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20-04-2012 - Entrevista concedida pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, após cerimônia de formatura da Turma de 2010-2012 do Instituto Rio Branco - Brasília/DF

Brasília-DF, 20 de abril de 2012

  

Presidenta: Não interfere em assuntos internos de outros países. De maneira alguma, nós interferiremos. Emitiremos posições, ou faremos juízos de valor. 

Jornalista: Há a preocupação de que isso possa refletir no Brasil?

Jornalista: Em relação à CPI, (incompreensível) da senhora com a CPI?

Presidenta: Vou insistir nesse aspecto: não me manifesto sobre esse assunto.

Jornalista: A Petrobras...

Jornalista: Em relação à CPI... em relação à CPI, a senhora poderia dar um recado? Porque começam semana que vem os trabalhos, seria importante a senhora se posicionar.

Presidenta: A CPI é algo afeto ao Congresso. O governo federal terá uma posição absolutamente de respeito ao Congresso nessa área.

Jornalista: Mas não é necessária, Presidente?

Jornalista: A Presidente da Argentina pediu ajuda para a Petrobras. A Petrobras pode ajudar, isso não é (incompreensível)?

Presidenta: Eu não tenho conhecimento desse pedido de ajuda. Quando eu tiver, eu me manifesto. A hora que a Petrobras me disser quais são os termos do pedido, eu me manifesto. Agora, o Brasil sempre foi um país que nunca se negou a ajudar quem quer que seja. Agora, depende do que é o pedido.

Jornalista: A CPI é necessária neste momento de (incompreensível)? O que a senhora (incompreensível)?

Presidenta: Ah, vocês acreditam mesmo que eu vou me manifestar, além das minhas múltiplas atividades que eu tenho de lidar todo dia, eu vou me interferir na questão de outro Poder? Acho que todas as coisas têm de ser apuradas, mas não me manifesto sobre a CPI. Eu tenho uma posição em relação ao governo, que vocês conhecem. E eu não me manifesto sobre outro Poder, mas de maneira alguma.

Jornalista: A redução dos juros dos bancos já foi suficiente ou a senhora espera mais?

Presidenta: Tânia, essa é uma área que eu posso me manifestar. Eu acredito, como eu já disse, que o Brasil tem de buscar um patamar de juros similar ao praticado internacionalmente.

Tecnicamente, fica muito difícil o Brasil, diante do que ocorre no mundo, justificar spreads tão elevados. Então, eu acredito que isso será um processo de amadurecimento do país, que vai nos encaminhar, progressivamente, para nós termos juros mais condizentes com a nossa realidade também.

Porque nós não somos um país qualquer. Nós somos, hoje, um país, que é reconhecidamente um país com uma situação econômica de estabilidade, de respeito. Nós somos um país que temos absoluto respeito aos nossos princípios macroeconômicos, de controle de inflação, de robustez fiscal, relação dívida-PIB. Temos uma situação muito especial em relação às economias emergentes. Estamos caminhando para taxas maiores de crescimento.

Então, os juros também vão refletir, cada vez mais, essa realidade de maturação. Eu já disse, em uma cerimônia, que não entendo os fundamentos técnicos de certo nível de spread. Vou ficar olhando, eu vou ficar, eu acompanho a situação econômica do país todos os santos dias. Então, eu vou continuar olhando para toda a situação, para ver se a inflação aumenta, para ver se os preços estão sob controle, para ver como está a situação do valor das commodities, para olhar a taxa de câmbio do nosso país e dos demais. Esse acompanhamento, você pode ter certeza de que eu fazer sistematicamente. Vou olhar também juros.   

Jornalista: A senhora acha que a taxa de spread...

Presidenta: Aliás, eu tenho olhado.

Jornalista: A senhora acha que a taxa de spread é considerada (incompreensível)?

Jornalista: A senhora acha que a taxa de câmbio já chegou em um bom nível?

Presidenta: Se alguém te der essa resposta, você me apresenta, que eu vou indicá-lo para Nobel.

 

Ouça a íntegra da entrevista (03min54s) da Presidenta Dilma.