27-07-2012 - Entrevista coletiva concedida pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, no hotel Ritz - Londres/Inglaterra
Londres/Inglaterra, 27 de julho de 2012
Presidenta: Bom dia! Um rápido quebra-queixo.
Jornalista: Presidente, que lições o Brasil e o governo brasileiro levam para 2016 desta Olimpíada?
Presidenta: Olha, eu tenho dito que, a cada Olimpíada, o país que recepciona a Olimpíada aprende com o anterior. Eu acho que o patamar alcançado aqui é um excepcional patamar, seja no que se refere à infraestrutura, seja no que se refere à segurança, e também nós vemos todos os desafios que é manter o trânsito funcionando em uma cidade grande do mundo, com os turistas chegando e a população também continuando a viver na cidade.
Então, eu acho que daqui nós vamos levar dois, eu acho assim... dois incentivos, é a palavra correta. Primeiro, eu acho que o legado é muito importante. Aquilo que você usa para fazer uma grande Olimpíada pode ser usado para transformar essa grande Olimpíada também em algo que o povo daquele país que recebeu a Olimpíada – aqui no caso os ingleses, nós, os brasileiros – possa usufruir de uma maneira integral, de uma maneira plena, tanto no que se refere a esportes, quanto no que se refere... transformando algumas instalações em centros educacionais, quanto transformando outras instalações de hospedagem em casas ou apartamentos de acesso ao público do país em questão.
Então, eu acho que a questão do legado aqui é uma questão muito forte, juntamente com a preocupação que aqui tiveram com a sustentabilidade, procurando edifícios sustentáveis, enfim, todo um nível de emissão baixa, e todas as questões relacionadas à sustentabilidade.
E também eu acho que dá para a gente verificar a importância de ter uma estrutura de segurança permanente. Nos caso do Brasil, nós tivemos uma experiência boa com a Rio+20. Acho que a união entre a Polícia Federal e o Exército Brasileiro, e as Forças Armadas em geral, foi muito boa, no que se refere à questão da segurança.
Jornalista: Quando um país sedia uma Olimpíada tem uma preocupação em ter uma boa performance nos jogos, não é?
Presidenta: Ah, essa é fundamental. Eu não ia falar dela.
Jornalista: Eu queria saber o que a senhora espera do desempenho dos atletas brasileiros e o que tipo de mensagem a senhora vai levar para eles hoje. E uma pergunta pessoal: tem algum esporte que a senhora particularmente gosta de acompanhar?
Presidenta: Olha, eu acho que o Brasil é muito forte, hoje, em jogos coletivos. Nós somos bons em futebol, vôlei, basquete, handebol, enfim. Sempre nos esportes coletivos a gente leva medalhas. Mas acontece que apesar de ser um time completo, você ganha uma medalha com esporte coletivo. E aí tem esportes individuais que são mais medalhados. Eu acho que o Brasil vai ter de fazer um esforço para ampliar sua presença em esportes individuais.
Jornalista: (inaudível)
Presidenta: Agora, meu esporte... sabe, a gente geralmente gosta daquilo que jogou... aquilo você absorve. Eu joguei vôlei. Então eu acompanho vôlei. Acompanho vôlei e gosto muito, muito de ver basquete, também.
Jornalista: (incompreensível)
Presidenta: Meu querido, eu não vou dizer que você vai... sabe quando? É absurdo, olha até quarenta anos atrás.
Jornalista: Presidenta, o ministro Aldo fez uma estimativa de 20 medalhas cobrando, principalmente, o incentivo que o governo federal deu nos últimos anos e o incentivo que o pacote que a senhora vai anunciar, segundo ele, um novo plano, no mês de agosto. A senhora também tem essa expectativa de vinte medalhas, pelo menos, do ministro Aldo?
Presidenta: Olha, eu acho que a minha expectativa está em aberto. Por que eu acho? Porque eu acho que o desafio é a gente, numa Olimpíada, buscar o maior número possível. Eu entendo que o ministro Aldo tenha de colocar suas metas. O que que eu acho que é importante que nós estamos fazendo um grande esforço. Um, o Bolsa Atleta é importante. Porque ajuda os atletas a terem uma profissionalização mais tranquila. Porque, agora, o Bolsa Atleta pode ser pago junto com o patrocínio. O que dá um suporte de segurança mínima para aquele atleta.
Acho que o Brasil precisa de incentivar o atletismo e o esporte no nascedouro. Onde? Nas escolas. É onde estão as crianças e os adolescentes. Por isso nós fizemos aquele programa de cobertura de quadras. Cobrir as quadras esportivas que não estão cobertas e construir quadras cobertas nas escolas de forma a ter dez mil quadras. Se eu não me engano e se eu não estou trocando os números, nós cobriremos seis mil e construiremos quatro mil novas. Estou falando, aqui, de memória. Isso é importante porquê? Porque é lá na escola, lá no início. E aí é importante a divulgação dos Jogos Olímpicos, é importante as Copas do Mundo, porque elas atraem os jovens e as crianças para perceber a importância que os adultos dão ao esporte, porque também tem isso, é nossa a importância que a gente atribui, a importância que existe para uma criança e para um jovem ter acesso a uma competição sadia. E eu não vou falar todos aqueles efeitos, que é tirar a criança das ruas, é garantir que haja um local de uso muito virtuoso da energia que todo jovem e toda criança tem. Por isso, para mim, a Olimpíada e a Copa do Mundo – que são as duas coisas que nós vamos sediar -, elas têm um papel não só importante do ponto de vista econômico – que a gente fala muito nisso -, mas, sobretudo, eu acho como uma forma de ampliar, no Brasil, a presença do esporte nas faixas da população, que são aquelas que vão garantir hoje a medalha do futuro. É isso que nós temos de fazer agora.
Jornalista: A senhora vai assistir a algum jogo no sábado, a senhora tem uma (incompreensível), gostaria de ir ver alguma coisa (incompreensível)?
Presidenta: Olha, eu vou te dizer uma coisa: você sabe que eu gosto muito de assistir pela televisão, não é? Porque, pode saber, vocês podem ter uns olhos assim muito agudos, mas o meu não é muito agudo, nunca foi porque eu sempre fui míope. Então, eu sempre prefiro ver de perto, e eu vejo mais de perto pela televisão. Então, eu não irei assistir em campo por que eu não enxergo direito. Eu tenho de levar um binóculo. Hoje, eu vou assistir à abertura com um binóculo um pouco ruim para ver se eu enxergo direitinho o que está acontecendo.
Jornalista: Só uma coisa... a senhora colocou (incompreensível) segurança, como por exemplo de Londres. Qual é a discussão no Brasil se (incompreensível), como a discussão no Brasil ainda se quem comanda a segurança da Olimpíada vai ser o Ministério da Defesa ou a coordenação é assumida pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça. Já foi batido o martelo qual dos dois ministérios que vai fazer a segurança?
Presidenta: Não, eu posso te dizer uma coisa e garanti-la para você: os dois participarão da segurança. Nós não ainda equacionamos toda a questão de como é que será a segurança, por exemplo, da Copa, porque vão ser em 12 cidades, nem tampouco da Olimpíada. Agora, nós temos já uma boa experiência na Rio+20. Como é que vai ser, ainda nós vamos divulgar.
Jornalista: Presidenta, qual o maior desafio, no Brasil, para o Rio 2016?
Presidenta: Qual o maior desafio? Então, eu vou falar de dois. Eu acho que os dois maiores desafios para a Olimpíada de [20]16 são a gente ter o maior número possível de atletas participando da Olimpíada. E o segundo maior desafio é fazer uma Olimpíada absolutamente perfeita, é o que nós queremos. Desafio é isso: você coloca a meta e corre atrás para conseguir.
Jornalista: Presidente, esse plano, em agosto, que o ministro Aldo falou que a senhora vai anunciar, de quanto é o incentivo?
Presidenta: Se eu te falasse, eu estava anunciando em hoje, e nós estamos em julho.
Jornalista: E a senhora não pode antecipar nada (incompreensível)?
Presidenta: Muito vivo da sua parte, mas...
Jornalista: E sobre a Síria? (incompreensível)
Presidenta: Olha, nós temos uma posição muito clara de repúdio às violências praticadas na Síria, e temos manifestado esse repúdio. Também achamos que você não tem uma solução simples na Síria. Achamos e sempre apoiamos as iniciativas das Nações Unidas, em especial a ida do Kofi Annan e todas as tentativas sérias do Kofi Annan de construir a paz.
Achamos importante que todos os integrantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas tenham uma posição comum no sentido de construir a paz na Síria. Não é um fato fácil, e nós também não achamos que os instrumentos até agora utilizados nos outros países, quais sejam a invasão do Irã e do... aliás, a invasão do Iraque e do Afeganistão resolvam qualquer problema, seja na Síria, ou seja no Irã, seja em qualquer outro país, porque está provado que não dá certo.
Então, o que nós temos de construir em conjunto, todas as nações do mundo, é um caminho diferente, em que a paz seja obtida por meios diplomáticos, mas por meios diplomáticos muito efetivos, e partir de consenso criado dentro do Conselho de Segurança.
Jornalista: O Brasil aceitaria discutir alguma sanção?
Presidenta: Olha, nós estamos abertos para qualquer discussão a respeito. Agora, ninguém vai aqui discutir em tese. Vamos discutir as propostas concretas. Não se faz uma discussão dessa seriedade em tese.
Jornalista: Presidente, os jornais dizem hoje que, depois das teles, o governo federal vai mirar agora as montadoras que prometeram manter os empregos (incompreensível) em relação à redução do IPI. O que a senhora poderia comentar?
Presidenta: Olha, em relação àqueles que obtiveram – em qualquer tempo, não é depois, em qualquer tempo -, nós damos incentivos fiscais e financeiros, e queremos um retorno para o país inteiro, não é para o governo, a manutenção do emprego. Então, permanentemente, nós estamos olhando isso. Não há uma cronologia. Na medida que acontecem esses incentivos é absolutamente justo que o governo acompanhe o desempenho do emprego. Aliás, nós só damos incentivo, e fazemos toda uma política anticíclica voltada para o crescimento para garantir o emprego, não é por outra coisa.
Jornalista: Ou seja, as montadoras têm que...
Presidenta: São todos, não são só as montadoras, todos os setores que receberem incentivos do governo têm de saber que nós fazemos isso por um único motivo no mundo: garantir o emprego e a renda do povo brasileiro.
Jornalista: Tem retorno?
Presidenta: Acho que tem. Inclusive quando a gente olha o desempenho... no Brasil, eu acredito que nós iremos, nos próximos meses, crescer a uma taxa maior, mas, mesmo hoje, nós estamos segurando um nível de crescimento que é bastante significativo considerando a situação internacional. Nós iremos, no mês de agosto e num pedaço de setembro, tomar algumas medidas. Continuando o nosso programa (incompreensível). Nós estamos muito preocupados em reduzir o custo do país. Isso significa que nós estamos focando... inclusive, a imprensa, vocês já até noticiaram. Nós estamos focando na questão da energia elétrica, aproveitando o fato de que uma parte das hidrelétricas do nosso país, nós todos, brasileiros, pagamos essas hidrelétricas. Então, elas estão amortizadas. Nós queremos devolver isso através de uma redução do custo da energia. Isso é uma questão. A segunda questão, o governo vai fazer uma política de investimentos na área de portos, aeroportos, ferrovias, rodovias. E essa política também vai ser expressa tanto através de concessão como outros marcos regulatórios: PPPs, etc.
Jornalista: (incompreensível)
Presidenta: Como?
Jornalista? (incompreensível)
Presidenta: A gente espera divulgação. Eu não vou antecipar, aqui, nenhuma medida porque... Por que eu não vou? Não é porque eu estou fazendo segredo, não. É porque a gente está acertando, daí vai que aconteça alguma coisa e aquela medida específica não ocorra, vai ficar muito ruim para mim e para quem, também, divulgou. Então, vamos esperar.
E a terceira coisa, também, nós estamos fazendo uma avaliação sobre as possibilidades, mais possibilidades de desoneração tributária.
Jornalista: (incompreensível)
Presidenta: Aí, em geral.
