, Mário, nós podemos ajustar uma fórmula que é a seguinte: vamos fazer um programa, eu e você, no final de maio, começo de junho, daí eu respondo a você quem é o candidato. Nesse momento, olhe, o Henrique Meirelles tem a melhor qualificação, mas eu não quero avançar o sinal nesse momento. Mas a apenas posso dizer uma coisa a você, viu, Mário. Interessante, ontem, eu estava em Rio Verde, aqui no Goiás, lançando um programa de financiamento da agricultura, do agronegócio, o Banco do Brasil está colocando R$ 12 bilhões para financiamento do agronegócio, e lá eu disse uma coisa curiosa, depois de ouvir alguns discursos. Eu disse: olhe, se houver um candidato que queira criticar o governo, ele vai ter que dizer o seguinte: olha aqui, eu sou contra o teto de gastos, porque eu quero gastar à vontade. Eu sou contra a reforma do ensino médio, porque eu quero aquele ensino anacrônico, superado, antiquado que havia no passado. Eu não quero a modernização trabalhista, porque eu não quero esse um milhão e 400 mil novos postos de trabalho. Eu sou contra essa inflação ridícula de 2.95, eu quero uma inflação de 10.28. Eu sou contra esses juros ridículos de 7%, eu quero 14,25. Eu sou contra a moralização das estatais. Esse vai ter que ser o discurso da oposição, viu, Mário. Estou brincando um pouco com você, mas na verdade, é a realidade.

 

Jornalista: E vamos ver quem é que vai ter coragem de fazer isso. Presidente, o senhor teve aí, até pouco tempo, um grande ministro aí, nosso ex-prefeito Antônio Imbassahy, que é seu admirador fechado, não é?

 

Presidente: E olhe, vou dizer a você, foi um grande ministro, revelou-se uma competência que já tinha. Revelou-se de uma competência, mais que competência, Mário, uma lealdade, e fez com que nós nos tornássemos amigos pessoais. Porque muitas vezes você tem ministros, mas você não se aproxima tanto. O Imbassahy e eu fizemos uma relação pessoal e administrativa muito eficiente e muito competente. E graças a ele também e aos meus ministros todos que nós estamos chegando até este ponto muito positivo do governo brasileiro. Especialmente, se você me permite, preocupado com o povo brasileiro, que são os ouvintes que estão nos ouvindo. Eles verão que ao final do meu governo, e logo depois, eu acho que sem nenhuma pretensão, viu, Mário, a história vai reconhecer o que foi feito no nosso governo.

 

Jornalista: Agora, eu vejo, inclusive, aqui na Bahia, alguns líderes do Partido Democrata, que teve, está, no seu governo até hoje, achando que está na hora de cair fora do governo. Aquela coisa, assim, da visão eleitoreira: porque eu não quero pegar o desgaste que o governo possa ter com reforma essa, com aquela, com essa acusação, com aquilo. Esse desembarcar do governo, pessoas que ficaram e que ajudaram até o senhor chegar ao governo, como é que o senhor vê isso?

 

Presidente: Olhe, eu acho que mais uma vez, eu vejo primeiro com muita naturalidade essas coisas. Nós temos muita estrada, Mário. Então, eu sei como são essas coisas. Agora, eu não sei que desgaste eles terão, na medida que eles possam dizer que nós estamos recuperando o emprego, que nós estamos, olha aqui, convenhamos, a Bolsa, o Ibovespa, a Bolsa atingiu 85.860 pontos. Você qual era...isso significa, eu digo isso para os nossos ouvintes, para dizer que isso é uma mensagem de credibilidade, de confiança para no País. Porque o pico das bolsas no geral era 66 mil pontos, 68 mil pontos, nós atingimos 85.800 pontos. O risco-país,  que é uma questão de como os estrangeiros nos veem, caiu de 500 e poucos pontos, para 200 pontos.

A própria nota de crédito, a tal nota de crédito, que caiu, etc, a nota de crédito, ela leva em conta, só para os nossos ouvintes entenderem, o que vai acontecer no País. Então, eles disseram assim: Ah, talvez a reforma da Previdência não seja aprovada e por isso nós temos que modificar a nota do País. Então, digo eu, se nós aprovarmos a reforma da Previdência, aqui é uma questão de confiança, nós recuperamos a nota também de crédito, mas em nenhum momento, olha o Mário, eu estive em Davos agora, tive encontro com 15, 16 empresários, presidentes de empresas, mais autoridades estrangeiras, o entusiasmo com o nosso País é uma coisa extraordinária.

Então, quando, os nossos amigos democratas, que me apoiaram e me apoiam muito, sempre me deram muita sustentação, eles podem certamente dizer: olhe, nós vamos é desfrutar dos bons frutos do governo. Porque às vezes as pessoas, se você me permite aqui a expressão livre, “não vão com a minha cara”. Sempre dizem: “esse Temer, eu não vou com a cara dele”. Aí, tudo bem, não tem problema nenhum, o problema é analisar, viu, Mário, analisar o que é que está sendo feito, vamos analisar friamente. E nós pegamos uma recessão medonha, uma recessão extraordinária. O País estava à beira do colapso. E nós estamos recuperando pouco a pouco, de modo que esses Democratas estão conosco até o final.

 

Jornalista: Presidente, e sua saúde como é que está?

 

Presidente: Graças a Deus, viu, Mário? Você sabe que.., interessante, eu coloque uns stents na artéria, quando você chega em uma certa idade...

 

Jornalista: Eu mesmo já coloquei cinco!

 

Presidente: Puxa vida, eu espero não alcançar você.

 

Jornalista: Não, não vai não. Vai não.

 

Presidente: Mas, olhe, você sabe, então você tem essa experiência. Você sabe que a sua qualidade de vida melhora? Você veja o entusiasmo que eu estou falando com você. No passado eu tinha um certo mal-estar generalizado, entendeu, hoje não tenho mais. Vamos em frente. Vamos em frente.  

 

Jornalista: Tá tudo vascularizado, sangue correndo, e com esse entusiasmo aí de quem vai até o dia 31 de dezembro entregar o País em condições melhores, muito melhores do que recebeu, não é presidente?

 

Presidente: Se Deus quiser viu, se Deus quiser. Eu quero, se você me permite, deixar uma mensagem para o povo baiano. Você sabe que nós estamos investindo milhões de reais na Bahia. Só para citar um brevíssimo exemplo o caso do metrô de Salvador. Nós temos grandes investimentos aí no metrô de Salvador, que é para facilitar a mobilidade, facilitar a  vida das pessoas, nós temos grandes investimentos. E outros tantos que estão sendo feitos aí na Bahia, porque também não esquecemos que o Brasil é uma Federação e, portanto, muitas e muitas vezes, o estado e o município precisam do apoio da União Federal. Mas estamos presentes, viu, Mário?

 

Jornalista: Muito bem Presidente, então fica aí marcado o compromisso para o princípio de maio, mais ou menos, para o senhor dizer o seu candidato em um outro bate papo, desse tipo tranquilo, bem humorado, não é isso?

 

Presidente: Isso. Isso se você não me convidar antes para uma nova conversa. Está bom? Um abraço, viu, Mário?

 

Jornalista: Um grande abraço. Foi um prazer conversar com o senhor.

 

Presidente: Obrigado. 

 

Ouça a íntegra da entrevista (24min56s) do presidente.

registrado em: