29-10-2013 - Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante cerimônia de inauguração conjunta da Linha de 500 kV entre Villa Hayes e a subestação de energia da margem direita de Itaipu Binacional - Hernandárias/Paraguai
Hernandárias-Paraguai, 29 de outubro de 2013
Excelentíssimo senhor Horacio Cartes, presidente da República do Paraguai,
Senhor Juan Afara, vice-presidente do Paraguai,
Senhor Julio César Velázquez, presidente do Congresso Nacional do Paraguai,
Senhor Antonio Fretes, presidente da Corte Suprema de Justiça do Paraguai,
Senhor Juan Bartolomé Ramírez, presidente da Câmara dos Deputados,
Senhoras e senhores ministros de Estado e integrantes das delegações do Paraguai e do Brasil,
Senhor Victor Raúl Romero Solís, presidente da Administração Nacional de Eletricidade do Paraguai – ANDE,
Senhor Jaime Spalding e senhor Jorge Miguel Samek, diretores-gerais da Itaipu Binacional, respectivamente, do Paraguai e do Brasil,
Senhoras e senhores jornalistas, senhoras e senhores fotógrafos e cinegrafistas,
Com grande alegria retorno ao Paraguai para, em companhia do presidente Cartes, inaugurar o terceiro maior projeto de infraestrutura, depois de Itaipu e Yacyretá, da história do Paraguai. Esta linha de transmissão de alta tensão, que conecta Itaipu à ViIla Hayes marca o início de uma nova etapa do desenvolvimento deste querido vizinho do Brasil, o Paraguai. A um custo aproximado de US$ 550 milhões, este é o maior projeto já realizado com recursos do Focem, o nosso querido Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul, reforçado por contribuições voluntárias do meu país. Contou ainda com aportes da ANDE paraguaia e de Itaipu Binacional.
Esta linha de transmissão cobrirá, como disseram os presidentes de Itaipu Binacional, cobrirá mais de 25% da demanda por eletricidade do Paraguai e terá, sem dúvida, papel de indutora do processo de industrialização. Uma energia limpa, uma energia renovável, produzida por uma das maiores usinas de geração de energia elétrica do Planeta, e que necessitava dessa interligação para garantir a internacionalização dessa energia no Paraguai. Empresas brasileiras aumentarão seu interesse em investir no Paraguai. Empresas latino-americanas farão o mesmo. O aumento desses investimentos promoverá uma aceleração virtuosa dos fluxos de comércio entre nossos países e em toda a região. As empresas, brasileiras e paraguaias, que se instalarão ao longo da linha de transmissão gerarão empregos, pagarão impostos, aumentarão a renda disponível, concorrendo para o desenvolvimento diversificado do país e de toda a região. Será, assim, potencializada ainda mais a taxa de crescimento econômico expressiva do Paraguai em 2013. Sem dúvida, tudo indica, a maior da América do Sul.
Essa impressionante obra, presidente Cartes, deve servir ao objetivo de integração das nossas cadeias produtivas, que é a forma mais equilibrada de integração nesta região, beneficiando nossos povos, levando ao desenvolvimento, à geração de empregos e também à melhoria das condições de vida aqui na região.
Isso é prova de que o Mercosul está forte e não se limita ao comércio, mas promove o desenvolvimento buscando a superação das assimetrias entre os países da região. O Focem é a expressão desse compromisso solidário, desse compromisso que busca, justamente, superar essas assimetrias, que são perversas.
Na nova América do Sul que estamos construindo, é preciso conceber as relações entre os países, a relação entre o Brasil e o Paraguai, entre nós e nossos vizinhos, como parte de um projeto maior. Nossas economias são e serão, cada vez mais, interdependentes. Devemos complementar nossa ação bilateral com iniciativas estruturadas em âmbito regional. Cabe ao Mercosul e à Unasul alavancar o potencial de desenvolvimento de nossos países para estabelecer um mercado ampliado, para garantir marcos regulatórios comuns, para criar condições de desenvolvimento em todos os países, em uma relação de ganha-ganha, que é crucial para a estabilidade da região.
Com essa visão de integração Sul-Sul, baseada não na exploração de uns pelos outros, mas baseada no interesse recíproco, na responsabilidade compartilhada e na integração de nossos países, é que alcançaremos nosso objetivo maior, nosso objetivo conjunto: a promoção do desenvolvimento social e a melhoria da qualidade de vida de nossas populações.
Querido amigo presidente Cartes,
Nós, que em menos de dois meses já estamos nos encontrando pela quinta vez, temos um compromisso com nossos povos. E eu queria, aqui, reafirmar o compromisso do governo brasileiro de apoiar seu governo na luta contra a pobreza. Podemos e queremos cooperar nessa área, porque o Brasil desenvolveu, nos últimos anos, uma tecnologia social que temos orgulho de transmitir a todos os países da região, em especial aos países amigos.
Conforme ressaltamos em nosso último encontro, os programas brasileiros Bolsa Família e Brasil Sem Miséria, e o programa do Paraguai Creando Oportunidades, mostram que trilhamos o mesmo caminho no tratamento da questão social. Uma forte parceria nesta área permitirá que nossos países possam reduzir ainda mais as desigualdades e construir uma nova realidade social para nossos povos.
Quero, aqui, reafirmar a nossa disposição de, através das relações bilaterais e através das relações multilaterais, no âmbito do Mercosul e da Unasul, poder iniciar a construção de várias obras de infraestrutura. Queria, em especial, nomear a segunda ponte sobre o Rio Paraná, entre Foz do Iguaçu e Presidente Franco. Esta ponte será mais do que uma ponte, um elo concreto entre nossos países, e tornará mais fluido o transporte de cargas e auxiliará no escoamento das exportações do Paraguai.
Senhor Presidente,
O Paraguai é, e sempre será, parceiro estratégico para o Brasil. O governo e o povo brasileiro desejam um Paraguai forte, próspero e respeitado. A inauguração da linha de transmissão é passo fundamental nessa direção. Conte com o firme apoio do Brasil, Senhor Presidente.
Muito obrigada.
Ouça a íntegra (09min21s) do discurso da Presidenta Dilma