Jornalista: Sobre a conversa que a senhora teve com o premier britânico a situação sobre crise econômica. Dá para... sobre a avaliação que vocês tiveram (incompreensível)
Jornalista: Posso emendar com a pergunta dela? A senhora chegou no dia em que foi anunciado um dado muito ruim da Inglaterra, né: que a recessão se aprofundou. Será que isso pode prejudicar a economia brasileira (incompreensível)?
Presidenta: Olha, eu acho que o Brasil não é uma ilha. Todos os países do Brics eles vêm sendo afetados, a gente vê eles sendo afetados pela crise: redução do crescimento da China impactou no Brasil, impactou na Índia, impactou na África do Sul. Não há um país que possa passar uma crise dessa sem sofrer algumas conseqüências.
A diferença do Brasil no caso do Reino Unido, é que nós temos uma situação fiscal, uma situação financeira, bancária diferenciada. O Brasil fez seu dever de casa, até porque aprendeu. Vamos lembrar que no Brasil nós tivemos uma crise de dívida soberana que durou quase 20 anos – começou em [19]82, com a crise da dívida no Brasil, e nós fomos sair dela no início do século XXI.
Depois, nós conseguimos também... vocês lembram também da crise bancária brasileira. Nós também temos hoje um sistema financeiro com um nível de exigência de capital muito maior e bastante sólido. E o Brasil tem um processo que eu acho muito importante, que é um processo de distribuição de renda, em que nós elevamos para a classe média uma Argentina, em dez anos. E estamos continuando a elevar mais e mais pessoas à classe média. Então, nós estamos criando, à medida que nos desenvolvemos, nós estamos ampliando e criando um mercado consumidor.
E aí, é muito importante o que vem acontecendo no Brasil: sem turbulência, sem nenhuma medida arbitrária, nós estamos melhorando o nosso mix de política econômica, tanto no que refere a uma redução dos juros como a uma estabilização do câmbio em um patamar de não supervalorização do Real.
Então, nós estamos com uma política cambial e uma política monetária e de juros que é de grande estabilidade e de grande consequência para o futuro, porque vai criar, inexoravelmente, um círculo virtuoso no país. Nós temos uma redução do custo de capital, que é isso que é juro menor: é redução do custo do capital, do custo de investimento.
Nós não estamos querendo um país que seja compatível com a sua situação? Então, isso é um elemento importante. Não significa que o juro não vai subir e descer, subir e descer. Só que ele subirá e descerá em patamares absolutamente diferentes dos do passado, onde a gente chegou a ter juros de 27%, o que é, de fato, algo extremamente pesado para se carregar, uma economia carregar.
Então, eu acho que o país está inclusive aproveitando essa oportunidade que nós temos de redefinir as condições de crescimento econômico. Nós temos certeza que estamos num caminho de estabilidade. Com a inflação sobre controle, nós vamos fazer tudo isso mantendo a solidez fiscal, mantendo a inflação sobre controle e continuando as nossas políticas sociais, que são essenciais para o nosso país.
Outro dia, inclusive, vocês acharam... eu escutei, fiquei quieta, falei: bom, quem sabe não sou eu a errada, né. Eu falei numa reunião da Conferência de Crianças e Adolescentes que um país tem que ser medido pelo que faz para os seus jovens e para suas crianças. Eu mantenho. O PIB só tem sentido por isso. O PIB, não é um fim em si. O fim, em si, é, as condições de vida das crianças, dos adolescentes e da população brasileira. Como conseguí-lo? Tem de crescer a economia, tem de gerar emprego, sobretudo, tem de garantir que haja riqueza para distribuir. Como é que tem riqueza para distribuir? Crescendo o PIB. Sinto que não ficou muito claro naquele momento.
Mas é isso. Não tem como distribuir riquezas sem tê-las. E nós sabemos isso na carne. Porque foi isso que nós fizemos, e aí eu estou falando nós, incluindo o Lula, a quem eu tive a honra de servir como ministra-chefe da Casa Civil.
Então, quando nós fizemos isso foi com a conciência de que o país precisava crescer e distribuir renda.
Jornalista: E a Saúde (incompreensível).
Presidenta: Isso é um dos problemas mais graves que nós temos de resolver: Saúde e Educação. Por que? Vocês vejam como é engraçado: nós somos responsáveis por ter levado 40 milhões para a classe média. Quando você eleva uma pessoa à classe média, ela passa a ter um nível de exigência crítica cada vez maior. Porque você vira consumidor, você vira um consumidor... todo consumidor é crítico. Tem de ser crítico. Ele consome, ele escolhe, ele vai e aí que está a questão: o Sistema Único de Saúde tem de atender a esse conjunto da população. Porque antes era assim: os ricos eram atendidos pelo sistema privado e, os muito pobres, pelo Sistema Único de Saúde. Progressivamente, o Sistema Único de Saúde tenderá a ser o sistema da classe média brasileira. E esse Sistema vai ter de responder à classe média. Por isso que nós temos feito algumas mexidas nele. Primeira grande mexida no SUS é completar a cadeia. Tinha os postos de saúde e o hospital, e no meio, nada. Então, se colocou o Samu. O Samu é para quê? Para levar as pessoas para onde elas podem ser tratadas. Se criou aquele UPA 24 horas. Para que se cria o UPA 24 horas? Para garantir que a pessoa que tiver alguma emergência ou uma urgência, ela tenha para onde ir. Não precisa, necessariamente, ir todo mundo para o hospital, porque aí você tem fila nos hospitais, você tem mau tratamento nos hospitais, porque dá o quê? Congestionamento.
O que a UPA faz? A UPA, dos 100, vamos supor, a média é a seguinte: de 100 pessoas que chegam à UPA, 97 são atendidas e seu problema resolvido na UPA – 3 % vai para o hospital. Então, completar o SUS é muito importante.
Outra questão que todas as pesquisas, se você pegar uma pesquisa nessa área todo mundo vai queixar, é o atendimento do médico. O Brasil está fazendo um esforço para expandir a quantidade de médicos que ficarão disponíveis para a população. É a qualidade do atendimento dos hospitais.
Nós fizemos um acordo com os hospitais privados de excelência, tanto os de São Paulo, de Porto Alegre, do Rio, para que esse conjunto de hospitais de excelência nos dê suporte para melhorar os 40 principais hospitais da rede pública do país, espalhados pelo Brasil todo.
E outros programas que aí eu não vou ficar falando aqui, e vocês me olhando com uma cara de que “eu quero perguntar e ela não deixa”.
________: A última, tá? Só a última.
Jornalista: (incompreensível) ontem deu entrevista dizendo que a senhora pediu a ele, na reunião, lá na Record, para o PRB, em São Paulo, não fazer acordos com partidos que não sejam da base do governo.
Presidenta: Olha, eu acho que nós, primeiro, não estávamos discutindo isso. Foi comentado e eu brinquei com ele. Eu não faço nenhum pedido nesse sentido, ele faça acordo com ele quem achar que deve.
Jornalista: E brincou em que sentido?
Presidenta: Que ele me disse que estava fazendo... ele introduziu a questão dizendo que ele preferia fazer acordo com os partidos da minha base. Eu falei: “Ótimo, você não faça acordo com a oposição.” E ri para ele. Uma conversa absolutamente, diríamos assim, fora do contexto. Era uma brincadeira. Ele pode fazer... por que eu... ora, vem aqui... por que eu tenho de discutir quem é que faz aliança com quem?
_________: Gente, tchau. Tchau para vocês.
Jornalista: Presidente a senhora disse que o Brasil vai crescer mais nos próximos meses. Vai crescer quanto? Tem alguma previsão?
Presidenta: Não, querido. Eu não faço esse tipo de previsão porque, se crescer diferente do que eu te disser 0,5%, vou te contar o que você vai fazer comigo. Você vai chegar para mim e falar assim: “Presidente, você disse aqui que ia crescer “x”. Cresceu “x” mais ou “x” menos. Como é que a senhora explica isso?” Faço isso não. Tchau.
Jornalista: Obrigada, Presidente.
Confira a íntegra de entrevista (25min10s) da Presidenta Dilma.